sábado, 14 de setembro de 2013

Cuidados com os ouvidos - zumbidos depois do shows






Zumbido nos ouvidos pode surgir após os shows.
 Saiba como lidar com o problema


Aumenta que isso aí é rock and roll”! Finalmente, começa hoje o Rock in Rio, com a promessa de muita música, literalmente, em alto e bom som. Para quem for ao festival curtir tudo de pertinho, um zumbido nos ouvidos pode aparecer após horas e horas de shows em sequência. Por isso, é importante se precaver e saber lidar com o incômodo, caso ele surja.

Segundo a otorrinolaringologista Patrícia Ciminelli, o zumbido ou a sensação de ouvido tampado decorrente da exposição a sons muito altos em concertos indica que houve uma lesão temporária das células auditivas.

— É um desvio temporário do limiar auditivo, ou seja, uma perda de audição reversível. Em até 24 horas, espera-se que o ouvido já tenha voltado ao normal. Se o problema não melhorar em, no máximo, 48 horas, vale a pena procurar ajuda médica — orienta Patrícia Ciminelli, chefe da residência médica de otorrinolaringologia do Hospital da Lagoa.

De acordo com a especialista, o melhor remédio contra este tipo de zumbido é a paciência, já que, após um tempo de repouso, os sintomas somem.


No entanto, mais perigoso do que a exposição esporádica a sons altos em shows é o uso constante de fones de ouvido com música em volume exagerado. O hábito pode levar à deficiência auditiva permanente.

— A perda começa pequena e, muitas vezes, a pessoa não relaciona aos fones de ouvido. Quando a pessoa para de usá-los, a progressão da lesão estaciona, mas o que já foi lesionado é irreversível — destaca Patrícia Ciminelli.
Jornal Extra – 13 de setembro de 2013


Queixa de zumbido no ouvido atinge 28 milhões de brasileiros e tem tratamento
Antonio Marinho

Imagine viver com um chiado no ouvido, um ruído de apito, de cigarra ou grilo, e o médico dizer que há pouco a fazer para acabar com a queixa. Esta é a realidade de pelo menos 28 milhões de brasileiros que sofrem de zumbido. Porém, especialistas no assunto garantem que o problema - causado por hábitos nocivos e doenças, desde ouvir som alto e abuso de cafeína a estresse e males digestivos e neurológicos - tem boa solução em 70% dos casos. E 10% se livram de vez dele. A melhora na qualidade de vida depende de um diagnóstico preciso, e muitas vezes difícil de fazer.

Uma dificuldade no diagnóstico e tratamento de zumbido é que há poucos médicos dedicados a estudar o sintoma, apesar da alta incidência em várias faixas etárias, inclusive crianças. Uma tese de doutorado que avaliou 506 alunos, de 5 anos a 12 anos, de escolas públicas e privadas, na cidade de Lageado (RS), mostrou que 27% relataram zumbido, e em 19% o sintoma incomodava. Brinquedos barulhentos e sequelas de otites foram apontados como possíveis motivos.

O zumbido é extremamente comum. Se a pessoa não reclama, ele passa despercebido. Há pacientes que não se incomodam muito e evitam procurar médicos; outros têm dificuldade de explicar a queixa e há ainda quem prefira esconder o problema por medo de demissão.

Nos Estados Unidos, de 15% a 17% da população vivem com alguma forma de zumbido ou ele é muito frequente, diz a  torrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez, fundadora do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas e professora da faculdade de medicina da USP. Em idosos, o índice chega a 33%.

- O zumbido é extremamente comum. Se a pessoa não reclama, ele passa despercebido. Há pacientes que não se incomodam muito e evitam procurar médicos; outros têm dificuldade de explicar a queixa e há ainda quem prefira esconder o problema por medo de demissão - comenta Tanit, autora de "Quem disse que zumbido não tem cura?" (H Maxima Editora) e coordenadora do Grupo de Apoio a Pessoas com Zumbido (GAPZ), e de um instituto que leva seu  nome: www.institutoganzsanchez.com.br.

Dieta é um dos fatores de risco
São muitas as causas de zumbido e a exposição a ruído alto, de curta ou longa duração, é uma delas:
- Isso é comum nos dias de hoje, principalmente entre jovens com seus MP3s. Aumentou o número de pacientes desse grupo. Antes de perceber alguma perda de audição, um primeiro sinal pode ser o zumbido - diz Tanit.

Ruído alto é apenas um dos fatores que pode desencadear zumbido. Erros alimentares, diabetes, gordura em excesso no sangue, abuso de cafeína, nicotina e álcool, hipertensão, doenças do coração e da tireoide são outros frequentes. Estresse e problemas psicológicos (ansiedade, depressão e fobias) também estão nessa lista. Daí a importância da consulta detalhada.

- Temos que olhar o indivíduo, não só o ouvido - afirma a médica. O zumbido é um problema que foi rotulado como sem solução, mas isso não é verdade. Todos os casos devem ser investigados porque o sintoma pode ser sinal de algo sem importância, que às vezes nem chega a incomodar, mas pode indicar dano mais grave - diz Tanit, lembrando que há um grupo do GAPZ, no Rio, que dá apoio a pacientes e funciona no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (da UFRJ) e atende pelo endereço eletrônico gapzrj@forl.org.br.

Às vezes, o problema é atenuado ou corrigido com mudanças de hábitos alimentares. A cafeína, por exemplo, é um excitante cerebral e o seu abuso pode desencadear um ritmo mais acelerado no ouvido, o zumbido. Já o excesso de gordura no sangue obstrui a artéria auditiva (muito fina e delicada), e o açúcar aumenta a produção de insulina, alterando a bioquímica do ouvido. Por sua vez, o jejum corta a energia do órgão.

Problema piora a qualidade de vida
Portanto, o tratamento dependerá da história clínica, do exame físico, do resultado de exames de audiometria (quase 90% das pessoas com zumbido apresentam algum grau de perda auditiva, e nem sempre percebem), entre outros.

- Em pelo menos 15% dos casos o zumbido dificulta a concentração e o sono. Em 5% piora tanto a qualidade de vida que o indivíduo se sente incapaz de levar vida social e profissional normal - diz.

Por mais que a avaliação médica seja bem realizada, há situações nas quais não se sabe a causa do zumbido. Isso porque os exames disponíveis nem sempre são sensíveis o suficiente para o diagnóstico. Mesmo nessas situações há alguma forma de aliviar a queixa.

Segundo a médica, nem todos os zumbidos indicam problema. Algumas pessoas percebem sons de baixíssimo volume quando em silêncio. Esse ruído é o próprio funcionamento da vida auditiva. É o que alguns chamam de "som do silêncio". Na dúvida, vale a pena consultar um especialista.

Leia mais: jornal extra -globo - saúde e ciência.

Um comentário:

  1. Olá, tenho 26 anos de idade e a 8 anos eu tenho zumbido temporário nos ouvidos, eu ouço um ''pii'' e passa, dura em média de 3 a 4 segundos, fiz um exame de audiometria em uma fono e deu negativo, não tenho nenhuma perda auditiva, o que pode estar causando esses zumbidos? Obrigado.

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