quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O foco orienta os objetivos e metas

                                                                                     
“Quem planta ‘tanto faz’ colhe ‘talvez’. Quem planta ‘objetivo’ colhe ‘resultado”.

"PARA QUEM NÃO SABE AONDE QUER CHEGAR",
Shinyashiki
 Os ventos sempre atrapalham. Ou seja: uma pessoa sem um objetivo sempre acaba perdida, porque a vida vai levando-a, sem rumo. Um mestre zen disse certa vez: “Os objetivos fazem surgir as ações. Uma flecha atirada em um alvo vago não chega a seu objetivo”.

Procure saber exatamente o que você quer e não tenha pena de gastar tempo determinando seus reais objetivos. As pessoas com objetivos claros sempre levam vantagem na carreira.

O filho de um amigo meu é um bom exemplo disso: passou no vestibular de Medicina. Era exatamente o que ele queria.

Nos primeiros anos de curso, porém, mesmo estudando muito, ele foi reprovado. Em vez de entregar os pontos, fez uma combinação consigo mesmo e a divulgou a um grupo de amigos: “Vou ter de estudar ainda mais, pois quero me formar médico”.

Veja que atitude de total determinação dele: além de se comprometer consigo mesmo, ainda contou seus planos aos amigos, como se estivesse “prometendo” a eles uma vitória.

Sua vontade de ser médico era tão objetiva que lhe permitiu forças extras para se dedicar ainda mais aos estudos. Passou um ano inteirinho indo raramente a baladas, saindo e paquerando pouco também, porque sabia que precisava superar uma competição fortíssima consigo mesmo. Para ele era “tudo ou tudo”.

Desta feita, com objetivos claros em mente, a prova na qual ele fora reprovado, dificílima, foi superada e ele, por fim, está trilhando rumo sólido em direção à carreira que escolheu.

Conheço uma pedagoga que desde muito jovem queria ser prefeita de cidade. Nascida numa família humilde, ainda moça se viu face a face com os percalços da vida e, de uma hora para outra, tendo de sobreviver por conta própria.

 Seus pais, por questões financeiras, viram-se abrigados a voltar para o Rio de Janeiro, cidade de origem da família. Minha amiga, que trabalhava como recepcionista em um hotel, decidiu ficar porque queria ser prefeita da sua cidade. Além do mais, já fazia quase dez anos que ela trabalhava no hotel e gozava de grande carinho e conceito junto aos colegas e patrões.

Trabalhando exaustivamente durante o dia, estudava à noite em colégios públicos. Seus fins de semana eram dedicados a projetos sociais junto à comunidade pobre. Fez faculdade e cada vez mais se dedicava projetos comunitários Começou a ter participação política. Alguns anos atrás, foi eleita vereadora e se tornou uma das pessoas mais admiradas na cidade.

Na verdade, ser prefeita foi uma forma de organizar seu objetivo de ajudar as pessoas mais necessitadas. Seu objetivo de vida é tão forte que lhe dá forças para fazer o que for preciso para superar todas adversidades no meio do caminho.

São exemplos como esses que mostram a importância de ter um objetivo de vida claro e determinado para a pessoa se realizar na vida.

Em compensação, vejo muitas pessoas que não sabem o que querem da vida. Nestes tempos digitais, em que a informação está na ponta dos dedos, parece-me paradoxal essa situação, tendo em vista a facilidade de acesso à informação. É meio estranho que com tantos GPS tenhamos tantas pessoas perdidas na vida!

Elas estudam muito pouco e seus objetivos perdem, de longe, para o número de latínhas de cerveja que consomem em intermináveis noites de baladas. Sem pensar em sua autonomia, dormem demais, desperdiçam oportunidades, quando não destroem o cérebro sob o efeito danoso de drogas.

Nada realizam e na maioria das vezes ficam dando desculpas para seu fracasso. Este é um problema do mundo moderno: muitas pessoas assumem uma atitude de “tanto faz”, e a vida lhes recompensa com resultados fracos. Como diria um amigo meu: “Quem planta ‘tanto faz’ colhe ‘talvez’. Quem planta ‘objetivo’ colhe ‘resultado”.

Os campeões têm seus objetivos bem definidos, e o simples fato de saberem o que querem da vida facilita suas realizações, pois não ficam dando voltas e mudando de idéia quando os obstáculos aparecem.

Um jovem que percebe que nasceu para ajudar o próximo terá muito mais facilidade em encontrar seu caminho, pois apontou sua atenção para suas inspirações, sem se deixar prejudicar pelas turbulentas distrações do mundo moderno.

Quando temos um objetivo, ficamos mais focados e não nos distraímos como a Branca de Neve da história infantil, andando perdida no meio da floresta.

É simples? Sim, e vou além. Quando se alcança esse foco, nossa atenção passa a não perceber acontecimentos periféricos. Como um médico comprometido com uma cirurgia não nota uma conversa do lado de fora da sala de cirurgia.

O foco nos deixa atentos a qualquer acontecimento que pode nos levar a nosso objetivo. O atleta que tem um sonho olímpico não fica em dúvida entre treinar ou sair com os amigos. No momento em que o apelo da balada ficar forte, isso é sinal de que o sonho ficou fraco.

Quem tem um objetivo definido consegue fazer com que suas ações sigam uma orientação e, portanto, a probabilidade de sucesso se amplia infinitamente.

Conheço uma pessoa que tem uma filosofia de vida muito interessante. Ele faz uma analogia entre a vida e um veleiro que deve ser conduzido com conhecimento, força, direção e destino. Daí, imagina-se que nem sempre o mar está para peixe e muito menos para veleiros!

Tempestades e calmarias, tubarões e rochas são comuns e, até certo ponto, conferem ‘graça” ao desafio.

Infelizmente muitas pessoas cometem erros na formulação de seus objetivos. Vejamos:

• Falta de foco
Alguns mudam de objetivos a cada ano, seja por falta de determinação, seja por descuido, ou mesmo por negligência, o que faz com que estejam sempre recomeçando. A capacidade de recomeçar é uma característica essencial nas pessoas, mas refiro-me aqui ao recomeço desnecessário, àquele causado pela falta de determinação.

Telma é uma pessoa muito talentosa e, além disso, uma guerreira. Mas tem um problema grave: toda hora está mudando de idéia a respeito do que quer fazer na vida. Cada vez que a encontro, ela vem com uma novidade! Fala como se tivesse encontrado o caminho definitivo, mas todo esse entusiasmo não dura nem seis meses. À medida que os problemas vão surgindo, ela desiste e fica procurando uma nova idéia. E embarca, tão logo apareça uma, em um ciclo interminável de recomeços em terrenos pantanosos.

 Vejo que essa amiga desiste sempre que percebe que vai precisar estuda dar um pouco ou muito mais de si para alcançar seus objetivos. Explico melhor: ela é uma mulher de ação que não cultivou o exercício de pensar. Então, estudar e dar mais de si é, para ela, um suplício. Ela não aprendeu a gostar de estudar o que seria, de longe, muito mais produtivo para sua carreira.

 Mais: por não ter a humildade para estuda ela se encaixa perfeitamente na categoria de pessoas que, em sua grande maioria, corre o risco de trabalhar a vida inteira sem construir nada de concreto.

• Incongruência entre os objetivos

Outro problema se configura quando a pessoa tem objetivos incongruentes, que se anulam mutuamente.

É normal termos vários objetivos de vida, mas eles devem ser integrados, para que se potencializem. Descobri através do exercício do pensamento, se o objetivo A é congruente com o objetivo B é evitar caminhos espinhosos e que, invariavelmente levam ao insucesso e a um ciclo de repetidos recomeços.

Marcos tinha dois objetivos: montar um restaurante no hotel do pai e morar na Inglaterra. Lógico que não ia dar certo, pois ele precisaria estar à frente do negócio se quisesse que o restaurante fosse realmente dele. Quando começou a investir no tal restaurante, eu perguntei se ele havia adiado o sonho de morar no exterior. Ele sorriu e respondeu:
“Nunca!”

Naquele momento, ficou claro que um dos dois objetivos iria naufragar. Tempos depois, meu amigo se mudou para Londres e meses mais tarde amargou um enorme prejuízo com as instalações do restaurante, que nem sequer chegou a ser inaugurado.

Eu gosto do bom senso da mulher do meu sócio. Sua meta é ser promotora pública e ela estuda doze horas por dia para passar em um concurso bem difícil. Dia desses, meu sócio comentou que desejava ter filhos logo. Ela, com um sorriso carinhoso, pediu que ele esperasse, pois queria passar no concurso primeiro. Ela está certa. Essas metas não são definitivamente incongruentes, mas, numa extrema demonstração de bom senso, a mulher do meu sócio percebeu que é melhor dedicar toda a energia a somente uma das metas e depois, com mais tranqüilidade, inclusive no que diz respeito à qualidade de vida da criança, trazer filhos ao mundo.

Ela percebeu que os objetivos precisam ter uma hierarquia no tempo. Tentar realizar todos ao mesmo tempo é quase sempre o caminho mais curto rumo ao fracasso, mesmo porque, quando a pessoa se propõe a tocar vários projetos, invariavelmente esbarra na necessidade de contratar pessoas preparadas e comprometidas para ajudá-la, o que não é tarefa de curto prazo e, além do mais, acarreta aumento de investimento.

 É importante definir com determinação, qual dos objetivos você pode realizar primeiro e quais serão possíveis, sempre numa ordem de, digamos, congruência. Isso, no entanto, não significa que um seja mais importante do que outro.

Não considerar a vocação na formulação dos objetivos
A melhor maneira de definir seus objetivos é estruturá-los com base em sua vocação. Ronaldo, até pouco tempo atrás, queria ser ator. Atuava em um grupo de teatro amador, mas o teatro não era a sua vocação. Embora a arte fosse uma maneira de ele realizar sua criatividade, ele não era um ator talentoso.

 Atuava mal e, além do mais, não tinha energia nem vontade para se aprimorar. Resolveu, então, montar um restaurante. Acredito que nessa área ele tenha mais chances de ser bem-sucedido, pois tem uma ótima visão de negócio e, além do mais, gosta e sabe organizar jantares para toda a turma de amigos.

O teatro ficou então como um ótimo hobbie para ele extravasar sua criatividade e admirável sensibilidade.
Muitas pessoas são infelizes e fracassam porque estão trabalhando longe de sua vocação, além de não cultivarem o exercício de pensar. Muitas vezes elas deixam escapar as boas oportunidades por não terem se preparado para navegar em águas turbulentas, que, ao final, sempre acabam por se acalmar, deixando-nos ver novos horizontes. Sim, as turbulências passam, mas para evitar a deriva você deve estar sempre com sua bússola apontada para a direção certa, tendo a certeza de que está preparado para guiar seu veleiro com firmeza e com base numa carta náutica bem definida.

Não importa se você está começando uma vida profissional ou se está fazendo uma revolução em sua carreira. O importante é organizar-se
Em torno de sua vocação, por isso vamos trabalhar para conhecê-la e trazê-la à tona. Tenha certeza de que você vai se surpreender com sua capacidade de navegação, força que a maioria de nós nem imagina que possui” Roberto Shinyashiki.
Blog de dharma dhannyael

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