terça-feira, 13 de maio de 2014

A Alma do Mundo, Shekinah, Espirito Santo, Terceiro Logos, Fohat...





A alma do Mundo, Shekina, Espirito Santo, Terceiro Logos, Fohat.

Blavastsky nos ilumina com  o texto sobre a Alma do Mundo considero importante alcançar o significado profundo deste Arquétipo que nos ilumina com a consciência da União com tudo e com todos.

 “Em outras palavras, este Som é a Alma do Mundo, idêntica ao Espírito Santo feminino que constitui a terceira pessoa da trindade cristã (ML 341).

 É a Alma Universal que não é a Causa inerte da criação ou (Para) Brahman, mas simplesmente o que chamamos o Sexto Principio... Mahat, ou Mahbuddhi, a Grande Alma, o veículo do Espírito.., o verdadeiro Deus antropomórfico dos Testas, pois este Deus é urna personificação daquele Agente Criador Universal’ (SD 1 420, 421/1 453/lI 138, 139—DS 11182).

Mahat, o aspecto positivo de akasha, é idêntico a a Alaya, a Anima Mundi dos budistas do norte (SD III 5461V 519 — DS VI 182).

 É a Mente Divina em operação criativa e corresponde, na Cabala, aos Sephiroth Chokmah (o Pai) e Binah (a Mãe) (SD 116, 256/1 44, 277/1 81, 301 — DS 1 83, 289; CW 324, 355). Esta
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Raiz espiritual, Onisciente e onipotente da Inteligência divina, a Anima Mundi mais elevada ou o Logos’ (SD 1 572/1 625/11 296 — DS II 283), é uma manifestação do Homem Celestial.

É o Homem Celestial em um nível mais material. Portanto, Mahat, como Adam Kadmon, é chamado o Terceiro Logos. É a ‘Ideação Cósmica’ (SD 1 16, II 24/! 44, II 27/1 82, III 37 — DS 1 83, III 41),

o princípio criador — uma potência comumente chamada Deus que desaparece e morre com o repouso quando o pralaya chega’ (ML 89).

‘Pode ser definido em poucas palavras: é a Alma Universal, a Matriz do Universo, o Mysterium Magnum do qual nasce tudo o que existe por separação ou diferenciação... é o próprio Espaço, num sentido, ou os sexto e sétimo princípios ao mesmo tempo’ (SD Ii 511, 512? 11 538/1V 81 — DS IV 79);

 porque o Espaço não é diferente do sétimo princípio cósmico, a ‘única Realidade no Universo’, e não diferente, portanto, dos outros seis princípios, que são apenas reflexos do sétimo.

‘O Espaço é chamado a Mãe antes de sua atividade cósmica, e Pai-Mãe no primeiro estágio do despertar’ ( SD 117, 18? 1 45, 46! 1 83 — DS 1 85).

 A Alma do Mundo, algumas vezes chamada a Chama Sagrada ou a “Chama Divina (GT art. Anima Mundi, Chama; SD III 568 diagrama VI V 542, diagrama V — DS VI 203 diagrama V)

 é produzida pela energia do Logos atuando na substância não diferenciada: ‘Esta “Substância  Primordial” é chamada por alguns de Chaos.

 Platão e os pitagóricos.chamavam-na a Alma do Mundo, depois dela ter sido impregnada pelo Espírito daquilo que pairava sobre as Águas Primordiais, ou Chaos’ (SD 1 338/ 1 361/1152 — DS 1144).


Estas ‘Águas Primordiais’ (que são também designadas pela frase, ‘a Face das Águas’) são o Chaos, o estado primitivo da Alma do Mundo (as ‘Águas do Espaço’), a “Mãe’ mística ou ‘o Útero de Natureza Abstrata, no qual o Universo Manifestado é concebido” (SD 1 373 2 nota? 1 400 2 nota/li 88 nota 3 — DS II 80 nota 14).

O Chaos é idêntico ao Elemento ‘Uno Manifestado’ das Estâncias de Dzyan, o Elemento que Kwan-Shai-Yin, o Terceiro Logos (Adam Kadmon ou Avalokiteshvara)’ transforma nas ‘Grandes Águas’ e separa do ‘Oceano de Fogo’.

Essas ‘Grandes Águas’ nada• mais são do que a Alma do Mundo, as ‘Águas do Espaço’.

Da mesma maneira , em as Leis do Manu, o Ovo do Mundo, dividindo-se em duas partes, produz o céu Nara (O Mar de Fogo) e a terra Nari (a Alma do mundo) ‘ambos ainda na forma ideal, não na forma manifestada’ (IU II 267, 268).

O único veículo que o Logos Manifestado usa é Daiviprakriti, a Luz do Logos : ‘É através desta Luz que tudo é criado’ (SD 1 429/ 1 463/ 11147 — DS 11138).

 Esta ‘energia dinâmica da Ideação Cósmica’ é a ponte que permite ao Pensamento Divino agir na Substância universal: o que surge inicialmente no Logos é simplesmente uma imagem, uma concepção do que esta para ser no cosmos.

 Esta luz ou energia capta a imagem e a impressiona na matéria cósmica que já está manifestada. Assim vêm à existência todos os sistemas solares manifestados’ (PBG 19).


 É por isso que Subba Row afirma que Christos ou Avalokiteshvara, o Logos que ele também chama o ‘poder multiforme’ e a ‘Pequena Voz Silenciosa’ assim como a ‘Voz do Silêncio,’‘tem dentro de si o plano inteiro da Evolução da Vida’ (EW 528, 536, 537).

Do segundo plano em diante, a Daiviprakriti’ torna-se Fohat, ou as seis Forças Universais das quais é a síntese, cujas diferenças resultam das ‘peculiaridades de diferenciação da matéria’ na qual atua (CW X 386; SD 1 293/1 313/ 1 334 — DS 1 322).

 Fohat é o vocábulo tibetano correspondente ao que, tanto nos Vedas, como no Avesta, é chamado Apam Napat (literalmente: o Filho das Águas).

Fohat é o ‘Filho do Aether’ , isto é, o produto de Akasha (o sétimo princípio), o ‘Pai-Mãe dos Sete primordiais e do Som ou o Logos’ ( SD 1 76/1 105/1 142 — DS 1133; SD II 400 4° nota/lI 418 4° nota/IlI 399 nota 4 — DS III 418, nota 58; GT art. Akasha).

 Esta ‘ponte misteriosa entre a Mente e a Matéria’ (SD 116/1 44/1 81— DS 1 83) é também, como vimos, a ‘Raiz do SELF mental’ da qual derivam todas as outras consciências, pois a luz do Logos é uma ‘Luz de consciência, de percepção mental e física’ (SD 1 430/1 463/11 148 — DS 11137).

 ‘Manifesta-se como consciência’ e ‘não se deve supor que aquela consciência seja uma espécie de entidade independente criada por esta luz; é um modo ou uma manifestação da própria luz, que é vida’ (PBG 25).

Mme. Blavatsky chama algumas vezes Akasha a Alma Universal (SD II 511/11 538/ IV 81 — DS IV 79). Também usa frequentemente  este termo sânscrito, alternadamente com a palavra Aether, para indicar ou o sétimo princípio cósmico ou o quinto (Ether).

Sendo o Terceiro Logos identificado com a Mente Cósmica (Mahat ou Maha-Buddhi) cabe explicitar que a substância ontológica da Mente Divina são todas as Inteligências Divinas Espirituais. A Mente Divina são essas Inteligências Espirituais ou Deuses (incluindo as Mónadas Humanas) e não a Mente de um Ser (um Deus…) em particular.

Algumas vezes dá ainda o nome de Akasha à substância dos três planos superiores sem forma (arupa) do Universo, enquanto emprega ‘Luz Astral” para a matéria dos três planos seguintes:

 ‘A Luz Astral é a que reflete os três planos mais elevados de consciência e está acima do inferior, ou plano terrestre; portanto, não vai além do quarto plano onde, podemos dizer, o Akasha começa’ (CW X 360).

A Alma do Mundo é o ‘Fogo Vivo’, Magnes, a eletricidade oculta que fornece ao homem seu ‘espírito divino’.

 Mas, no seu aspecto inferior, é também a ‘Luz Astral’ que dá a ‘alma astral’ para toda coisa viva (SD 1 34411 367/lI 58 — DS II 51; I,U 1 xxvii, 64, 129, 139 2° nota; GT art. Luz Astral), pois a ‘anima mundi é dual e bissexual.

 Sua parte masculina é inteiramente divina e espiritual; é a Sabedoria, enquanto que a parte feminina (o Spiritus dos Nazarenos).., é o princípio da vida de toda criatura viva, e fornece a alma astral, o ‘perispírito’ fluídico aos homens, animais, aves do ar e a tudo que vive’ (IU 1301, 2 nota; SD 1196/1218/1246 —DS 1236).

Assim toda coisa viva é composta, em primeiro lugar, de um espírito fornecido pela porção mais elevada da anima mundi, que é o sexto princípio cósmico; em segundo lugar, de uma alma vinda da parte mais inferior da Alma do mundo e finalmente de um corpo físico.

 ‘Os animais têm apenas o germe da alma imortal mais elevada como um terceiro princípio’. Seu espírito está latente e ‘desenvolver-se-á somente através de uma série de incontáveis evoluções’ (IU 1 301 2 nota).

 Os Filósofos gregos sustentavam que, no ser humano, nous (Espírito) deriva do ‘interior da Alma Universal’ cujo exterior, de acordo com eles, fornece o phren e thumos (a Mente Inferior e o Kama-Rupa) (KT 96,’105, 106).

61A alma astral ou perispírito corresponde ao ‘Sopro da Vida’; o Nephesh dos cabalistas.

 É o ‘Princípio Prana-Kâmico ou Alma animal vital no homem’ (GT art. Nephesh), o ‘Quarto Princípio, e também o segundo, Prana, pois Nephesh é o “Sopro da Vida” no homem, assim como no animal ou no inseto, da vida física, material que em si não tem espiritua1idade(SD 1 243, 2 notaII 263, 2 nota/I 288 nota 2 — DS 277, nota 171).

62Mme. Blavatsky identifica esta alma astral ao ‘“Jiva” ou princípio vital que anima o homem, o animal, a planta ou mesmo um mineral’ e que, ‘certamente, é “uma forma de força indestrutível” ou anima mundi, a alma viva universal’ (CW V 112).

Jivatma (representado no Zodíaco pelo signo de Leão) é um sinônimo de Mahat, isto é, da Alma do Mundo.

 Mme. Blavatsky afirma que ‘no seu estado mais inferior ou mais material’ é ‘o princípio vital que anima os corpos materiais dos mundos animal e vegetal etc.’ (EW 9 nota 1, fornecida por Mme. Blavatsky).

A ‘alma divina’, para cuja formação o ‘Fogo Vivo’ é necessário (IU 300 nota 1, 301), é Buddhi, o sexto princípio humano, a centelha ‘nascida da Essência pura do Sexto Princípio Universal’ (SD 1 17/1 45/1 82 — DS 1 84, pois Buddhi, ‘um raio da Alma Espiritual Universal (Alaya) (SD III 4941V 471 — DS VI 139), é ‘da essência do mais elevado plano de Akasha e, portanto, não se diferencia’ (CW X 324).

62O Homem é ‘um pequeno mundo, um microcosmo dentro do grande Universo. Como um feto é conectado por todos os seus três espíritos à matriz do macrocosmo; e, enquanto seu corpo terrestre está em constante harmonia com sua mãe, a terra, sua alma astral vive em
uníssono com a anima mundi sideral, isto é, com a parte inferior da Alma do Mundo.

 Ele está nela, assim como ela está nele, pois o elemento permeante universal ocupa todo o espaço e é o próprio espaço, apenas ilimitado e infinito. Quanto ao seu terceiro espírito, o divino, é apenas um raio infinitesimal, uma das inúmeras irradiações procedentes diretamente da Causa mais Elevada
— A Luz Espiritual do Mundo’ (1U 212).

Neste contexto Mme. Blavatsky cita o ensinamento de Paracelsus: ‘Três espíritos vivem e atuam no homem; três mundos lançam suas sementes neles... O primeiro é o espírito dos elementos (o corpo material e a Força vital na sua condição primitiva); o segundo, o espírito das estrelas (o corpo sideral ou astral — a alma); o terceiro é o espírito Divino (O Augoeides)’ (IU 212).

A Alma do Mundo, a ‘Luz Astral’ dos cabalistas, é, portanto, nos seus dois aspectos, a força universal, o ‘princípio da vida’ ou o archaeus de Von Helmont (IU 1 400), a causa misteriosa que mantém acesas as lâmpadas sempre incandescentes mencionadas por Mme. Blavatsky (IU 1 224 e seguintes) e a energia que segundo ela, foi descrita por Bulwer Lytton na sua novela lhe Coming Race (A Raça Futura) onde chamada ‘VRIL’ (IU 1125, 126).

 Sophia’, o Logos feminino, o Espírito Santo dos gnósticos (CW X 333) é a ‘Sabedoria manifestada (no mundo fenomenal)’, o ‘Grande Ativo’ e a Substância ativa, Prakriti na sua condição diferenciada (ML 340, 342), em outras palavras, o sexto princípio cósmico, a parte mais elevada da Alma do Mundo, ‘o Criador de tudo’ (SD 1 72, 3 nota/I 101, 1 notall 139, nota 2— DS 1 129).

Sua filha, Sophia Achamoth, personifica a ‘Luz Astral Inferior’, ambos sendo ‘uma e a mesma coisa vista de dois aspectos, o espiritual e o psíquico’ (SD 1197 e 2° nota/1 2 19/1 247 — DS 1 237), isto é, nous, a Sabedoria Divina mais elevada e psyche, ‘a mais inferior e terrestre’ (SD 197, 2 nota/1 219 2° nota/I 247, nota 2— DS 1297, nota 87).

Como Vishnu, o ‘Deus do Princípio Úmido e da Água’ (SD II 591/II 625/1V 163 — DS IV 161), o ‘Doador da Vida, o Criador e o Preservador’ (IU II 303), Sophia, vista como o sexto princípio cósmico, é simbolizada, no Selo de Salomão (2) pelo triângulo com a ponta para baixo. O outro triângulo, apontando para cima, representa o ‘Grande Passivo’ (a Sabedoria Oculta), isto é Shiva, o ‘Princípio do Fogo’, ‘o Destruidor’, ‘o Distribuidor da Morte’ (no mundo material, e é doador da vida no mundo espiritual) (ML 340, 341; SD II 591, 592/11 625, 626/IV 163, 164 — DS IV 161; GT art. Typhon).

Este simbolismo explica a menção, no primeiro dos dois grandes diagramas em Isis Unveiled (II 264), de Shiva e Vishnu, cada um com seu shakti; o primeiro, associado com o triângulo apontando para cima, o último, com o triângulo apontado para baixo.

 A orientação desses dois triângulos entrelaçados é tal que cada um dos vértices corresponde a um dos globos que, juntos com nosso próprio planeta, formam a cadeia terrestre como é representada, de acordo com Mme. Blavatsky, no Livro de Dzyan, cada um desses globos situados nos seguintes pontos: Leste, Nordeste, Noroeste, Oeste, Sudoeste e Sudeste (SD II 759/11 802/1V 328 — DS IV 329). Quanto ao nosso globo físico, está representado pelo círculo menor na base do diagrama.
O círculo envolvendo estes dois triângulos representa ‘Mahakasha — espaço infinito — o sétimo Princípio Universal’, o Macrocosmo, ‘encarnando a potencialidade de toda ação no Cosmo’, isto é, o Primeiro ou o Logos Imanifestado.

O ponto central da estrela de seis pontas é Kwan-Shai—Yin, o microcosmo, o Logos Manifestado, o ‘ponto germinal da atividade manifestada’, ao passo que o círculo é apenas a mera potencialidade de ação.

 Ambos são vistos como Avalokiteshvara’ (ML 340), porque ‘há dois Avalokiteshvaras no Esoterismo: o Primeiro e o Segundo Logos’ (SD 1 72 1 nota/1 101/1° 139 — DS 1 130), ou, se se prefere, o Primeiro Logos e o Terceiro.

 Pois Avalokiteshvara, como Brahma que é idêntico a ele, é ‘o Segundo Logos, ou ainda o Terceiro Logos, de acordo com a numeração adotada’ (CW X 313), isto é, se se leva em consideração o Pai-Mãe semimanifestado (que é então o Segundo Logos), ou se não se considera.

 No último caso, considera-se apenas o Logos Imanifestado (o Primeiro) e o Logos Manifestado (o Terceiro), que é então chamado o Segundo.

Entre os egípcios, a Alma do Mundo era Ísis a filha, esposa e irmã de Osíris’ (SD I 137/116/1 1194 — DS 1 183), a última idêntica a Adam Kadmon, o Terceiro Logos.

 Ísis, a ‘Grande Virgem Cósmica’, representada no Zodíaco pelo signo de Virgo (Virgem), que Subba Row associa à Luz Astral e as seis forças da Natureza (EW 12, 18), é na verdade ‘o sexto princípio do Cosmo,  o poder gerador do Universo — não é Prakriti, mas a energia produtora de Prakriti — e como tal gera a ideação na mente universal’ (EW 229).

É idêntica a Vênus, Eva, Kwan-Yin e Vach, assim como a Mylitta (SD II 43/II 47/III 55 — DS III 59), a ‘Grande Mãe’ dos caldeus, também chamada Ishtar. Simboliza o princípio feminino, a Divindade criadora, que é apenas o ‘agente executivo’ da ‘Divindade Superior’, do ‘Arquiteto’ (SD II 43/III 46/III 54, 55 — DS III 58,59);

 isto é, do Deus masculino, ou melhor, dos três Deuses masculinos que, sendo aspectos da Divindade Suprema, são idênticos. É pôr isso que Maria é considerada como a mãe dos três Deuses da Trindade Cristã, ‘porque eles são um’. Junto com esses três Deuses, ela forma o Tetraktys, o QuádrupLo Deus que os caldeus chamavam Arba-il (IU II 171).

Os três Logoi, ‘o “Pai” imanifestado, a “Mãe” semi-manifestada, e o Universo, que é o Terceiro Logos’ (CW X 332), são um porque são as três fases iniciais da manifestação crescentemente objetiva de uma única Realidade.

São os ‘símbolos personificados dos três estágios espirituais da Evolução’. O Primeiro Logos é ‘a potencialidade já presente, mas ainda imanifestada no seio do ‘Pai-Mãe’.

 O Segundo é a coletividade ‘abstrata’ dos Construtores do Universo.

Quanto ao Terceiro, é ‘a diferenciação final do Segundo e a individualização das Forças Cósmicas’ (CW X 334).

Cada um desses três Logoi está en rapport (em relação) com um dos três planos superiores (arupa) do Cosmo; a substância deste plano, animada pela energia do Logos correspondente, constitui um dos três tattvas superiores do Universo (SD III 492/V 469, 470— DS VI 132, 138).

A estrela de seis pontas circundada por um círculo é um símbolo do Tetraktys, assim como é o quadrado inserido num círculo ‘a mais potente de todas as figuras mágicas’ (SD 1I 99/I 126/I 161 — DS I 151; SD II 626/II 662/IV 197 — DS IV 195; CW VIII 144, 145; X 356, 357).

O Tetraktys reflete-se no homem no qual ‘o triângulo físico inferior’ (o aparelho sexual), ‘em conjunção com o ‘Uno feminino’, torna-se ‘o criador masculino- feminino’ (SD III 445 e diagrama I/V 426 e diagrama I— DS VI 89 e diagrama 1). Então, assim como no piano humano, no cosmo, o espírito (masculino) é triplo e a matéria (feminina) é una.

Sabemos que na antiguidade, no centro das encruzilhadas (simbolizando os dois Universos, o visível e o invisível, e também a função mediadora do deus), pilares de pedra eram erguidos encimados por um busto de Hermes, a divindade “psicopomposa” assim chamada porque era sua tarefa encontrar as almas dos que partiram e escoltá-los no mundo do além.
Ninguém ficava chocado em observar os órgãos reprodutores masculinos projetando-se do centro da frente desses pilares. Estes órgãos eram considerados sagrados, e sua visão não produzia sentimentos de vergonha nem pensamentos licenciosos (Jung, Man and His Symbols (O Homem e seus Símbolos) 155, 156).

Da mesma maneira, ainda hoje, o hindu não associa significação negativas às representações do lingam e yoni (os órgãos genitais masculino e feminino) que são publicamente exibidos no seu país.

A Alma do Mundo é ‘a Voz, a Vãch feminina “das cem formas”, Shatarpa ou a Natureza’ (SD 1 94/1 12 1/1 157 — DS 1 147). É produzida pelo Espírito de Deus (Adam Kadmon, o Terceiro Logos) que se reflete nas Águas do Espaço ou a matéria ainda não diferenciada do futuro Universo, e por esse meio produz a primeira vibração de diferenciação na homogeneidade da matéria primordial.

 Esta é a Voz que precede a ‘Palavra ou o Logos (o Verbo), isto quer dizer, a expressão precisa e objetiva do que permanecia até então nas profundezas do Pensamento Oculto’; em outras palavras, o Universo plenamente manifestado.

 Esta Trindade pode também se expressar pelos termos Cor, Som e Número (CW X 406).
A Alma do Mundo é a ‘Voz Melodiosa’, porque é o Som ou o Logos que constrói o Universo objetivo.

É também a ‘Mãe da Misericórdia e da Sabedoria’, porque no homem, é Buddhi, o sexto princípio, simbolizado no Idílio do Lótus Branco de Mabel Collins, pela Dama do Tanque do Lótus.

 O Lótus, como explica Subba Row, representa o chacra de mil pétalas no topo da cabeça, o centro de força através do qual a Mãe da Misericórdia jorra as águas da vida e da graça para a gratificação e a regeneração da alma humana” (EW 264).

Pois Budhdi, ‘a corrente de vida cósmica no homem’, não é outro senão a ‘luz e a aura do Logos’ (EW 268). Quando considerado simplesmente como ‘o veículo ou vestimenta do Espírito Supremo, Atma’, é um princípio passivo.

Visto como um princípio ativo, Kundalini, ‘um dos poderes místicos’ dos Yogues, denominada algumas vezes o ‘poder feérico’ e a ‘Mãe do Mundo’.

 É uma força eletroespiritual, uma potência criadora que, quando desperta para ação, pode facilmente matar ou criar’ (VS Fragmento 1 a.f. 38 notas 23, 24).

Isto é a ligação entre os membros de toda Fraternidade de Adeptos, e é a ‘transmissão desta luz’ que é chamada a ‘transferência de vida’ efetuada durante a iniciação (ÈW 270).

 Na Cabala, Buddhi é Shekinah que ‘desce... sobre o Assento Misericordioso’ (IU II 267 5° nota) e é a divina presença no caminho de Malkuth’ (o globo terrestre); pois Shekinah é ‘o Buddhi do corpo físico’ (CW VIII 152).

Buddhi é a Mônada humana, geralmente definida por Mme. Blavatsky como a ‘combinação dos dois Últimos Princípios no homem, o 6° e o 7° ‘,e o termo, ‘estritamente falando’, de acordo com ela, aplica-se somente à Alma Espiritual, isto é, ao sexto princípio, e ‘não ao seu mais elevado, o Princípio vivificante espiritual’ (o sétimo) (CW V 172).

‘Uma Mônada é apenas um centro de energia’ (EW 128), ‘um centro de Força Espiritual’ (CW V 172), mas é um centro de energia individual, alimentado pelo centro de força universal, o sétimo princípio.

Além disso, para Subba Row ‘a mônada humana não é idêntica ao sétimo princípio, Atma ou o Logos; é energia que atua através do sexto princípio.

 É a energia difundida do Logos, a vida una procedente do Logos como uma entidade ativa’ (EW 126). O sétimo princípio é, portanto, ‘a fonte de energia, enquanto que o sexto princípio é apenas a energia irradiada pelo sétimo’ (EW 140).

Esta energia é ‘jogada de acordo com a Lei da Evolução na forma mais inferior de matéria — o mineral’ (SD I 246/I 266/I 292 — DS I 280), alcançando assim o estágio mais baixo da longa e complicada jornada através dos mundos materiais.

Este é o fim da ‘involução’ à qual se segue a ‘evolução’, a fase ascendente durante a qual a Mônada, animando graus de matéria cada vez mais sutis e organismos cada vez mais perfeitos, volta ao ponto donde saiu, imbuída da consciência que faltava no início (ML 102).

 Escapando de sua prisão, a ‘pedra’ (o reino mineral), ‘de modificação em modificação, vem mais e mais alto’, passando pelos remos vegetal e animal até alcançar o reino humano (IU I 302; SD I 246/I 267/I 292 — DS 1 280).

As primeiras formas humanas animadas pela Mônada são inconscientes, uma vez que a Mônada possui consciência apenas num estado latente.

 Deixada sozinha, poderia eventualmente acontecer uma transformação gradual desta consciência potencial em consciência ativa, mas o procedimento adotado não é este.

Hierarquias de seres, em níveis diferentes, intervêm para dotar estes seres humanos com inteligência e poderes de sensação, diminuindo assim, consideravelmente, a peregrinação da Mônada no arco ascendente da evolução.

Estas hierarquias fornecem ao homem seus ‘dois princípios intermediários, que são a Vida senciente do animal irracional e a Alma Humana, pois a primeira é irracional sem a última’ (SD I 247/I 2676/I 292 — DS I 280).

Em outras palavras, eles dão ao homem o Manas (sua mente superior e sua mente inferior) e o Kama Rupa, o veículo dos desejos e paixões (SD 1 153/1 177/1 209 — DS I 198).

Nota de rodapé.
1 Desde que Sophia, como Kwan- Yin (a ‘Mãe da Misericórdia e do Conhecimento’, o ‘Triplo’ de Kwan-Shai-Yin) é a Mãe, a Esposa e a Filha do Logos

(SD 1136/1160/1193 — DS 1182) é ainda ‘num certo sentido’ (SD 1 72, 3 nota/I 101 1° nota/ 139 nota 2 — DS 1129 nota 27) Aditi ou Sephira (SD 1 4341/1 468/11 152 — DS II 142; SD II 43/II 46/III 54 —DS III 58) e até Shekinah que, como vimos, é colocada por Mme. Blavatsky acima de Sephira, mas que é muitas vezes identificada por ela com a última.

 Portanto, ela afirma que Shekinah é o Bythos dos gnósticos, a ‘primeira emanação feminina’ da Divindade Desconhecida (o primeiro Logos), junto com a qual faz nascer Ennoia (Ada,n Kadmon), o ‘Homem Primordial’ ou a ‘Mente manifestada’;

 isto é, o Logos Manifestado (o Terceiro), o ‘Espírito de Deus’ (IU II 169).

 Quando ela dá este significado a Sophia, Mme. Blavatsky afirma que a anima mundi (superior e inferior) é Sophia-Achamoth, que ‘contém os germes espiritual e material de tudo que é , e que como Eva, cujo protótipo ela é, é “a mãe de tudo que vive”, sendo a VIDA metade espiritual, metade material, que vivi fica a matéria inerte nas profundezas do chaos’ (IU II 227, 226).

1 “Moist” em inglês (N.E.)

2 Os dois triângulos entrelaçados que formam o Selo de Salomão e o Shri-Antara dos brâmanes simbolizam o Espírito (o que aponta  para cima)e a Matéria(SD I 118/I 143/I 177— DS 1 167).

Representam os Sete do Sepher Yetzirah (VI 7): Sete. Três olhando três e o Um equilibando os dois’. Com respeito ao papel do equilíbrio do Um.

1 Mme. Blavatksy define Daiviprakriti como ‘a Luz do Logos Imanifestado’ (SD 1 216/1 236/1 263 — DS 1 253); mas Subba Row lhe dá o significado de Fohat. 58


 1. É este Terceiro Logos que Subba Row pretende indicar, no seu Lectures on the Bhagavad-Gita pelo termo ‘Ishvara’ (CW X 313) que ele usa como sinônimo de Avalokiteshvara (PBG 11).

1. Entretanto, os ocultistas ocidentais e Eliphas Levi em particular — e muitas vezes a própria Mme. Blavatsky — usam esta expressão ao se referirem à Alma do Mundo, o sexto princípio cósmico (H.P.Blavatsky, A Modern Panarion, 409; SD 1 253/1275/1 299—DS 1287).

1. As Águas são um símbolo de Sabedoria e do Ensinamento
Ocultos... Ea, a Deusa da Sabedoria, é o “Peixe Sublime”, e
o Dragão ou Oannes é o Homem-Peixe caldeu, que emerge
das Águas para ensinar a Sabedoria’ (SD II 495 2 nota/II
520 2° nota/IV 63 nota 4 — DS IV 62, nota 57).

Postado por Dharmadhannyael
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