2." Urano Antena Universal"
Neste século aconteceu uma
explosão de investigação científica da mente e consciência humanas, da
fisiologia e do cérebro. Os resultados desses estudos muitas vezes ocorreram
paralelos e misturaram-se aos estudos da mecânica quântica e às investigações
das realidades do universo microcósmico oculto.
Cada vez mais a crença perceptiva em um
universo de “matéria sólida” vai se dissolvendo à medida que progridem essas
pesquisas; o que está surgindo — para surpresa dos cientistas e físicos — é um
universo muito mais estranho do que antes imaginavam as mentes ocidentais.
No mínimo, o que está sendo
redescoberto pela tecnologia avançada é um universo que reflete as visões e
imagens expressadas por místicos, xamãs, jogues e ocultistas do passado.
O conceito hindu de que o mundo é maya (uma
ilusão real) e lila (um jogo divino,
um drama) torna-se cada vez mais viável. A experiência mística que inclui a
sensação de se afogar num mar de ondas de luz se aproxima do mundo real da luz e
das frequências energéticas subjacentes à realidade humana comum.
Com o uso de modernos instrumentos
científicos, o físico contemporâneo se detém nesses níveis de existência.
Sir Arthur Eddington comentou, no
começo do século, que “a matéria do universo é a matéria da mente”. A materialidade
do universo está sendo reconhecida como mais ilusória do que se pensava; até os
físicos estão começando a encará-la como um universo da mente, manifestado numa
variedade talvez infinita de níveis.
Segundo os antigos ensinamentos teosóficos, o
espírito é a matéria vibrando na frequência mais elevada, e a matéria é o
espírito vibrando na frequência mais baixa. Os dois são indivisíveis e, na
realidade, são urna só vida e consciência expressadas como polaridade perceptual.
É o reflexo de Urano, o deus
criador, que formou o universo físico a partir da mente.
O impulso revolucionário de Urano
nos níveis individual e coletivo é reconhecido, mas há perguntas a serem
respondidas: aonde esse impulso pretende nos levar? Que mudanças são exigidas?
Que visão do futuro a Idéia Uraniana deseja que incorporemos? Qual é a
verdadeira revolução em curso? Qual o caminho do futuro?
Podemos começar a entender ao
menos parte desse desígnio evolutivo pela auto-exploração. Comecemos por nós
mesmos: nós somos a revolução. Isso já é aceito nas camadas mais progressistas
da cultura e da sociedade mundiais: somente nós podemos personificar as
mensagens da “Nova Era”, pois somos os mediadores e os agentes transformadores
das energias transpessoais.
A questão é que estamos sendo chamados para
sermos co-criadores conscientes do mundo do qual fazemos parte; exige-se que
assumamos a responsabilidade por nossas escolhas e nossos atos, e comecemos a
reformar o mundo de modo a equipará-lo à visão da realidade que está sendo
revelada pela ciência — o mundo da interdependência, Gaia, a espaçonave Terra.
A chave são os relacionamentos, o
contato unificador interno e externo. Uma chave que parece estar dentro de nós,
escondida em nossa estrutura corpo-cérebro-mente. Os estudos do cérebro
revelaram uma das razões por que nossa perspectiva mental é de natureza
basicamente dividida: é devido à estrutura física dualista do cérebro, cujos
dois hemisférios são separados e têm funções distintas e diferentes.
O mundo pode ser mais ou menos
dividido em leste e oeste, Oriente e Ocidente. Essa divisão reflete os estilos
predominantes de percepção e atitudes das respectivas culturas sociais.
O leste tendeu a explorar o que
agora é conhecido como “cérebro direito”, e o oeste concentrou-se nas funções
do “cérebro esquerdo”. Cada um desses focos ditou o tipo de sociedade que se
desenvolveu através dos tempos. E claro que nenhuma sociedade ou cultura
expressa um dos hemisférios excluindo o outro, mas um dos lados tornou-se dominante
e superenfatizado, condicionando os padrões aceitáveis do pensamento social.
O cérebro é uma estrutura física
de alta complexidade, e a pesquisa da identificação dos mecanismos pelos quais
ele opera e responde aos estímulos está ainda nos primeiros estágios. E por
meio do cérebro que a mente, ou consciência, ativa o corpo físico; os danos
causados ao cérebro influem drasticamente no funcionamento do corpo, restringindo
as opções de vida e experiência.
Por outro lado, despertar o cérebro para uma
maior atividade poderia transformar a vida, abrindo horizontes até agora
insuspeitados. É um potencial que vale a pena ser explorado e, acredito, um
propósito da ofuscante Ideia de Urano, principalmente ao operar como Hierofante
e condutor do caminho oculto.
Os hemisférios cerebrais
interagem, porém, cada um deles tem um papel e função peculiares a cumprir. No
Ocidente, temos ativado a abordagem da vida por intermédio do cérebro esquerdo
com muito mais vigor do que com o cérebro direito, seu companheiro.
Torna-se necessário reequilibrar, fazer um
esforço consciente para despertar em nossa sociedade a atividade do cérebro
direito. Já há sinais de que os orientais estejam empregando seriamente
atitudes de cérebro esquerdo em seus desenvolvimentos industriais e econômicos,
ou pelo menos reproduzindo os avanços tecnológicos do Ocidente.
O cérebro esquerdo é o da mente
analítica divisora, da lógica, da racionalidade, da palavra falada e escrita,
do número; é o investigador das partes e dos fragmentos universais.
Basicamente, somos estimulados a
nos identificar com essas associações do cérebro esquerdo e no âmbito social
temos alguns poucos conceitos de relações holísticas.
Muitas pessoas ainda olham de soslaio os
projetos ecológicos e qualquer pensamento que reflita percepções de
interdependência. O cérebro esquerdo identifica por meio da separação, da
categorização, compartimentalização, estrutura e organização e dos processos de
mensuração e nomeação.
De muitas formas, funciona de modo semelhante ao
banco de dados de um computador, onde a informação é armazenada na memória;
todas as novas experiências são comparadas a essa informação já armazenada e
são categorizadas em termos dos padrões familiares instituídos.
O cérebro esquerdo tem preferência pela
tradição, pois é o que lhe permite funcionar com mais facilidade,
proporcionando um processo reconhecível de relação com os acontecimentos.
A experiência é processada através desse
filtro e identificada de acordo com categorias de reconhecimento estabelecidas
e rotuladas e depois armazenada para referência futura. E o que nos ajuda a
formar o conceito de um e separado, nomeado e distinto de todos os demais, e a
manter a ilusão de que ele é singular e estático.
O cérebro direito processa toda a
experiência e informação que o cérebro esquerdo não consegue reconhecer no
banco de dados por meio de correspondências e associações. Preocupa-se mais com
sentimentos e tonalidades emocionais, qualidades artísticas, com música,
sexualidade, símbolos e imagens e, mais importante, com a percepção do contexto
e dos padrões holísticos de significado e associação.
O cérebro direito parece entender esses
padrões que são discernidos na informação que ele processa. Gosta do novo e do
desconhecido e reage facilmente a eles; tem uma tendência inata para compor
“quadros da realidade”, formando novas Gestalten
de um padrão holístico unificador.
Enquanto o cérebro esquerdo disseca a
informação, enquadrando-a em canais preestabelecidos, o cérebro direito
trabalha com essa informação, inserindo-a num contexto holístico.
De várias maneiras, o hemisfério direito
reflete as associações e tendências “do coração”, a vida refletida como
sentimento e emoção responsiva, com mudanças de humor e estados alterados de
consciência.
Ver o universo da perspectiva do cérebro
direito passa a ser uma experiência mais direta e sentida com mais intensidade,
resultando na libertação dos embaraços e filtros fragmentadores criados pelo
lado esquerdo, mais sintonizado com a mente separatista.
E interessante observar que,
mesmo nessa divisão hemisférica, os paralelos entre o constante conflito de
Urano e Saturno são refletidos respectivamente pelos cérebros direito e
esquerdo.
A astrologia humanista moderna está mais
interessada em esclarecer as intravisões do cérebro direito na reformulação da
astrologia premonitória tradicional, rumo a uma abordagem mais fundamentada da
psicologia. A astrologia é um bom exemplo desses dois enfoques.
Existe um banco de dados analítico e
categoriza dor de associações e tendências probabilísticas derivadas da
natureza dos planetas, signos e casas envolvidos, e existe também a tentativa
de formar um quadro esclarecedor e unificador do indivíduo como um todo e
explorar os impulsos e padrões arquetípicos subjacentes que operam por seu
intermédio.
Além disso, a astrologia transpessoal insere o
desenvolvimento individual num contexto social, global e universal, e apresenta
uma interpretação holística que “nenhum homem é uma ilha isolada no universo”.
A astrologia tem potencial para
trabalhar com esse processamento dual do cérebro, pois sintetiza as duas vias.
Como sugere Jung, o homem moderno
está em busca de sentido e propósito na vida, para poder olhar acima do mundano
e simplesmente trivial. A falta de sentido experimentada hoje no Ocidente é um
sintoma do predomínio do cérebro esquerdo.
Ao suprir nossa necessidade individual de
integração e transformação, estamos participando também de uma tarefa social
que é necessária e vital.
E preciso conquistar uma nova
harmonia, que é a consciência da relação entre os dois hemisférios, permitindo
que a mente opere por meio de um mecanismo unificado do cérebro.
Isso nos daria um centro e uma nova unidade,
uma “alma” a partir da qual poderíamos direcionar e perceber a vida de um novo
patamar de compreensão capaz de sanar a fragmentação interior e as divisões de
personalidade. Dessa forma, redefiniríamos o Seif.
É preciso reconhecer que o
comportamento pessoal é, antes tudo, consequência da interação entre o
condicionamento social e os padrões intrínsecos da personalidade refletidos no
mapa natal.
Essa combinação impõe um padrão
de respostas ao cérebro, que, então conduz o funcionamento individual e define
as opções de escolhas disponíveis. Contudo, esses padrões não são inflexíveis e
fixos — embora pareçam ser —, mas apenas moldam uma estrutura relativamente
plástica e mutável em padrões previsíveis de expressão pessoal.
O que Urano tenta fazer é reestruturar a
personalidade ou a sociedade e abrir novas possibilidades. Ele atua como um
impulso evolutivo, implementando processos de reprogramação e isso o pode ser
feito conscientemente.
O cérebro concebe matematicamente
nosso senso de “realidade física universal” a partir de frequências recebidas
de uma dimensão que transcende o tempo e o espaço. Todas as sensações são, na verdade,
frequências de vibração de energia que constituem a base universo.
O cérebro capta essas frequências,
processa a informação codificada nessas vibrações e em seguida interpreta-a
segundo banco de dados interior e seus conceitos preconcebidos da realidade.
Assim, o universo experimentado
não é o universo real, e o resultado de nosso programa cérebro-mente (que é,
basicamente um constructo social consensual, um acordo mútuo e a herança uma visão
tradicional da vida).
O universo em que habitamos e experimentamos é
criado por nossa própria interpretação de uma grande de quantidade de dados.
Somos partícipes da realidade, co-criadores e observadores que se
inter-relacionam e afetam o que está sendo observado (como os físicos
concluíram).
A natureza dupla do cérebro leva
a dificuldades inatas ao lidar com os conflitos decorrentes da informação
aparentemente contraditória; a natureza paradoxal de um universo onde coexistem
“oposto como aspectos complementares de um só todo apresenta um desafio que
normalmente se evita por meio da repressão ou da negação fatos.
A menos que seja feita uma
integração efetiva, o processo escolha preferencial da pessoa interfere e o
universo é visto através de um espelho parcial, que, com o tempo, vai refletir
apenas os aspectos e as experiências aceitáveis do ponto vista social e
pessoal.
Entretanto, esse não é um
processo inevitável. Existem alternativas, e a vida está cheia delas. Apenas as
mentes fechadas e fragmentadas acreditam que não haja alternativas.
Como pessoas e coletividade,
estamos no limiar de uma nova etapa da evolução, de uma abertura de portas
ocultas, através das quais uma mudança paradigmática e transformadora de nossa
visão global do eu e do outro está prestes a iluminar o caminho.
Essa mudança é parte da
permanente revolução uraniana, e ocorre periodicamente na história humana; é a
conseqüência natural da ultrapassagem de certos “marcos” do avanço da
humanidade, tornando acessíveis descobertas e idéias pujantes e abrangentes
para os que forem receptivos.
As mudanças paradigmáticas
envolvem novas formas de percepção e compreensão que explicam nossas
experiências da realidade de modo mais preciso e satisfatório. A princípio, são
muitas vezes repudiadas; a maioria das pessoas não consegue compreendê-las.
Da mesma forma, quem tem interesses em jogo
pode preferir conservar as velhas opiniões sociais, já que as novas podem
destruir os alicerces de suas crenças ou solapar seu poder sobre os outros.
Como resultado, o conhecimento
implícito nessas mudanças permanece em poder de uma minoria progressista e
esclarecida.
Um dos desencadeadores dessa
mudança na ciência contemporânea foi o avanço de Einstein nas teorias da
relatividade em 1905, abrindo caminho para a futura investigação da ciência
atômica e da física quântica.
Entretanto, a maioria das
implicações dessas mudanças ainda não foram absorvidas pela sociedade e nem
integradas à concepção que o homem médio tem do universo e do papel que nele
desempenha.
As mudanças paradigmáticas geram
crises, assim como as revoluções individuais uranianas que acompanham os
trânsitos do planeta pelas casas; na verdade, são sintomáticas do funcionamento
desse mesmo processo, pois ocorrem basicamente no nível da mente e da
consciência, mesmo que mais tarde seus efeitos sejam materiais.
O novo paradigma inclui o conhecimento e a
informação do paradigma anterior, mas destrói as barreiras da limitação e cria
teorias e explicações mais abrangentes — é uma progressão da concepção inicial
numa volta mais ampla: da espiral.
Essas mudanças paradigmáticas ocorrem em todas
as áreas do conhecimento humano.
A mudança que estamos
considerando aqui é a do continuum corpo-cérebro-mente. As pesquisas demonstram
atualmente que as psicoterapias e as práticas espirituais de
ioga/meditação/ocultismo realmente levam a uma int
O que ocorre com o passar do
tempo, como resultado de uma experimentação pessoal, é o aumento da coerência e
da harmonia das ondas cerebrais e da sincronização hemisférica.
Aparentemente, verifica-se também
um elevado grau de organização e um processamento mais eficiente da informação
sensorial nas pessoas que se dedicam a essas práticas e que passam pelo que, no
final, se transformará num movimento catalisador da transformação.
Reestruturação, reprogramação ou
metaprogramação são termos indicativos desse processo individual de mudança, que
envolve, basicamente, a estimulação e o despertar das funções do cérebro
direito.
A auto-exploração bem-sucedida começa
a integrar os dois hemisférios, vitalizando os canais nervosos de modo que os
contato elétricos interajam de forma mais positiva e contínua, e desperte para
a atividade as células dormentes do cérebro.
Em geral, esses dois hemisférios tendem a operar
de forma independente, criando dc tipos de consciência distintos e irregularmente
relacionados, o que muitas vezes leva a atritos interiores, sem que a pessoa
saiba como integrar as duas tendências díspares.
A terapia é capaz de criar ligações neurológicas
que, graças ao funcionamento relacional do cérebro direito, aumentam a
percepção individual de sentido, propósito e direção na vida".
Postado por dharmadhannyael
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