Quem é você? Como se auto descreve?
Para responder a
essas duas perguntas, muito provavelmente terá que recorrer a sua própria história, a um passado que já foi vivido, mas ao qual você está sem dúvida
atado e do qual acha difícil escapar.
Como você se descreve define o personagem que vai entrar em cena na vida, e está relacionado a sua auto estima, que define seu magnetismo pessoal, sua alegria e motivação. você se revela ao mundo, como você se vê no espelho. Dharmadhannya
Quais são suas auto
definições? São elas simples etiquetinhas que você acumulou a vida inteira?
Você tem uma gaveta cheia de auto definições que usa regularmente?
Entre elas podem estar rótulos como: sou nervoso,
tímido, preguiçoso, não tenho musicalidade, sou desajeitado, esqueço tudo, e
mais uma série de outros “sou”, que você usa.
Provavelmente,
há também uma porção de rótulos positivos de “eu sou”, como: sou amoroso, bom
no bridge, gentil.
Esses não serão
tratados aqui, uma vez que o propósito deste texto é ajudar você a crescer, em
lugar de aplaudi-lo pelas áreas de sua vida em que você opera com eficiência.
Os antecedentes dos seus “Eu Sou” enquadram-se em duas
categorias. O primeiro tipo de rótulos vem de outras pessoas. Foram incutidos
em você quando era criança e você os vem carregando até hoje.
Os outros
rótulos são o resultado de uma escolha feita por você, para se proteger da
obrigação de cumprir tarefas desconfortáveis ou difíceis.
A maior parte dos “Eu Sou” são sobras, resquícios de
uma época em que você ouvia frases como: “Ele é desajeitado; o irmão é bom nos
esportes, mas ele é o estudioso”.
Ou:
“Você é igualzinho a mim. Também nunca fui bom em soletrar”. Ou: “Billy sempre
foi o tímido.” Ou: “Ela é exatamente como o pai; incapaz de cantar sem desafinar.”
Esses são os ritos do nascimento dos “Eu Sou” que
jamais foram desafiados. Eles são aceitos simplesmente como uma condição da
vida.
Converse com as pessoas da sua vida que lhe parecem as
maiores responsáveis por muitos dos seus “Eu Sou” (pais, velhos amigos da
família, antigos professores, avós etc.). Pergunte-lhes como ... é que eles
acham que você ficou sendo como é e se sempre foi assim.
Diga-lhes que
está decidido a modificar-se e veja se acreditam que seja capaz disso. Vai
ficar surpreso diante das interpretações deles e de como acham que você não
pode ser nada diferente, uma vez que “Você sempre foi assim”.
A segunda categoria dos “Eu Sou” origina-se nesses
rótulos convenientes que você aprendeu a colocar em si próprio, a fim de evitar
as atividades desagradáveis.
Segue-se uma lista de alguns rótulos que são relíquias do passado. Se você se enquadra em alguns deles, talvez gostasse de mudá-los.. Lembre-se de que esta não é uma discussão sobre o que você simplesmente não aprecia, mas um exame do comportamento que o afasta das atividades nas quais você talvez encontrasse uma grande dose de prazer e de estímulo.
Dez categorias típicas de “Eu Sou” e seus
NEURÓTICOS DIVIDENDOS
1.
“Eu Sou” ruim em matemática,
ortografia, leitura, línguas etc.
Este “Eu Sou” garante que você não fará o esforço
necessário
para mudar O “Eu Sou” acadêmico tem em vista manter
você afastado até mesmo de ter que fazer o penoso trabalho que é exigido para
dominar o assunto que, tradicionalmente, você considera difícil ou maçante.
Enquanto você se rotular de inepto, tem uma excelente razão para evitar
enfrentar a tarefa.
2.
“Eu Sou péssimo” em determinadas
habilidades, tais como cozinhar, praticar esportes, fazer crochê, desenhar,
representar etc.
Este “Eu Sou” assegura que você não terá que fazer
nenhuma dessas coisas no futuro e justifica qualquer mau desempenho no passado.
“Sempre fui assim; essa é a minha natureza.”
Essa atitude reforça a sua inércia e, mais importante,
ajuda você a apegar-se à ... noção absurda de que não deverá fazer coisa alguma, a menos que a faça
muito bem. Assim, a menos que você seja o campeão do mundo, evitar é melhor do
que fazer.
3.
“Eu Sou” tímida,
reservada, temperamental, nervosa, medrosa etc.
O apelo destes “Eu Sou” é feito à genética. Ao invés
de desafiá-los e o pensamento autodestruidor que os apóia, você simplesmente
os aceita, como uma confirmação da maneira que sempre foi a sua. Você pode,
também, culpar os seus pais e usá-los como a razão para seu atual “Eu Sou”.
Você os transforma na causa e não tem que trabalhar
para ser diferente. Escolhe esse comportamento como um modo de evitar uma
atitude afirmativa em situações que a você sempre pareceram problemáticas. Este
“Eu Sou” é um resíduo da infância, quando outros tinham um profundo interesse
em fazer você acreditar que era incapaz de pensar por si própria.
Estes são os
“Eu Sou” de personalidade, são auto definições que ajudam você a evitar a
façanha difícil de ser diferente daquilo que você sempre foi. Simplesmente,
você define sua personalidade com um “Eu Sou” conveniente e pode agora
desculpar todos os tipos de comportamento auto-anuladores, declarando-os fora
de seu controle.
Nega a noção de que pode escolher sua própria
personalidade, e em vez disso se apóia em sua infelicidade genética para
explicar todos os demais traços de personalidade que gostaria de negar.
4.
“Eu Sou” desajeitado,
sem coordenação etc.
Estes “Eu Sou” que você aprendeu quando criança o
capacitam a evitar o ridículo potencial que poderia ter que enfrentar por não
ser fisicamente tão capaz quanto os outros. Sua falta de habilidade,
naturalmente, decorre do antecedente histórico de acreditar em tais “Eu Sou”
e, daí, evitar a atividade física, em vez de resultar de algum defeito inerente
a você.
Você melhora naquilo que pratica, não naquilo que
evita. Mantenha o seu “Eu Sou” e permanecerá à margem, observando e desejando,
mas fazendo de conta que você realmente não gosta desse tipo de coisa.
5.
“Eu Sou” sem
atrativos, feio, ossudo, sem graça, alto demais etc.
Estes “Eu Sou” fisiológicos são úteis para mantê-lo
distante de assumir compromissos com o sexo oposto e para justificar a auto-
imagem pobre e a falta de amor que escolheu para si próprio.
Enquanto você
se descrever dessa forma, tem uma desculpa pronta para não se expor numa
relação amorosa. E também não precisa ter trabalho de fazer-se atraente a seus
próprios olhos.
Usa seu espelho como uma justificativa para não se arriscar.
Só existe um problema: vemos exatamente aquilo que escolhemos ver — mesmo no
espelho.
6.
“Eu Sou”
desorganizado, meticuloso, desleixado etc.
Estes “Eu Sou” de comportamento são convenientes para
a
manipulação das outras pessoas e para justificar a
razão pela qual as coisas devem ser feitas de determinada maneira. Sempre fiz
isso assim.
Como se a tradição fosse uma razão para se fazer
qualquer coisa. E sempre farei isso dessa forma, é a mensagem não declarada.
Pelo fato de
repousar na maneira pela qual sempre fez essa coisa, você jamais terá que considerar
a arriscada ideia de fazê-la de forma diferente e pode, simultaneamente,
assegurar-se de que todo mundo à sua volta vai igualmente fazer isso da forma
que você faz. Este é o “Eu Sou” que se apóia na “política”, como um substituto
para o raciocínio.
7.
“Eu Sou” esquecido,
descuidado, irresponsável, apático etc.
Estes tipos de “Eu Sou” são especialmente úteis quando
você
deseja se justificar por algum comportamento
ineficiente. O “Eu Sou” o dispensa de jamais se preocupar com suas lembranças
ou... com seus descuidos, e
você simplesmente se desculpa com o seu simples e fácil:
“Eu Sou assim.”
Enquanto você for capaz de arranjar este “Eu Sou” quando se comportar de
qualquer das maneiras descritas anteriormente, nunca precisará ter o trabalho
de mudar.
Continue esquecido e recordando a si próprio que de fato não pode
evitar isso e assim sempre se esquecerá de tudo.
8.
“Eu Sou” italiano,
alemão, judeu, irlandês, negro, chinês etc.
Estes são os seus “eu sou” étnicos, e eles funcionam
muito bem quando você se vê sem outras razões para explicar
alguns de seus comportamentos, que não o ajudam, mas que são difíceis demais de
controlar.
Sempre que você
se vê comportando-se de forma estereotipada, associada a seu substrato
cultural, você se volta para o seu “eu sou” étnico como uma justificação. Uma
vez perguntei a um maitre-d’hôtel por que ele se excitava tão facilmente
e reagia ao menor problema com explosões indignadas e ele respondeu:
“O que
você espera de mim? Sou italiano. Não posso evitar isso.”
9.
“Eu Sou” mandão,
atrevido, autoritário etc.
Aqui o seu “eu sou” lhe permitirá continuar com seus
atos hostis, em vez de contribuir para que desenvolva sua autodisciplina. Você
disfarça o comportamento com: “Não posso evitar, sempre fui assim.”
10.
“Eu Sou” velho, de
meia-idade, cansado etc.
Com este “eu sou” você pode usar sua idade como uma
razão para não participar de atividades que poderiam ser arriscadas ou
perigosas.
Sempre que você se encontrar diante de uma atividade tal como um
acontecimento esportivo, um encontro após um divórcio ou a morte de um
cônjuge, uma viagem, ou algo assim, pode dizer apenas “Eu sou velho demais” e
terá eliminado quaisquer riscos consequentes à tentativa de fazer algo novo
que contribua para o seu desenvolvimento.
Estive trabalhando com um cliente que tem quarenta e seis anos de idade e que deseja muito cursar uma faculdade, uma vez que perdeu sua oportunidade de fazê-lo quando jovem.
A conclusão ligada a um “eu sou” de
idade é a de que você está inteiramente acabado nessa área e, uma vez que
ficará cada dia mais velho, está acabado em matéria de crescimento e da
experiência em qualquer coisa nova.
Mas Horace
sente-se ameaçado com a perspectiva de entrar em competição acadêmica com
gente jovem, recém-saída da escola. O medo do fracasso e a dúvida quanto a suas
capacidades intelectuais o assustam.
Ele examina sempre os catálogos das universidades, e
com o auxílio que recebe do serviço de orientação educacional, já prestou os
exames de admissão adequados e conseguiu uma entrevista com um funcionário
encarregado das admissões em uma faculdade local.
Mas ainda usa
os seus “Eu Sou” para se esquivar de realmente fazer a coisa, justificando sua
inércia com: “Sou velho demais, não sou bastante vivo e, na realidade, não
estou interessado.”
Horace usa os seus “Eu Sou” para evitar algo que
genuinamente deseja. Um colega meu os usa para fugir às tarefas de que não gosta.
Ele evita ter que consertar a campainha da porta, ou o rádio, ou qualquer
atividade manual desagradável dizendo simplesmente à esposa: “Bem, querida,
você sabe, acontece que não tenho jeito para mecânica.”
Esses tipos de
“Eu Sou” representam comportamentos de adaptação, mas não deixam de ser também
desculpas falsas. Em vez de dizer:
“Eu acho esse tipo de atividade chato e sem
interesse e não quero me ocupar com isso agora” (o que é perfeitamente lógico e
sadio), torna-se mais fácil simplesmente desencavar um “Eu Sou”.
Nesses casos, os indivíduos estão declarando algo
sobre si próprios. Estão afirmando: “Nesse terreno sou um produto acabado, e
nunca vou ser nada diferente.”
Se você é um produto acabado, embrulhado e
guardado, então parou de crescer, e embora queira muito apegar-se a alguns “Eu
Sou”, pode descobrir que outros são simplesmente limitativos e
autodestruidores.
A primeira categoria é, sem comparação, a que
prevalece mais. A pequenina Hope cursa o segundo ano. Vai para a aula de arte
todos os dias, cheia de alegria porque vai usar cores e mexer com tintas.
Seu
professor lhe diz que, na verdade, ela não serve de maneira nenhuma para aquilo
e ela começa a faltar, porque não gosta de ser desaprovada.
Não se passa muito tempo e ela já tem o começo de um
“Eu Sou”. Eu não sou boa em arte.
Com uma boa dose de comportamento de repulsa,
ela reforça esse conceito e, depois de adulta, quando lhe perguntam por que é que
não desenha, diz: “Oh, não sou boa nisso. Sempre fui assim.”
As auto definições, em si mesmo, não são inadequadas,
mas podem ser usadas de maneira perniciosa. O próprio ato de rotular-se pode
ser um impedimento específico ao crescimento. É cômodo usar o rótulo como uma
justificativa para permanecer o mesmo.
Soren Kierkegaard escreveu:
“Desde que você
me rotule, está me negando.” Quando o indivíduo precisa corresponder ao rótulo,
o eu deixa de existir.
O mesmo é verdadeiro em relação aos rótulos auto
impostos. Você pode estar se negando por se identificar com suas marcas
registradas, em vez de fazê-lo com seu próprio potencial de desenvolvimento.
Todos os rótulos auto impostos derivam da história do
indivíduo. Mas o passado, como Carl Sandburg disse em Prairie, “é um
balde cheio de cinzas”.
Confira a si mesmo quanto à extensão em que está
acorrentado a seu passado. Todos os autodestruidores “eu sou” são resultado do
uso destas quatro sentenças neuróticas:
1.
“Eu sou assim.”
2.
“Sempre fui assim.”
3.
“Não posso evitar isso.”
4.
“Esta é a minha natureza.”....
Aí estão eles, num pacotezinho único. São eles os
ligamentos que o impedem de crescer, de mudar, de tornar sua vida (a partir
deste momento — que é toda a vida de que você dispõe) nova, excitante e cheia
de satisfação.
Conheço uma avó que, cada domingo, ao receber a
família para jantar, decide exatamente quanto cada pessoa irá comer,
deliberadamente enchendo os pratos conforme especificações que ela própria
estabelece.
Algumas pessoas
usarão, de fato, todas as quatro sentenças de uma vez só, quando confrontadas
com seus comportamentos. Você pode perguntar a uma pessoa por que é que sempre
se aborrece quando se fala sobre acidentes, e ela provavelmente responderá:
“Oh, é assim
que eu sou. Sempre fui assim. Realmente não posso evitar isso, essa é a minha
natureza”. Poxa! Todas as quatro de uma vez, e cada uma sendo usada como uma
explicação da razão pela qual ela nunca será diferente e nem mesmo considerará
a possibilidade de mudar.
Os seus “eu sou” que descrevem um comportamento auto-
anulador podem recuar até algo que você aprendeu no passado. E cada vez que
você usa uma dessas quatro sentenças, está realmente dizendo: “E pretendo
continuar sendo do jeito que sempre fui.”
Você pode começar a desfazer as cordas que o prendem a
seu passado e eliminar as sentenças estéreis, que são usadas para o manterem
exatamente como você sempre foi.
Aqui está uma relação típica das variações do "eu
sou” que podem estar incluídas em seu próprio autorretrato
Eu sou tímido.
Eu sou feio. Eu sou imaturo. Eu sou desleixada. Eu sou solitário. Eu sou medroso...
É provável que você apareça aí várias vezes, ou talvez
esteja organizando sua própria lista. O problema está não nos rótulos que você
escolhe, mas que escolha rotular-se de alguma maneira.
Se você está
genuinamente satisfeito com qualquer um dos “eu sou”, então deixe que eles
continuem, mas se é capaz de admitir que algum desses ou outros “eu sou”
interferem às vezes com sua maneira de ser, é hora de fazer algumas mudanças.
Vamos começar pela compreensão das origens dos "eu sou”.
As pessoas querem rotular você, classificá-lo em
pequenas categorias distintas"Dr. Dyer.
Eu agradeço se voce ao compartilhar este texto, cite o endereço deste link;
Postado por Dharmadhannya
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