quarta-feira, 18 de junho de 2014

Quem é você? Como se auto descreve?




Quem é você? Como se auto descreve?
 Para responder a essas duas perguntas, muito provavelmente terá que recorrer a sua própria história, a um passado que já foi vivido, mas ao qual você está sem dúvida atado e do qual acha difícil escapar.

Como você se descreve define o personagem que vai entrar em cena na vida, e está relacionado a sua auto estima, que define seu magnetismo pessoal, sua alegria e motivação. você se revela ao mundo, como você se vê no espelho. Dharmadhannya

 Quais são suas auto definições? São elas simples etiquetinhas que você acumulou a vida inteira? Você tem uma gaveta cheia de auto definições que usa regularmente?

Entre elas podem estar rótulos como: sou ner­voso, tímido, preguiçoso, não tenho musicalidade, sou desajeita­do, esqueço tudo, e mais uma série de outros “sou”, que você usa.

 Provavelmente, há também uma porção de rótulos positivos de “eu sou”, como: sou amoroso, bom no bridge, gentil.

 Esses não serão tratados aqui, uma vez que o propósito deste texto é ajudar você a crescer, em lugar de aplaudi-lo pelas áreas de sua vida em que você opera com eficiência.


Os antecedentes dos seus “Eu Sou” enquadram-se em duas categorias. O primeiro tipo de rótulos vem de outras pessoas. Fo­ram incutidos em você quando era criança e você os vem carre­gando até hoje.

 Os outros rótulos são o resultado de uma escolha feita por você, para se proteger da obrigação de cumprir tarefas desconfortáveis ou difíceis.

A maior parte dos “Eu Sou” são sobras, resquícios de uma época em que você ouvia frases como: “Ele é desajeitado; o irmão é bom nos esportes, mas ele é o estudioso”.

 Ou: “Você é igualzinho a mim. Também nunca fui bom em soletrar”. Ou: “Billy sempre foi o tímido.” Ou: “Ela é exatamente como o pai; incapaz de cantar sem desafinar.”

Esses são os ritos do nascimento dos “Eu Sou” que jamais foram desafiados. Eles são aceitos simplesmente como uma condição da vida.

Converse com as pessoas da sua vida que lhe parecem as maio­res responsáveis por muitos dos seus “Eu Sou” (pais, velhos ami­gos da família, antigos professores, avós etc.). Pergunte-lhes como ... é que eles acham que você ficou sendo como é e se sempre foi as­sim.

 Diga-lhes que está decidido a modificar-se e veja se acreditam que seja capaz disso. Vai ficar surpreso diante das interpretações deles e de como acham que você não pode ser nada diferente, uma vez que “Você sempre foi assim”.

A segunda categoria dos “Eu Sou” origina-se nesses rótulos convenientes que você aprendeu a colocar em si próprio, a fim de evitar as atividades desagradáveis.


Segue-se uma lista de alguns rótulos que são relíquias do pas­sado. Se você se enquadra em alguns deles, talvez gostasse de mudá-los.. Lembre-se de que esta não é uma discussão sobre o que você simplesmente não aprecia, mas um exame do comportamento que o afasta das atividades nas quais você talvez encontrasse uma gran­de dose de prazer e de estímulo.

Dez categorias típicas de “Eu Sou” e seus
NEURÓTICOS DIVIDENDOS
1.                  “Eu Sou” ruim em matemática, ortografia, leitura, línguas etc.

Este “Eu Sou” garante que você não fará o esforço necessário
para mudar O “Eu Sou” acadêmico tem em vista manter você afas­tado até mesmo de ter que fazer o penoso trabalho que é exigido para dominar o assunto que, tradicionalmente, você considera di­fícil ou maçante. Enquanto você se rotular de inepto, tem uma ex­celente razão para evitar enfrentar a tarefa.

2.                  “Eu Sou péssimo” em determinadas habilidades, tais como cozinhar, praticar esportes, fazer crochê, desenhar, representar etc.
Este “Eu Sou” assegura que você não terá que fazer nenhuma dessas coisas no futuro e justifica qualquer mau desempenho no passado. “Sempre fui assim; essa é a minha natureza.”
Essa atitude reforça a sua inércia e, mais importante, ajuda você a apegar-se à ... noção absurda de que não deverá fazer coisa alguma, a menos que a faça muito bem. Assim, a menos que você seja o campeão do mundo, evitar é melhor do que fazer.

3.                  “Eu Sou” tímida, reservada, temperamental, nervosa, me­drosa etc.
O apelo destes “Eu Sou” é feito à genética. Ao invés de desafiá-los e o pensamento autodestruidor que os apóia, você simplesmen­te os aceita, como uma confirmação da maneira que sempre foi a sua. Você pode, também, culpar os seus pais e usá-los como a razão para seu atual “Eu Sou”.

Você os transforma na causa e não tem que trabalhar para ser diferente. Escolhe esse comportamento como um modo de evitar uma atitude afirmativa em situações que a você sempre pareceram problemáticas. Este “Eu Sou” é um resí­duo da infância, quando outros tinham um profundo interesse em fazer você acreditar que era incapaz de pensar por si própria.

Estes são os “Eu Sou” de personalidade, são auto definições que ajudam você a evitar a façanha difícil de ser diferente daquilo que você sem­pre foi. Simplesmente, você define sua personalidade com um “Eu Sou” conveniente e pode agora desculpar todos os tipos de com­portamento auto-anuladores, declarando-os fora de seu controle.

Nega a noção de que pode escolher sua própria personalidade, e em vez disso se apóia em sua infelicidade genética para explicar todos os demais traços de personalidade que gostaria de negar.

4.                  “Eu Sou” desajeitado, sem coordenação etc.
Estes “Eu Sou” que você aprendeu quando criança o capaci­tam a evitar o ridículo potencial que poderia ter que enfrentar por não ser fisicamente tão capaz quanto os outros. Sua falta de habi­lidade, naturalmente, decorre do antecedente histórico de acredi­tar em tais “Eu Sou” e, daí, evitar a atividade física, em vez de resultar de algum defeito inerente a você.

Você melhora naquilo que pratica, não naquilo que evita. Mantenha o seu “Eu Sou” e per­manecerá à margem, observando e desejando, mas fazendo de conta que você realmente não gosta desse tipo de coisa.

5.                  “Eu Sou” sem atrativos, feio, ossudo, sem graça, alto demais etc.
Estes “Eu Sou” fisiológicos são úteis para mantê-lo distante de assumir compromissos com o sexo oposto e para justificar a auto- imagem pobre e a falta de amor que escolheu para si próprio.

 En­quanto você se descrever dessa forma, tem uma desculpa pronta para não se expor numa relação amorosa. E também não precisa ter trabalho de fazer-se atraente a seus próprios olhos. 

Usa seu es­pelho como uma justificativa para não se arriscar. Só existe um problema: vemos exatamente aquilo que escolhemos ver — mes­mo no espelho.

6.                  “Eu Sou” desorganizado, meticuloso, desleixado etc.
Estes “Eu Sou” de comportamento são convenientes para a
manipulação das outras pessoas e para justificar a razão pela qual as coisas devem ser feitas de determinada maneira. Sempre fiz isso assim.

Como se a tradição fosse uma razão para se fazer qualquer coisa. E sempre farei isso dessa forma, é a mensagem não declara­da.

Pelo fato de repousar na maneira pela qual sempre fez essa coisa, você jamais terá que considerar a arriscada ideia de fazê-la de for­ma diferente e pode, simultaneamente, assegurar-se de que todo mundo à sua volta vai igualmente fazer isso da forma que você faz. Este é o “Eu Sou” que se apóia na “política”, como um substituto para o raciocínio.

7.                  “Eu Sou” esquecido, descuidado, irresponsável, apático etc.
Estes tipos de “Eu Sou” são especialmente úteis quando você
deseja se justificar por algum comportamento ineficiente. O “Eu Sou” o dispensa de jamais se preocupar com suas lembranças ou... com seus descuidos, e você simplesmente se desculpa com o seu simples e fácil:

 “Eu Sou assim.” Enquanto você for capaz de arran­jar este “Eu Sou” quando se comportar de qualquer das maneiras descritas anteriormente, nunca precisará ter o trabalho de mudar. 

Continue esquecido e recordando a si próprio que de fato não pode evitar isso e assim sempre se esquecerá de tudo.
8.                  “Eu Sou” italiano, alemão, judeu, irlandês, negro, chinês etc.
Estes são os seus “eu sou” étnicos, e eles funcionam muito bem quando você se vê sem outras razões para explicar alguns de seus comportamentos, que não o ajudam, mas que são difíceis demais de controlar.

 Sempre que você se vê comportando-se de forma es­tereotipada, associada a seu substrato cultural, você se volta para o seu “eu sou” étnico como uma justificação. Uma vez perguntei a um maitre-d’hôtel por que ele se excitava tão facilmente e reagia ao menor problema com explosões indignadas e ele respondeu:
 “O que você espera de mim? Sou italiano. Não posso evitar isso.”

9.                  “Eu Sou” mandão, atrevido, autoritário etc.
Aqui o seu “eu sou” lhe permitirá continuar com seus atos hostis, em vez de contribuir para que desenvolva sua autodisciplina. Você disfarça o comportamento com: “Não posso evitar, sempre fui assim.”

10.               “Eu Sou” velho, de meia-idade, cansado etc.
Com este “eu sou” você pode usar sua idade como uma razão para não participar de atividades que poderiam ser arriscadas ou perigosas.

 Sempre que você se encontrar diante de uma atividade tal como um acontecimento esportivo, um encontro após um di­vórcio ou a morte de um cônjuge, uma viagem, ou algo assim, pode dizer apenas “Eu sou velho demais” e terá eliminado quaisquer ris­cos consequentes à tentativa de fazer algo novo que contribua para o seu desenvolvimento.

 Estive trabalhando com um cliente que tem quarenta e seis anos de idade e que deseja muito cursar uma faculdade, uma vez que perdeu sua oportunidade de fazê-lo quando jovem.

 A conclusão ligada a um “eu sou” de idade é a de que você está inteiramente acabado nessa área e, uma vez que ficará cada dia mais velho, está acabado em matéria de cresci­mento e da experiência em qualquer coisa nova.

 Mas Horace sente-se ameaçado com a pers­pectiva de entrar em competição acadêmica com gente jovem, recém-saída da escola. O medo do fracasso e a dúvida quanto a suas capacidades intelectuais o assustam.

Ele examina sempre os catá­logos das universidades, e com o auxílio que recebe do serviço de orientação educacional, já prestou os exames de admissão adequa­dos e conseguiu uma entrevista com um funcionário encarregado das admissões em uma faculdade local.

 Mas ainda usa os seus “Eu Sou” para se esquivar de realmente fazer a coisa, justificando sua inércia com: “Sou velho demais, não sou bastante vivo e, na reali­dade, não estou interessado.”

Horace usa os seus “Eu Sou” para evitar algo que genuinamente deseja. Um colega meu os usa para fugir às tarefas de que não gos­ta. Ele evita ter que consertar a campainha da porta, ou o rádio, ou qualquer atividade manual desagradável dizendo simplesmente à esposa: “Bem, querida, você sabe, acontece que não tenho jeito para mecânica.”

 Esses tipos de “Eu Sou” representam comporta­mentos de adaptação, mas não deixam de ser também desculpas falsas. Em vez de dizer:
 “Eu acho esse tipo de atividade chato e sem interesse e não quero me ocupar com isso agora” (o que é perfeitamente lógico e sadio), torna-se mais fácil simplesmente desencavar um “Eu Sou”.

Nesses casos, os indivíduos estão declarando algo sobre si pró­prios. Estão afirmando: “Nesse terreno sou um produto acabado, e nunca vou ser nada diferente.”
 Se você é um produto acabado, em­brulhado e guardado, então parou de crescer, e embora queira mui­to apegar-se a alguns “Eu Sou”, pode descobrir que outros são simplesmente limitativos e autodestruidores.

A primeira categoria é, sem comparação, a que prevalece mais. A pequenina Hope cursa o segundo ano. Vai para a aula de arte todos os dias, cheia de alegria porque vai usar cores e mexer com tintas. 
Seu professor lhe diz que, na verdade, ela não serve de maneira nenhuma para aquilo e ela começa a faltar, porque não gosta de ser desaprovada.

Não se passa muito tempo e ela já tem o começo de um “Eu Sou”. Eu não sou boa em arte.
 Com uma boa dose de comportamento de repulsa, ela reforça esse conceito e, depois de adulta, quando lhe perguntam por que é que não desenha, diz: “Oh, não sou boa nisso. Sempre fui assim.”

As auto definições, em si mesmo, não são inadequadas, mas podem ser usadas de maneira perniciosa. O próprio ato de rotu­lar-se pode ser um impedimento específico ao crescimento. É cô­modo usar o rótulo como uma justificativa para permanecer o mesmo.
 Soren Kierkegaard escreveu:
 “Desde que você me rotule, está me negando.” Quando o indivíduo precisa corresponder ao rótulo, o eu deixa de existir. 

O mesmo é verdadeiro em relação aos rótulos auto impostos. Você pode estar se negando por se iden­tificar com suas marcas registradas, em vez de fazê-lo com seu pró­prio potencial de desenvolvimento.

Todos os rótulos auto impostos derivam da história do indi­víduo. Mas o passado, como Carl Sandburg disse em Prairie, “é um balde cheio de cinzas”.

Confira a si mesmo quanto à extensão em que está acorrentado a seu passado. Todos os autodestruidores “eu sou” são resultado do uso destas quatro sentenças neuróticas:
1.                  “Eu sou assim.”
2.                  “Sempre fui assim.”
3.                  “Não posso evitar isso.”
4.                  “Esta é a minha natureza.”....

Aí estão eles, num pacotezinho único. São eles os ligamentos que o impedem de crescer, de mudar, de tornar sua vida (a partir deste momento — que é toda a vida de que você dispõe) nova, excitante e cheia de satisfação.

Conheço uma avó que, cada domingo, ao receber a família para jantar, decide exatamente quanto cada pessoa irá comer, deliberadamente enchendo os pratos conforme especificações que ela própria estabelece.

 Algumas pessoas usarão, de fato, todas as quatro sentenças de uma vez só, quando confrontadas com seus comportamentos. Você pode perguntar a uma pessoa por que é que sempre se aborrece quando se fala sobre acidentes, e ela provavelmente responderá:

 “Oh, é assim que eu sou. Sempre fui assim. Realmente não posso evitar isso, essa é a minha natureza”. Poxa! Todas as quatro de uma vez, e cada uma sendo usada como uma explicação da razão pela qual ela nunca será diferente e nem mesmo considerará a possibi­lidade de mudar.

Os seus “eu sou” que descrevem um comportamento auto- anulador podem recuar até algo que você aprendeu no passado. E cada vez que você usa uma dessas quatro sentenças, está realmen­te dizendo: “E pretendo continuar sendo do jeito que sempre fui.”

Você pode começar a desfazer as cordas que o prendem a seu passado e eliminar as sentenças estéreis, que são usadas para o manterem exatamente como você sempre foi.

Aqui está uma relação típica das variações do "eu sou” que podem estar incluídas em seu próprio autorretrato
Eu sou  tímido. Eu sou feio. Eu sou imaturo. Eu sou desleixada. Eu sou solitário. Eu sou medroso...
É provável que você apareça aí várias vezes, ou talvez esteja organizando sua própria lista. O problema está não nos rótulos que você escolhe, mas que escolha rotular-se de alguma maneira.

 Se você está genuinamente satisfeito com qualquer um dos “eu sou”, então deixe que eles continuem, mas se é capaz de admitir que algum desses ou outros “eu sou” interferem às vezes com sua ma­neira de ser, é hora de fazer algumas mudanças. Vamos começar pela compreensão das origens dos "eu sou”.

As pessoas querem rotular você, classificá-lo em pequenas ca­tegorias distintas"Dr. Dyer. 

Eu agradeço se voce  ao compartilhar este texto, cite o endereço deste link;
Postado por Dharmadhannya



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