"DE ONDE E COMO
NOS VEM O PENSAMENTO?"
Definição Os
Pensamentos são Coisas Carregadas de Poder.
Os Pensamentos
Nos Vêm de Fora — Os Nossos Pensamentos Agem sobre Nós Mesmos Influenciamo-nos
Uns aos Outros.
DEFINIÇÃO — Os
filósofos clássicos suprimiram, de algum modo, a alma, considerando-a simples
função do cérebro.
Broussais, que
foi, ao contrário de seus contemporâneos, um partidário convicto do Magnetismo
e da Frenologia, afirma que o pensamento é um fluido segregado pelo cérebro se
não idêntico, pelo menos análogo ao que os magnetizadores daquela época
chamavam fluido magnético.
Os teósofos
americanos consideram os pensamentos como coisas, e os ocultistas, como seres.
Para estes, os nossos maus pensamentos são larvas
que se agarram a nós, e nos perseguem implacavelmente.
Essas teorias
são parcialmente verdadeiros, o que podemos reconhecer colocando-nos nas condições
em que os autores se viram; mas as afirmações dos teósofos, de que os pensamentos
são compostos materiais, corpos formados de substância real, pois são dotados
de força mecânica e ação molecular, parecem-me mais justificativos.
Em todos os
casos é do lado destes últimos que me coloco e a teoria que vou expor é, de
certa forma, a de William Atkinson e, mais ainda, a de Prentice Mulford.
OS PENSAMENTOS
SÃO COISAS CARREGADAS DE PODER - Os pensamentos são coisas; poder-se-ia
acrescentar que são coisas animadas de um movimento que lhes é próprio, isto é,
que são corpos não simples, mas compostos, formados da matéria do plano astral,
e que esta matéria, carregada de força mental, constitui um verdadeiro poder.
Podem os
pensamentos ser observados e estudados sob dois aspectos diferentes: como
objetos materiais e como agentes ou forças.
A matéria e a
força do plano mental e do plano astral comportam-se uma para com a outra de
maneira quase idêntica à que adotam no plano físico, com a diferença de que as
propriedades da matéria são mais ativas e numerosas nos primeiros planos do que
no último.
Aqui, como lá,
todas as qualidades dos corpos são igualmente propriedades, agentes, forças,
inseparáveis da matéria, cofio esta é inseparável das propriedades que agem sobre
ela.
Podes pois
estudar a matéria dos diferentes planos da natureza sob o duplo ponto de vista
que chamamos:
1° - Físico,
pelo que concerne às propriedades dos corpos no estado permanente;
2° - Químico, no que toca às propriedades
moleculares, à composição e à decomposição dos mesmos corpos.
Um pensamento
qualquer que nos ocorre, faz vibrar a nossa matéria mental, e as suas vibrações
comunicam-se em torno de nós por ondulações análogas às dos movimentos
ondulatórios que se observam na superfície de uma água tranquila à qual se
atirou uma pedra, e tudo entra na ordem ao cabo de alguns instantes, se a
impressão não foi muito forte.
Mas, se o
pensamento se impõe à nossa atenção, se é intenso, se se apresenta muitas vezes
no campo da consciência, se a impressão é forte, põe em movimento certa
quantidade de força mental, que circula constantemente em torno de nós. Esta
força atrai a si a matéria astral que acaba por nos envolver e formar a atmosfera
ou aura.
Esta aura, que
é, assim, uma emanação de nós mesmos, age constantemente sobre nós como uma
força estranha, atraindo os pensamentos semelhantes que pareciam adormecidos e
aumentando a intensidade de ação dos que estão ainda em atividade.
Podemos aí
observar duas ordens de fenômenos: os psíquicos ou mentais que obedecem a leis
opostas às que regem as forças do plano físico, leis que podem ser assim
formuladas: as ações ou pensamentos da mesma natureza se atraem; as ações ou pensamentos
de natureza oposta repelem-se.
Além desta
ação mental, que corresponde à ação dos nossos agentes físicos, podem-se
observar ações químicas, que resultam da combinação dos átomos de que se formam
os nossos diversos pensamentos; dito de outra forma: da combinação dos
pensamentos entre si, quando são atraídos uns pelos outros e que têm entre si
certa afinidade, poder-se-ia mesmo dizer: certa simpatia.
Os nossos
pensamentos são, pois, formados de matéria astral, que é animada de uma força
mental em contínua vibração.
Mas, o nosso
cérebro físico é formado e matéria grossa demais para poder vibrar
imediatamente em uníssono com o cérebro mental.
Há uma
comunicação, é evidente; mas não é tão direta e simples, como se poderia supor.
Ela segue, pouco mais ou
menos, a ordem seguinte:
As ondulações
determinadas pelas vibrações da matéria mental comunicam-se à matéria astral,
que, pouco a pouco, vibra em união com a matéria mental.
Depois, esse
movimento, que não pára aí, se transmite à matéria tísica: é recebido na massa
cinzenta, na parte posterior do cérebro, onde se opera a percepção.
Há, pois, uma
transformação do movimento mental em movimento astral e deste no físico.
Os mesmos
fenômenos operam-se nos três planos. Poder-se-ia dizer que são comparáveis ao
que se passa no domínio musical. Apresentam os mesmos caracteres e são, de
certa forma, as mesmas escalas ressoando em oitavas diferentes.
Mas, assim
apresentado, o assunto não está ao alcance de todos.
Vou descer
destas alturas muito elevadas, e, para simplificar, confundindo os efeitos com
as causas que as produzem, passarei simplesmente a considerar os pensamentos
como coisas que agem constantemente umas sobre as outras mental e quimicamente.
OS PENSAMENTOS
NOS VÊM DE FORA - Os pensamentos não nos pertencem propriamente; são-nos
comunicados; chegam-nos de fora e nós os absorvemos e transformamos, segundo os
nossos desejos, inclinações e necessidades.
Justifica-se
esta verdade por uma expressão popular. Falando, assim, de determinados
assuntos, ouve-se dizer muitas vezes: Estas coisas estão no ar — querendo
significar que um grande número de indivíduos pensa, ao mesmo tempo, no mesmo
assunto.
Não há dúvida
de que os pensamentos se comunicam de um indivíduo a outro.
Assim, na
família, por exemplo, se um indivíduo pensa em uma coisa e a diz a outro,
recebe muitas vezes esta resposta: “Engraçado, eu estava pensando nisso e ia
dizer--lhe”.
Não se desejando fazer
intervir o acaso que não existe — é impossível admitir que o mesmo pensamento
tenha nascido nos dois cérebros ao mesmo tempo; ele desenvolveu-se num para
passar ao outro através do espaço.
Não admira que
haja transmissão de pensamento a curta distancia, pois o fenômeno já se
observou a distâncias mais ou menos consideráveis.
Assim, pode suceder
que, estando em casa, na rua ou alhures, penseis em determinada pessoa e,
minuto após, ela vos cruze o caminho.
Seu
pensamento, que veio comunicar-se convosco e anunciá-lo, por assim dizer,
justifica o provérbio: Falar no mau, aparelhar o mau.
Mulford
admite, e não estou longe de admiti-lo também, que os homens mais fortes e evoluídos,
os que se convencionou chamar gênios, são os únicos que produzem seus próprios
pensamentos.
Todos os
demais os recebem, absorvem, e transmitem aos outros, mais ou menos
transformados e cunhados com o selo de individualidade.
Sob certo
aspecto parecemo-nos com um espelho refletor colorido de uma tinta especial.
“A luz que nele
se reflete — acrescenta — despede raios da cor do espelho. A luz é o espírito e
o refletor representa o indivíduo, que serve de intermediário.
“O azeite dos
candeeiros provém todo ele da mesma fonte, e as luzes de cada um deles podem
ser diversamente coloridas, segundo a cor do globo que os cobre.
“Assim, em uma
mesma série de indivíduos, cada um deles é alimentado por um mesmo espírito e,
todavia, cada qual reflete a luz segundo o prisma de sua ndividua1idade.
“Tornamo-nos
criadores, absorvendo um espírito qualquer e dando-lhe cunho original.
“Quando
considerais e admirais o método de um artista, absorveis seu pensamento mas não
sereis um simples copista de seu estilo, porque seu pensamento se combina com o vosso.
“Produz-se uma
operação química ativa de elementos invisíveis; uma combinação desse pensamento
com o vosso, donde resulta a formação de um novo elemento, a saber: vosso
pensamento original.
Quanto mais vosso pensamento e vossa intenção
forem puros, menos vosso projeto será egoísta, e quanto maior for a rapidez da
combinação, tanto mais original e empolgante será vosso pensamento.
“Assim é a
geração dos pensamentos.
“As qualidades
de justiça e altruísmo são os elementos e fatores científicos desta geração.
“O espírito de
egoísmo contenta-se em tomar de empréstimo. Apropria-se do pensamento de
outrem, sem querer jamais reconhecer-lhe o legítimo autor e permanecer sempre
um imitador.
Se assim é, os
verdadeiros pensadores, aqueles que engendram seus próprios pensamentos ou,
pelo menos, um certo número de pensamentos novos e originais, devem ser muito
raros.
Para os achar,
não convém procurá-los entre os literatos e eruditos; pois a maior parte destes,
diz o autor, costuma fazer o ofício de “ratos de biblioteca”, querendo, assim,
significar que vivem do pensamento alheio.
Qualquer que
seja a sua origem, quando um pensamento agita nosso cérebro, de um modo
duradouro, fortifica e desenvolve-se em contato com os nossos pensamentos; e
todos se movem, influem uns sobre os outros, ligam-se, combinam- se e comunicam-se
fora de nós, atraindo os pensamentos que são da mesma natureza e repelindo os
que são de natureza oposta.
A figura aqui ,
que representa, grosseiramente, a aura que envolve o corpo humano, procura
fazer compreender, pela direção das flechas, que recebemos e enviamos
constantemente pensamentos, sob a forma de raios ou ondas, que não deixam de
ter analogia com as ondas luminosas....
OS NOSSOS
PENSAMENTOS AGEM SÕBRE NÓS MESMOS — Mens
agitat molein, diz-nos um velho adágio latino, que, em bom português, se
traduz por: O espírito move a matéria.
Aqui o
espírito é o eu pensante, é a alma que habita o ser mental.
É óbvio que o
nosso corpo físico é animado pelo pensamento, que é a vontade em movimento, e
que este pensamento ou esta vontade nos vem do corpo mental. É ela que move os
nossos músculos e regula todas as funções da vida de relação.
Eis alguns
exemplos:
Quando
queremos erguer um objeto, enviamos ao braço, que deve cumprir tal função, a
quantidade de força que julgamos necessária para a sua execução.
Se o objeto,
digamos um vaso que supuséramos cheio de água, está vazio, emitimos força
demasiada e erguemos bruscamente a vasilha acima do limite que lhe era
assinalado.
Se, pelo
contrário, o vaso, que julgávamos vazio, está cheio, não enviamos senão a força
bastante pata erguê-lo “vazio e encontramos uma dificuldade momentânea.
Fenômeno
análogo produz-se no caso seguinte:
Ao erguer um
corpo que necessite de emissão de uma soma de força quase igual à que estamos
habituados a emitir normalmente, se nos assustamos ou nos distraímos, ainda que
seja pela conversa de alguém que ouvimos, uma parte de nossa força é desviada
para o objeto que nos prende a atenção e este pensamento leva consigo uma soma
de força tal, que já não podemos erguer o objeto.
Se, ao
contrário, no momento de um perigo, por exemplo, pudermos concentrar ràpidamente
todos os nossos pensamentos na idéia de levantar e transportar um fardo
precioso, que mal podemos erguer no estado normal, quadruplicamos nossa energia
e transportamos o fardo sem pensar que o seu peso está muito acima das nossas forças
habituais.
62 Um trabalho difícil, de fôlego, que fazemos de bom ânimo, termina-se
com facilidade, ao passo que, se nos aborrecemos, se pensamos em outra coisa,
uma parte de nossa força é dividida e a que fica à disposição do corpo físico
já não é bastante para levar a termo a tarefa em boas condições. Neste caso,
não só gastamos mais tempo como fatigamo-nos inutilmente.
O que fizermos
deve ser feito com inteligência, calma e perseverança
Não devemos
fazer duas coisas ao mesmo tempo, por pequena que seja a importância de cada
uma delas, pois, perde-se energia, tempo e prejudica-se ambos os trabalhos.
Mulford, que
não foi sempre rico, dá-nos um exemplo pessoal da maneira como devemos executar
um trabalho.
“Em minha
mocidade — diz ele — a primeira vez que trabalhei em uma das minas da
Califórnia, disse-me um velho mineiro : “Ó rapaz, gastas demasiada força no trabalho;
deverias manejar com mais inteligência a tua picareta”.
“Refletindo sobre
a advertência, achei que o meu trabalho exigia uma cooperação de inteligência e
de músculos:
inteligência
para dirigir os músculos, inteligência para pôr a pá onde podia tomar mais
terra com pouca despesa de forças, inteligência para lançar a terra apanhada
fora da sala; e partes infinitesimais, se se pode assim dizer, de movimento de
cada músculo, durante o trabalho.
“Quanto mais
inteligência eu punha ao manejo do meu instrumento, tanto melhor podia cavar —
e, tanto mais agradável se me ia tornando o trabalho.
“Cada pensamento é uma coisa feita de
substâncias invisíveis. O ato de pensar exige certa soma de forças do corpo. Empregais
esta força mesmo nos vossos momentos de lazeres.”
Para realizar
a maior soma de trabalho possível com uma despesa mínima de forças, necessita o
homem dirigir constantemente o seu pensamento para o fim a atingir, e não
pensar senão no que faz; pois, dispersando inutilmente as suas forças mentais,
enfraquece-se e qualquer enfraquecimento é o princípio da doença.
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