sábado, 19 de abril de 2014

TORNOZELOS , JOELHOS e SATURNO




TORNOZELOS, JOELHOS e SATURNO

Tornozelos e joelhos são articulações (a do tornozelo é do tipo esférico e a do joelho é uma dobradiça), e todas as articulações são encruzilhadas psicossomáticas.

 Como tal, seu papel é mediar forças físicas e também psicológicas que as atravessam. É devido à qualidade
de nossas articulações que temos condição de ser graciosos e bem integrados, ou então espásticos e desconjuntados.

 Por este motivo, a condição psicossomática das articulações revela muito a respeito da maneira pela qual a pessoa está lidando com o fluxo e com o movimento de sua vida.

 Além disso, quando estas encruzilhadas ficam com o trânsito engarrafado e há uma alta incidência de barreiras, passam a ser cronicamente tensas e bloqueadas, assim interrompendo o fluxo da harmonia da vida que as percorre.

Quando acontece isto, as articulações não só perdem sua graça e flexibilidade, como ainda tornam-se extremamente suscetíveis a torções e lesões.

 A saúde e a estabilidade dos tornozelos e joelhos é especialmente crítica na medida em que estão em posições que lhes exigem apoio constante de todo o corpomente, contra a força da gravidade.


Em termos psicossomáticos, os tornozelos e os joelhos relacionam-se a muitos dos mesmos traços e qualidades de caráter que foram atribuídos aos pés, tais como estabilidade; grounding, contato com a terra, facilidade de movimento e de mudança, auto sustentação e um senso de graça e presença.

Além disso, descobri durante os anos em que trabalhei como instrutor de atletismo e de ioga que as lesões dos tornozelos e joelhos estão frequentemente relacionadas a conflitos psicológicos, em torno de sentimentos de orgulho, progresso (ou resistência ao progresso), autossatisfação.

Tenho ficado fascinado ao observar que em muitos casos de lesão do tornozelo ou do joelho, as pessoas estavam envolvidas de modo considerável nalguma tensão pessoal que abrangia tais aspectos de suas vidas.

Poder-se-ia portanto dizer que tornozelos e joelhos refletem o senso de graça ou facilidade com o qual evoluímos ao longo de nossas vidas e nos movemos no mundo.
Quando estes aspectos de nossas vidas estão fluindo, estão abertos, nossos tornozelos e joelhos são flexíveis e vitais; quando estamos entalados ou conflitados, nossos tornozelos e joelhos terão propensão a se enrijecer e se tornar mais suscetíveis a lesões.

Dentro desta óptica, doenças e lesões podem ser consideradas como sinais de advertência, mensagens não-verbais que seu corpo transmite quando você não está tomando cuidado de si mesmo, como deveria.

Se você conseguir traduzir estas mensagens somáticas em informações psicoemocionais, tornar-se-á muito mais consciente de suas necessidades, paixões, conflitos.

 Neste sentido, o corpomente é quem resolve seus próprios problemas, pois as respostas erradas manifestam-se como tensão e as certas, como vitalidade.

SATURNO e os Joelhos

Segundo uma perspectiva superior, a função mais importante descrita por esse planeta é a de proporcionar forma, estrutura e limites.

Quando o homem entra no plano terrestre, precisa construir um veículo para proteger a fragilidade da alma e do espírito. O esqueleto é o veículo do espírito inato ao homem.

Saturno governa também os joelhos.

 O intrincado mecanismo de articulação dos joelhos dá sustentação à espinha, pois permite o deslocamento de toda a estrutura física. Portanto, quando os joelhos são afligidos, é um indício de que parte do problema pode estar ligada ao equilíbrio da estrutura óssea.

Numa emergência, ou quando a saúde se deteriora de repente, as pessoas muitas vezes sentem fraqueza nos joelhos, ficam incapazes de se sustentar.

 A fraqueza crônica dos joelhos pode indicar um problema ligado à vesícula biliar, pois, no sistema de acupuntura, um ponto importante da vesícula biliar situa-se nos joelhos.

 A vesícula produz a bílis, necessária para a digestão. A relação entre o par de opostos é óbvia aqui. Câncer, o signo oposto a Capricórnio, governa o sistema digestivo.

 Quando a vesícula biliar é afligida, pode desenvolver pedras. Saturno rege essas pedras. A artrite é outra doença descrita por Saturno.

Torna-se em especial dolorosa quando há acúmulo de cálcio nas articulações ou entre as partes ósseas do corpo. Saturno rege toda a área do corpo que absorve cálcio.

 Uma pessoa com aspectos difíceis de Saturno em seu mapa também pode ter uma deficiência de cálcio, facilmente reconhecida pela facilidade de se quebrarem essas partes do corpo.


A guarda do sistema realizada por Saturno focaliza-se em duas áreas muito importantes de proteção: as costelas e a coluna vertebral costelas protegem os pulmões, que se expandem para permitir a respiração.

A respiração conduz o oxigênio que purifica a corrente sanguínea, porém, mais que isso, o sopro da vida conduz a energia espiritual por todo o sistema.

A coluna vertebral protege o sistema nervoso, que conduz mensagens do cérebro para o corpo. Urano é o planeta que rege o sistema nervoso e descreve a essência espiritual.

 Cabe a Saturno proteger a energia espiritual, encerrando-a na estrutura física. A importantíssima linha de demarcação entre Saturno, o planeta ligado à terra, e Urano, o primeiro da oitava espiritual, pode ser vista na interação da caixa torácica com ·o diafragma (Saturno) e os pulmões (Urano), assim como na relação entre a coluna vertebral (Saturno) e o sistema nervoso (Urano).

O reverso da guarda maravilhosa de Saturno é uma predisposição à rigidez. Quando Saturno descreve condições de saúde, a manutenção da flexibilidade é a chave do bem estar.

Saturno descreve uma tendência a fechar-se quando é preciso suportar uma pressão física ou emocional grande demais.

 A rigidez restringe o fluxo de energia pelo corpo.

Assim como os joelhos devem curvar-se e ceder para a pessoa conseguir caminhar sobre superfície! irregulares, todo o sistema precisa continuar flexível para lidar com a superfície irregular do plano terrestre e suas provas.

Saturno também rege a cartilagem do nosso corpo quer se trate de discos entre nossas vértebras ou a cobertura em nossas articulações do joelho.
 Então, se você tem problemas no joelho que você pode olhar para ver se o seu Saturno, Urano e Netuno são ou em Capricórnio ou a sua polaridade oposta, Câncer.
 Se você tiver três ou mais aspectos difíceis para qualquer um destes planetas natais, você pode acabar com o joelho preocupações conjuntas.
 Então, ele não tem que ser o seu Sol em Capricórnio que incide sobre esta parte do seu corpo. Se o Sol tem três ou mais aspectos difíceis, então você cair sob a probabilidade de problemas de joelho ou da vesícula biliar em algum momento de sua vida.
 Os exercícios de alongamento são importantes para prevenir a rigidez do corpo.

O planeta Saturno representa o último dos planetas ligados à terra e anuncia os planetas de orientação espiritual, ou planetas externos como Urano, Netuno e Plutão.

Saturno é regente de Capricórnio, que governa o esqueleto, a estrutura óssea do corpo, os dentes e as unhas. Saturno rege as glândulas paratireóides, que regulam o metabolismo dos minerais necessários para
se ter ossos fortes.

 Descreve todas as funções dos ossos e da medula.

SAÚDE, DOENÇA E CRESCIMENTO PESSOAL
Creio que nesta altura seria oportuno que eu apresentasse a vocês algumas de minhas crenças e sentimentos com respeito a lesões e adoecimentos do corpomente.

Creio ser apropriado o uso dos joelhos como exemplo de discussão, pois há pouco tempo passei por uma série de problemas com meu joelho esquerdo, os quais culminaram numa ruptura de cartilagem e em sua subsequente remoção cirúrgica.

Durante toda minha vida sempre pratiquei alguma modalidade esportiva. Também me mostrei sempre descuidado na forma pela qual tratava meu corpomente, enquanto estava envolvido nestas atividades.

Em consequência disto, sofri uma certa cota de torções, luxações, distensões e fraturas. Passando em revista essa parte de minha vida, observo que a maioria destas lesões ocorreu nas articulações ou próximo a elas.

 Especialmente, a maioria destes assim chamados acidentes afetou ou meus tornozelos ou meus joelhos. Sempre acreditei que estes problemas aconteciam porque alguém me empurrou, ou porque caí do modo errado, ou porque o chão onde corria estava escorregadio.

 Ultimamente, à medida que me fui tornando mais consciente de minha própria natureza psicossomática
e comecei a assumir maior responsabilidade por um número maior de atos por mim realizados;

 notei que todas as minhas lesões se deram em momentos e em pontos do corpomente nos quais incidia uma pressão psicossomática extrema; por causa desta, estes locais ofereciam um limiar rebaixado de vitalidade à atividade do movimento agressivo que eu estava praticando.

A mais recente de todas as lesões de meu joelho se deu no ano passado, após um longo intervalo de anos de manutenção da saúde preventiva, isento de lesões.

Após o problema inicial e antes da operação cirúrgica corretiva, passei nove meses com uma dor e um aborrecimento intermitentes que me mantiveram continuamente consciente das necessidades de meu joelho, além de sensível a elas.

 Quem quer que já tenha alguma vez torcido um tornozelo ou distendido um punho sabe o que é não poder contar com o funcionamento integral de uma parte tão importante de seu corpo.

Tive oportunidade de aprender muito a respeito de mim mesmo durante estes meses e percebi que a atenção redobrada que prestava ao meu joelho, me permitia começar a ver exatamente o que estava acontecendo ali e por que, para início de conversa, eu o lesionara.

Foi uma pena eu não ter tido tão claras essas informações a respeito de meu corpomente, antes da época desta lesão.

Foi basicamente através de meus estudos de Yoga que criei um modo simples e valioso de considerar minha lesão - e todas elas, por falar no assunto - modo este que me permitiu um melhor entendimento de meus próprios processos de saúde/ doença.

 Esta explicação Yogue da autoconstrução e da autodestruição, da saúde e da doença que irei explicar brevemente a seguir, oferece uma perspectiva sobre a doença e a saúde consideravelmente diferente daquela que se nos é apresentada pelo nosso sistema médico contemporâneo;

 e creio que a colocação dos iogues é um meio mais apropriado para entender o modo como o corpomente se investiga a si mesmo, funciona e desfunciona por si.

A palavra ioga deriva deyuj, que se traduz grosseiramente por "juntar", "unir". A implicação do termo é que, através da investigação iogue de si mesmo, o indivíduo pode alcançar um estado de união consigo e com o universo do qual faz parte.

Existem quatro caminhos essenciais na ioga: karma ioga, que é o caminho da ação; bhakti ioga, que é a ioga da devoção e do amor altruísta; jnana (ou Jnani) ioga, que o caminho da auto reflexão e da sabedoria, a ioga filosófica; e raja ioga, considerada a "ioga suprema".

 A raja ioga contém elementos dos outros três caminhos da ioga, mas se caracteriza basicamente por técnicas de exercício físico, de meditação e pranaiama (exercícios respiratórios).

Raja é a forma da ioga com a qual estamos mais acostumados. Uma vez que este tipo de ioga está voltada para o desenvolvimento físico, mental e emocional, inclui uma variedade de disciplinas corpomentais bem conhecidas, como a Hatha Yoga, a prana ioga, a tantra ioga, Kundalini Yoga e sida Yoga.

Tenho praticado Hatha ioga regularmente durante os últimos oito anos; jnana ioga venho examinando há cinco. Posso acrescentar que, na realidade, não tenho efetivamente praticado hatha ioga.

Ao contrário, tenho praticado a "mim mesmo" com o concurso da Hatha ioga: Da mesma forma, não tenho examinado a jnana ioga, antes venho "me" examinando por meio das práticas da jnana ioga. Acredito que a ioga só pode ser entendida quando é experienciada pelo corpomente inteiro.

 Dado que é uma forma de auto investigação que se baseia principalmente na experiência, não se presta muito bem a uma descrição intelectual.

Conquanto hatha e jnana ioga abordem aspectos diferentes do autoconhecimento, descobri que quando são investigados e traduzidos por intermédio do corpomente, começam a emergir como expressões aproximadamente idênticas do mesmo conhecimento básico.

 Tentarei compartilhar com vocês um pouco desta perspectiva. A óptica ioga admite que cada um de nós é composto por um grande número de forças, sentimentos, limites, possibilidades e paixões. Estes aspectos existem no seio de meu corpo e da minha mente e, coletivamente, definem os limites que em geral identifico como "eu".

Portanto, a qualquer ponto no tempo, existe toda uma infinidade de limites e pontos críticas que aguardam minhas investigações e crescimento. A nível físico, estes limites são vividos como tensão muscular, movimento restrito, dor. Psicologicamente, são experimentados como dogma, ignorância e medo.

Todos eles contam com potencial para se modificarem e auto reestruturarem continuamente.

Bem, se agora me sento no chão e tento pegar meus dedos do pé com minha mão, observo que só consigo me alongar a mais ou menos uns 12 a 13 em de distância de meus pés, quando então começo a perceber tensão e uma dor moderada.

Neste ponto, os músculos da região lombar (minhas costas) e os músculos da parte de trás (barriga) de minhas pernas estão por demais tensos para que eu consiga ir mais um pouco à frente.

 Neste instante, estou sentindo um de meus limites. -
Nesta altura da estória, este ponto crítico é de alta importância pois, segundo a cosmologia iogue, é considerado um professor criativo como qual posso aprender coisas a respeito de mim mesmo.

 Se eu me aproximar deste professor/ponto crítico com amor, sensibilidade e percepção, descobrirei que ele irá deslocar-se, permitindo para mim um maior âmbito de movimentação.

 Se me afastar dele intimidado, nada aprenderei de novo e, com o tempo, meu próprio dogma/tensão irá contrair-se sobre si mesmo e eu ficarei ainda mais contraído.

Se tentar ultrapassá-lo violentamente poderei iludir-me e pensar que aprendi e expandi-me mas, na realidade, o que acontece em geral é que estou só me impressionando temporariamente com um ataque de ambição e tal sentimento irá provavelmente contrair-se sobre si mesmo;

 na forma de insegurança e medo, forçando-me a entrar numa confusão ainda maior ou então em incompreensões potencialmente perigosas.

 Quando, a nível físico, me aproximo delicada e conscientemente de um ponto crítico, meu corpo responde focalizando a energia e a atenção neste ponto, eu me concentro nessa área, minha mente e minha alma se unem ao meu corpo, e a consciência espiritual da Luz da harmonia do meu corpo estimula a cura áurica e etérica;

 e assim, é possível o sangue e a energia banharem os músculos e órgãos descontraídos com vitalidade e vida, o que me permite experimentar o verdadeiro crescimento e o verdadeiro nutrir-me a partir de mim mesmo.

 Porém, se eu não tentar um contato com esse ponto crítico, meu corpo, destituído de motivo de enfoque, terá dificuldade pata isolar o local em questão e alimentá-lo, do que decorrerá pouco crescimento e pouco aperfeiçoamento.

Para colocar a coisa nos extremos: se eu jamais explorar meus limites, meu corpomente irá aos poucos se enrijecendo e se tornando inconsciente com regularidade de maneira cuidadosa, e corajosa, irei me expandir e crescer.

Mas se eu quiser me forçar a ir mais além de onde consigo honestamente chegar, não estarei mais praticando "ioga;' mas, ao contrário, irei praticar "cobiça", arrogância, e provavelmente serei defrontado pela dor e pela doença.

 Em linguagem nua e crua: é a diferença entre ignorar,
amar ou estuprar a si mesmo.

Outro aspecto fascinante é que o professor/ponto crítico, além de definir os limites da expansão e da contração, também distingue a sutil demarcatória existente entre a autodestruição e a autocriação.
Neste sentido, o artista se esforça para estar constantemente ultrapassando os limites de suas próprias capacitações e ignorâncias, a fim de experimentar uma nova ideia, um insight criativo, uma visão iluminadora.

 Mas se ele se forçar com muita intensidade ou com muita pressa na ultrapassagem destes limites, sentirá tensão, dor e sofrimento.

 O mesmo acontece com o atleta ou com o iogue. Quando o crescimento psicológico ou físico são forçados demais, o movimento para a expansão e para a criatividade é muitas vezes forçado a procurar outro caminho, enveredando pela dor, pela pressão, pela desintegração.

Muito bom, mas o que é que tudo isto tem a ver com saúde, doença e crescimento pessoal? Bem, a implicação desta perspectiva iogue é que à saúde, a doença e o crescimento pessoal são todos aspectos do modo como você lida consigo mesmo.

 Quando você está numa disposição amorosa a seu próprio respeito, livre de conflitos cronicamente dolorosos, seu corpomente manifesta um estado de saúde.

 Da mesma forma, quando você está numa disposição inconsciente e carente de amor com relação a si mesmo, você corre o risco de levar seu corpomente a um estado de doença e de tensão que destruirá sua saúde e prejudicará seu crescimento.

 Está cheio de vida e em contínua expansão é estar investigando constantemente a interação destas possibilidades corpomentais inextricavelmente interligadas.

 Esta perspectiva sugere também que o meio mais eficaz e eficiente para o desenvolvimento pessoal consiste em ser tão consciente e perceptivo quanto possível, respeitando todo o tempo os limites de si mesmo e considerando a expansividade continuamente regeneradora.

Esta perspectiva reflete a abordagem iogue holista da não violência, da não competição, com respeito à educação, ao crescimento, à saúde, contrastando com nossa filosofia ocidental e nossas práticas de saúde, que são frequentemente competitivas, agressivas e insensíveis a si mesmas.

Quando o corpomente se trata de modo insensível, geralmente causa lesões, estiramentos, desfuncionamentos e a localização específica deste mal-estar é normalmente uma excelente indicação do tipo exato de descuidada agressividade que esteve em ação contra si mesmo.

Um exemplo perfeito de como o corpomente sob pressão é levado à doença psicossomática pode ser observado nos fatores que contribuíram para a ruptura de cartilagem que provoquei em meu joelho esquerdo.

Há dois anos, estava eu vivendo pacificamente numa pequena cabana rodeada por uma floresta de sequóias. Já estava morando ali perto de dois anos e minha vida se havia tornado confortável e assentada.

 Certa manhã, meu senhorio bateu à minha porta, me acordou e me disse que havia decidido deixar que alguns amigos seus morassem na minha casa, de modo que eu deveria me mudar dentro dos próximos dias.

Fiquei no mesmo instante completamente infeliz perante aquela inesperada modificação de minha vida.
Me deparava com diversas perguntas conflitantes. Deveria ficar na cidade ou mudar?

 Se fosse o caso de sair, para onde e por que iria para outro lugar?

 Naquela época, minha vida profissional estava atingindo um estágio crítico que me fazia confrontar minha própria popularidade crescente dentro do movimento pelo potencial humano.

Desnecessário dizer que meu próprio ego e minhas ambiciosas motivações pessoais estavam embaraçosamente ativas.

Dentro das próximas quatro semanas, estava programado para dar início a uma série de palestras e workshops que iriam durar seis semanas no total, percorrendo a Costa Leste,

de modo que retirei todas as minhas coisas de dentro daquela casa e as coloquei na soleira da porta da casa de um amigo até que chegou o momento de partir para Nova York.

 Fiquei tão aborrecido de ter de deixar minha bela casa e de empacotar todas as coisas nas caixas que minha ioga sofreu um certo abalo e meu corpo ficou tenso.

Enquanto estive na Costa Leste, minha mente andava às voltas com decisões iminentes sobre minha vida, mantendo-me parcialmente sem grounding, onde quer que eu estivesse.

 Meus pensamentos estavam repletos de insegurança e meu corpomente foi obrigado a experimentar e armazenar toda esta pressão acumulada.

Sendo assim, minha estabilidade pessoal, minha capacidade de me sustentar; meu ego, minha agressividade, tudo isto estava em conflito e tal conflito manifestou-se nos joelhos, especialmente no esquerdo, o qual estava tentando me dizer que eu devia ir mais devagar e me tornar mais receptivo-aos acontecimentos.

Se eu tivesse prestado mais atenção a mim mesmo, poderia ter respondido a estes sinais e poderia ter conseguido me equilibrar eliminando todas as confusões que prevaleciam em meu corpomente;
porém, como é comum em situações tumultuadas, eu estava ainda menos razoável do que de costume.

 De modo que, certo dia quando estava fazendo meus exercícios diários, decidi dar uma "colher de chá" para o ego e tentei realizar uma postura de ioga extremamente difícil que só poucas vezes antes eu tinha conseguido realizar.

Esta postura exigia que eu forçasse simultaneamente uma grande quantidade de minhas regiões musculares ao máximo de seus limites, causando uma espécie de ato de malabarismo consciente, dentro de meu sistema psicofísico.

 A área de menor percepção e de maior pressão, meu joelho esquerdo, simplesmente não pôde suportar a tensão de tanta pressão psicossomática. Cedeu e rompi a cartilagem mediai do menisco, na parede interna do joelho esquerdo.

Isentando-me de todo julgamento de valor a respeito do benefício ou do prejuízo de lesões, consigo ver claramente que essa lesão me apresentou uma nítida colocação de como estava meu corpomente naquele momento de minha vida.

  Como um grito físico, recordou-me de quem e do que era eu, naquele instante em particular.  A  
lloucura de se machucar é que freqüentementefrequentemente isso nos força por
fim a prestar atenção em nós mesmos.

Assim que senti a ruptura e a dor, minha reação imediata de tristeza e de confusão modificou-se aos poucos para riso e autoconsciência, pois que eu reconhecia dolorosamente que durante semanas me mostrara desatento e inconsciente de mim mesmo.

 A dor no joelho devolveu-me à consciência de minha responsabilidade por mim mesmo. Conquanto transtornado pela lesão, fiquei estranhamente satisfeito pela intimidade que mais uma vez voltava a sentir em relação a mim mesmo.

 Não estou sugerindo que todo mundo tenha que começar a partir seu corpo em pedaços a fim de chegar a conhecê-lo. No entanto, estou propondo que o corpomente exige e merece atenção e autoconsideração, e que quando é negligenciado ou pressionado torna-se mais suscetível a lesões.

 No meu caso pessoal, o ponto de adoecimento ocorreu exatamente na encruzilhada que mais explicitamente ilustrava meu estado de falta de consciência e de desintegração, naquela época de minha vida.

Durante momentos de conflito como aquele, é necessária uma concentração da atenção a fim de manter a harmonia do corpomente; não obstante, muitos de nós prestamos em geral menos atenção afetuosa a nós mesmos, durante períodos de tumulto e de tensão.

Este exemplo extraído de minha vida particular, é do tipo em que uma lesão aguda emergiu de um estado crônico de pressão do qual não havia reconhecimento e para o qual não havia dado atenção ou cuidados.

O bloqueio foi a manifestação de todos os fatores de minha vida que não haviam sido solucionados e de todos os sentimentos que existiam em meu íntimo, com relação a tais fatores.

 De modo que essa lesão não foi algo que me sucedeu e sobre a qual eu não possuía controle. Tampouco tratou-se de um acidente.

 Ao contrário: foi uma colocação honesta e precisa daquilo que eu estava fazendo comigo e para mim e que simplesmente estava se refletindo de volta através da linguagem de meu corpomente.

Desde essa lesão no joelho, e devido à minha percepção cada vez maior, segundo a yoga, de que o funcionamento do corpomente está associado a meus próprios estados internos de harmonia e de saúde;

 fiquei muito mais sintonizado nas necessidades de meu corpomente e, por meio disto, muito mais capaz de curar e de harmonizar, consciente e amorosamente, a variedade de forças e de paixões que existem dentro dele ... dentro de mim.

Embora seu corpomente seja uma máquina espantosa em sua eficiência, durabilidade, capacidade de curar-se por si e de evoluir, tem também seus limites.

  Se os pontos críticos psicossomáticos não são objeto de cuidado, ou se são maldosamente explorados, seu corpomente irá experimentar tensão, pressão, dor, doença, lesões e por fim a autodestruição.

 Fui levado a crer que o corpomente desfunciona em geral em momentos de pressão e em pontos psicossomáticos que estão voltados para interações tensionantes, a ponto de o limiar saudável para a doença ter sido rebaixado, o que dá então margem a fraquezas ou adoecimentos.

 Por exemplo, quando uma parte do corpomente é mantida em tensão, isolada do fluxo da energia e da nutrição que percorre o corpo com regularidade, aquela região terá propensão a entrar em disfunção e a morrer antes das demais.

 Assim, está dentro do corpomente humano; as regiões de conflitos irresolvidos podem se tornar desertos psicossomáticos áridos, coexistentes com um sistema de economia vital, exceto por tal região.

 As áreas sufocadas de vida e de energia irão perder vitalidade, tornar-se mais frágeis, mais adoecidas e portanto mais propensas a lesões e moléstias.

Os pontos de pressão psicossomática podem surgir em qualquer local do corpomente. Na barriga, podem se constituir num cólon espásticos, ou num cisto de ovário;

 no peito, podem manifestar-se como tórax frio, asma, ou ataque de bronquite; na pelve, em tensão e bloqueio que são a frigidez sexual ou uma condição ciática; no pescoço, o conflito pode ser vivido como tensão e movimento limitado.

Os conflitos podem também aparecer nas articulações
porque, conforme já mencionei as articulações são encruzilhadas e portanto tornam-se extremamente suscetíveis a bloqueios e conflitos.

Este texto é resultado de uma pesquisa, é uma compilação, um resumo, inspirado em vários mestres do assunto: Liz  Greene, Sasportas, Nauman E., e outros mestres do assunto. 

6 comentários:

  1. Obrigada pelo texto e também por compartilhar o nome dos outros escritores!

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  2. Obrigada, atualmente estou num conflito comigo mesma, com a familia, com meu joelho esquerdo doendo...

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  3. Agradeco muito por compartilhar sua experiencia e ensinamentos que vc aprendeu com ela. Eu torci meu joelho esquerdo recentemente e lendo esse texto descobri muito do que esta além da torção em si.
    Muita luz, saude e harmonia para todos nos, no nosso corpomente!

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  4. Agradeço profundamente por compartilhar a sua experiência vivida e o seu saber! Ampliando a consciência,alargando os horizontes e fortalecendo o campo dentro das infinitas possibilidades. Acabei de destruir meu tornozelo esquerdo, depois de pensar que tinha resolvido o direito, num processo desde 2011... Ok, a busca continua! O bom, ainda que eu esteja morrendo de dor, é que o recado é claro! Então, converso amorosamente com meu corpo, com a minha mente cheia de dúvidas, que não consegue ter coragem de fazer a escolha... e converso também com o buraco, quase em tom de agradecimento! rsrsrs. Penso nesse momento, que a escolha do caminho já não tem mais volta. A coragem vem, logo menos. A Phoenix que habita em mim sempre foi tão forte e agora custou tanto. Mas agora vai! Com dor mesmo...rsrsrs
    O ridículo é precisar de um sinal tão contundente, né?...
    Gratidão pelo texto! Bjo no coração!

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  5. Pensando aqui na relação dessa batalha com os meus tornozelos com relação a Saturno, Urano e Netuno. Meu mapa é um dos mais desafiadores que eu já conheci, com quase todo mundo retrógrado. Mas meu Saturno Natal é um dos dois diretos e bastante empoderado em Áries, na casa 2. O outro também, infelizmente é Vênus também ariana, o que ainda que venha conferir força dá uma confusão danada no contexto geral...
    Netuno junto com Marte, ambos retrógrados, justo no meu ascendente, Escorpião. Águas profundas e Karmas pra serem transmutados, à rodo...rsrsrs
    Por fim, Urano junto com Plutão, ambos Rx, super desafiados e desafiadores na casa 11 em Virgem, e dividem a casa 11 com o Nodo Norte, ainda em Leão. Tarefa pouca. Se vim com ela é pq tenho ferramentas pra dar conta. Já admiti isso!
    Só não consegui estabelecer uma relação deles com as minhas "dobradiças"... No caso as minhas que sofrem não são os joelhos (ou eles sofrem muito menos). Minha luta está com o tornozelo e as minhas escolhas, talvez.
    Valeu a reflexão! vou refletir depois com menos dor. Bjo no coração!

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