MEDITAÇÃO - Unindo-se a Brahma
Técnicas da Ioga
Chegamos agora ao ponto em que podemos
iniciar a meditação no estilo ioga, isto é, descansado, relaxado, após alguns
minutos de exercício.
Devemos, mais uma vez, sentar-nos, com as
pernas cruzadas à frente. A postura do lótus, na qual os pés ficam colocados
sobre as coxas, é impossível à maioria dos ocidentais. Não parece que tenhamos
sido feitos para ela. O sentar-se com as pernas confortavelmente cruzadas é
igualmente bom. O importante na meditação ioga é manter o corpo à vontade,
embora alerta, de modo que possamos igno- rá-Io e esquecê-lo. Se não
conseguirmos manter a posição com as pernas cruzadas no meio de um aposento,
poderemos sentar-nos perto de uma parede, de modo a conseguir certo apoio para
as costas. Mas, se nos sentimos - incômodos ou julgamos impossível achar posição
dessa maneira, podemos usar uma cadeira.
A ioga
insiste que o corpo deve ser mantido ereto. Dão para isso razões esotéricas,
relativas à “serpente” supostamente enroscada na base da coluna vertebral, mas
suspeito que a razão está no clima quente da índia, onde é muito fácil dormir
dão logo nos recostamos.
"E ali sentado”, aconselha Krishna a
Arjuna, “ereto e imóvel, com os; sentidos e a mente perfeitamente controlados e
a alma unipolarizada, pratica o homem a ioga a fim de conseguir a purificação
da sua alma divina.”
“Mantenha o corpo, o pescoço e a cabeça
eretos, fazendo os olhos convergir na base do nariz, pelo poder da visão
interna.”
"Esteja firmemente estabelecido no
espírito de Brahmacharya, livre de qualquer solicitude, todo focalizado
em mim e a mim devotado com todo o seu ser.”
“Assim, em permanente contemplação do Ser
Supremo, torna-se o iogue um poderoso soberano no seu próprio reino e entra na
paz e no gozo supremo do nirvana.”
Assim começa a meditação ioga. Talvez a
palavra mais importante do trecho acima seja “unipolarizado”, Krishna, aliás,
já explicara êsse ponto a Arjuna:
"A mente resoluta é una e unipolarizada;
os objetivos da mente irresoluta, porém, são ramificados e infindáveis.”
Refrear a mente para que ela não salte de um objeto a outro constitui o
primeiro passo da meditação. Numerosos meios foram sugeridos para conseguir-se
isso.
1.
Comecemos simplesmente observando os pensamentos
que fluem espontaneamente pela mente. Com a prática, esse fluxo pode ser rapidamente
estancado de modo a permitir à mente descer para nível mais profundo.
2.
Inicialmente, porém, o fluxo deve continuar
para que o observemos e, sem agitação, deixá-lo-emos correr, como algumas vezes
deixamos o ar escapar de um cano d’água. Após algum tempo, devemos interromper
o fluxo por alguns momentos e observar de relance a quietude que almejamos
atingir.
3.
Capturemos uma das ideias que fluem e usemo-la para
uma meditação efetiva.
4.
Concentremo-nos em um objeto colocado em posição
conveniente, talvez uma flor, um quadro, um vaso, ou algum outro objeto belo.
Focalizemo-nos sobre ele e, se a mente começar a vaguear, devemos refreá-la.
5.
Examinemos o objeto com todos os nossos poderes de
percepção. Fechemos os olhos e tentemos “vê-lo” com a visão interior,
recordando todos os detalhes. Meditemos sobre ele — sobre a significação de
sua forma, configuração, ou significado. Concentremo-nos sobre a sua essência —
a significação do seu ser.
6.
Vejamo-la,
em seguida, no grande contexto da criação de que é parte. E também em relação a
nós. Vejamos Eu e objeto como seres ligados pelo grande oceano do ser. Penetremos
nele por meio desse oceano comum e unificador até que sejamos unos com ele.
7.
Concentremo-nos de modo semelhante sobre uma luz.
Comecemos com uma vela ou luz elétrica, encoberta, com uma estreia ou a Lua, e
mantenhamos a vista fixa sobre ela, esvaziando a mente de tudo o mais.
8.
A mente deve
iluminar-se de modo que, ao fecharmos os olhos, ela pareça inundada de luz.
Quando a luz aprofundar-se em nós, e luz, fonte e observador se tornarem unos,
conseguiremos o dhyana.
9.
Os iogues
dizem que tal período de realização deve durar 12 segundos. Se tal estado puder
manter-se por 12 vezes 12 segundos, atingir-se-á o samadhi — estado em
que o Eu absorve-se, além da autoconsciência, na consciência universal.
10.
Concentremo-nos sobre um som. Todos nós tivemos a
experiência de sermos aquietados por um regato, uma cascata, ou a carícia das
ondas sobre a praia do lago ou do mar.
11.
Se tivermos
oportunidade, devemos meditar ao ouvir um desses sons, ou o som da chuva e do
vento nas árvores. Talvez mesmo até o distante rugido do tráfego urbano sirva
como substituto moderno! Ou o tique-taque de um relógio.
Podemos, também, concentrarmo-nos sobre a recordação
de um desses sons, até que ele se torne o epítome de todos os sons, até
pensarmos na música que ressoou no interior dos átomos e pode agora ser captada
e transformada eletrônica-
mente em som audível, e na unicidade de todos
os sons que, fundindo-se no infinito, tornam-se unos com o ouvinte.
6.
Uma variedade do preceito anterior, consiste em concentrarmo-nos
sobre uma luz brilhante situada no interior do nosso coração. Esta luz, pela
concentração, aumentará também de intensidade até o Eu ser absorvido, através
dela, pelo infinito.
7.
Podemos começar também meditando na glória divina
manifestada em personalidades sagradas — Jesus, São Francisco, o Irmão"
Lawrence, Krishna, Ram, Buda. Eu Sou tudo aquilo que é. Eu e o Pai somos Um.
Gosto de Meditar visualizando no meu coração a compaixão do divina, na gloria
divina manifestada em Buda, ou Cristo...
8.
Podemos concentrar-nos em esvaziar a mente e desligar-nos
dos 'Sentidos, impressões, pensamentos, e meditação ativa.
9.
Supõe-se que apenas alguns segundos desse vazio
seja suficiente para dar-nos uma ideia do aspecto amorfo de Brama, que está
usualmente além do nosso alcance, porquanto tratamos principalmente do finito, este
um dos aspectos mais insignificantes do divino.
10.
Meditemos sobre Brama, ou ser divino, como se ele fosse
um oceano sem limites, e imaginemo-nos nele nadando.
11.
Pense no seu corpo como se ele fosse um cálice e na
sua mente como água pura, refletindo o Sol da presença divina.
12.
Tente fazer o exercício recomendado por Krishna, de
fixação da vista na ponta do nariz, e contemple a significação do Eu.
13.
Os exercícios iogues incluem longas ladainhas de
frases repetidas, amiúde revolvendo em torno da palavra OM (símbolo da
totalidade de Brama, incluindo o seu aspecto in- corpóreo).
14.
Este tipo de
meditação dificilmente ganhará popularidade no Ocidente, mas, ainda assim,
darei dele um curto exemplo.
15.
Quem sou eu?
Não sou o meu corpo físico — Om, Om, Om, Om,
Om.
Não sou os meus sentidos corporais — Om, etc.
Tampouco sou os objetos apreendidos pelos
sentidos
Não sou a mente
Não sou a vontade
Sou Brama, o Criador
Sou Vishny, o Provedor
Sou Shiva, o Destruidor
Sou o Deus dos deuses Sou a Luz das luzes Não
tenho doenças
Nem medo, desejo sensual, ou irritação
Sou o Supremo Brama, imortal e imutável
Sou eterno e infinito — Om, Om, Om, Om, Om.
E assim por diante. Isto é apenas um pequeno
exemplo. Aconselhamos o interessado a repetir a fórmula vez por vez, com
intenso sentimento, como se todo seu corpo e mente estivessem repletos do
divino, procurando mantê-lo na mente durante todo o dia.
Recomendamos, em seguida, meditação sobre a
insignificância do mundo visível — que é apenas uma entre milhões de gotas
transitórias no oceano cósmico intemporal.
"Mas eu sou Brama, cuja natureza é ser,
saber, felicidade. Nada pode enfraquecer-me se as coisas efêmeras não me
tocam. Eu sou o Espírito Supremo.”
Eu Sou um ponto de luz no coração de Brama,
do Logos solar, do Criador... A consciência do Espirito está mergulhada na Consciência
de Brama. A divina consciência da Divina Presença espelha a Unidade Monádica.
Numerosos mestres iogues possuem alunos que
devotam toda ou a maior parte da vida à doutrina. Os exercícios recomendados demonstram
esse fato. Contam eles com a incansável iteração e reiteração, hora após hora,
dia após dia, ano após ano, até a chegada à meta — o que constitui talvez a
principal razão por que os ocidentais provavelmente jamais se tornarão iogues.
16.
Sente-se em um lugar de onde possa ver todo o firmamento.
A Alma Suprema, que habita também em você, encontra-se em toda parte — mais
perto ainda de você do que o ar que o envolve, mais profunda do que os recantos
mais remotos do espaço, eterna, infinita, imutável.
17.
Ainda assim, nada no universo está separado de
Brama, que habita também no seu Eu. O poder do Eu é, por conseguinte, infinito.
Mas, para realizá-lo, cumpre viver vida de absoluta simplicidade e pureza.
18.
Eu Sou tudo que há. Eu e Pai somos Um-a só
consciência.
19.
Escolha uma passagem favorita de algum autor e
medite sobre ela. Vejamos alguns exemplos. O primeiro é extraído de uma obra de
Albert Schweitzer:
“O importante é fazermos parte da vida.
Nascemos de outras vidas e possuímos a capacidade de criar novas vidas. . .
Nas fibras mais íntimas de nosso ser constituímos testemunhas de solidariedade
da vida.”
Do Bhagavad-Gita:
.... "O Senhor habita no coração de
todos os seres, fazendo com que todos eles revolvam, como se estivessem presos
a uma roda... Refugia-te nele com todo o teu Coração: através de Sua graça,
alcançarás a paz Suprema e o Repouso Eterno.”
Do Svetasvatava Upanishad:
“Tu és mulher, tu és homem; tu és moço, tu és
donzela; tu, velho, cambaleias amparado em teu bordão; tu que nasceste com o
rosto voltado para todas as coisas. . .
“Aprende, então, que natureza é arte, e que o
Senhor é o Criador; o mundo está repleto daquilo que são os seus membros. . .
“Aprende que Deus, o criador de todas as
coisas, o grande “Eu” habita o coração do homem e é percebido pelo coração,
pela alma e pela mente: aqueles que o conhecerem alcançarão a imortalidade.”
15.
Imagine a essência do eu interior como raios de luz
a subir ao longo da espinha dorsal e que a vida revigorante brota de dentro de
você.
16.
Concentre-se sobre a mente que era antes do pensamento.
Deixe a mente encher-se como se fosse com a essência da respiração até que ela
transborde da parte superior da cabeça sob a forma de um chuveiro de luz.
17.
Mergulhe em um som contínuo, tal como o de uma
queda d’água, da chuva, ou no som que ouve quando você fecha os ouvidos.
18.
Entoe um som, tornando-o cada vez mais suave, até
que o sentimento se aprofunde e se torne uno com a harmonia do silêncio.
19.
Imagine-se cercado e invadido pelo espírito e que
todo o universo se transforma em espírito.
20.
Sinta todo o seu corpo inundado pela unicidade da
essência universal.
21.
Pense em ser e não-ser, em pensar e não-pensar, em
fazer e não-fazer. Então, abandone tudo, e seja.
22.
Em um momento de alegria, sinta-se saturado por
ela.
23.
Torne-se o sabor do alimento que come e deixe-se
saturar por ele.
0
Detenha-se no momento de cair no sono e descubra o
ser.
24.
Olhe para uma pessoa ou paisagem amada com olhos de
primeira vez.
25.
Ao falar com um amigo, sinta-lhe a consciência como
se fosse sua e funda-se com ele.
26.
Pense que como as ondas estão para a água e as
chamas para o fogo, assim estamos para a onda universal.
Cada uma das sugestões enumeradas acima será
suficiente para uma ou mais sessões de meditação. Experimente-as todas. Volte
àquelas que julgar mais fecundas.
Consciencia da Unidade.
O múltiplo, por conseguinte, constitui prova
do uno. As muitas aparições de Deus constituem prova permanente de sua
existência e nada há basicamente conflitante no uno e no múltiplo, conforme
fomos ensinados.
O
múltiplo manifesta- se no uno. A variedade é o drama através do qual percebemos
a unidade. Deus montou esse espetáculo magnífico diante de nós para nos mostrar
seu poder - o seu ser, sua consciência,
sua felicidade.
Mas,
toda essa glória que percebemos mal passa de fragmentos da sua unicidade, da
sua perfeição.
Mas o divino não apenas nos envolve; está
também, dentro de nós. É o alicerce do nosso ser. Estamos em Deus.
Diz
Krishna: “Não estou neles, mas eles estão em Mim.” Deus é o todo do qual o
homem é a parte.
Gândí amava o verso do Ishopanishad,
que dizia:
“Tudo isto, tudo o que se move sobre a terra,
está saturado pelo Senhor. Quando tiveres abdicado a tudo isto, então poderás
desfrutar.”
Todos os homens são inerentemente divinos,
mas só entram de posse de sua herança legítima quando a reconhecem,
identificam-se com ela, e executam a vontade divina.
Diz Krishna novamente: “Os que Me adoram e
meditam sobre Mim sem qualquer outro pensamento, a esses fiéis devotos, eu dou
segurança e atendo em todas as suas necessidades. . .
Seja o que for que fizeres, o que comeres, o
que ofereceres como oblação, o que deres, e o que executares, Ó filho de Kunti,
fá-lo como oferenda a mim. . . Os que me adoram com devoção estão em Mim e Eu
estou neles.”
Essas palavras conduzem-nos ao paradoxo
central do pensamento religioso e à base da meditação hindu. Na verdade,
sugere a única base de meditação:
“Tu és aquilo.” Atman, a alma individual, faz
parte de Brama, a alma universal. O Eu em um, por conseguinte, é o Eu em tudo,
e o divino em um é o divino em tudo.
O Eu
individual é como um copo mergulhado na água -—- cheio e circundado pela mesma
divina essência. No mundo da significação religiosa, a luz, o luzeiro, e o
alumiado são os mesmos.
Uma bela passagem no Chandogya Upanishad
repisa o argumento acrescentado justamente aquele toque de poesia necessária
para realçá-lo:
“O inteligente, cujo corpo é espírito, cuja
forma é luz, cujos pensamentos são verdades, cuja natureza é como o éter, de
onde procedem todas as obras, todos os desejos, todos os doces odores e
sabores, ele que abarca tudo isso, nunca fala e jamais se surpreende.
“Ele é o meu Eu dentro do coração, menor do
que um grão de arroz, menor do que uma semente de cevada, menor do que uma
semente de mostarda, do que um grão de alpiste ou o âmago de um grão de
alpiste.
Ele é
também o meu Eu dentro do coração, maior do que a terra, maior do que o
firmamento, maior do que o céu, maior do que todos esses mundos.
“Ele, de onde procedem todas as obras, todos
os desejos, todos os doces odores e sabores, ele que tudo abarca, nunca fala e
jamais se surpreende, ele, meu Eu dentro do Coração, é Brama.”
Atman, a alma individual e Brama, a alma
universal, a única e a mesma coisa. Esta é a afirmação central à qual volta
sempre o pensamento hindu: “Tu és isto.”
A índia faz experiências com a meditação há
milhares de anos. É impossível, todavia, descrever os métodos hindus, sem
antes examinar brevemente os princípios religiosos em que se radicam.
Consoante o pensamento hindu, somente Deus é
real. Brama, a realidade suprema, cujo nome significa mais ou menos ‘‘o
grande” é ser, consciência e felicidade (saí, chit, ananda), e meio ambiente do
ser, da consciência, e da felicidade humana.
“0 homem consiste de sua fé”, diz Krishna no
Bhagavad — Gita”. "Ele é realmente aquilo que é a sua fé.” (Um bom começo,
aliás, para uma meditação.)
Se Deus é a única realidade e o homem é
aquilo em que o transforma a sua fé, segue-se que a maior obra do homem é
alcançar Deus, realizar Deus, realizar o Espirito.
Não é de surpreender, em vista disso, que os
hindus, acima de todos os praticantes religiosos, tenham-se dedicado à
meditação ( expansão da consciência, caminho para o Divino) e aos meios de
aperfeiçoá-la.
O conceito que fazem do divino é nobre. O
universo manifestado forma apenas pequena fração do seu ser. Na maior parte,
ele é imanifesto e imortal. Mas manifesta-se de vários modos.
‘‘É o único e o mesmo Salvador”, diz
Ramakrishna, "que, tendo mergulhado no oceano da vida, surge em um lugar e
é conhecido como Krishna, mergulha novamente e se levanta em outro lugar sob o
nome de Cristo.”
Não obstante, de outro ponto de vista, o
universo é uma enorme tentação — ou Maia, a ilusão divina, o aspecto manifesto
do divino que o homem vê, mas que constitui a menor parte do todo divino.
Mas, como é sentida tal presença?
Dispomos de apenas um instrumento — a mente
humana. Durante milhares de anos, pensadores e santos homens hindus
trabalharam para aperfeiçoar o instrumento e fazê-lo registrar, como um
sísmógrafo, os movimentos mais leves.
Somente
através da mente humana, podemos conhecer o divino. A meditação, por
conseguinte, constitui a principal atividade do indivíduo religioso.
O mundo e suas tentações, porquanto ele é
Maia, ou ilusão (embora, paradoxalmente, também uma manifestação do divino)
erguem um muro entre o Eu e o espírito, muro este que é forçoso derrubar.
O
mundo da matéria deve ser superado antes que possamos alcançar o espírito puro,
ou a verdadeira natureza da realidade. Os sábios hindus, por isso mesmo,
enfatizam bastante a autodisciplina. O investigador sincero controlará todos os
seus apetites — não apenas os de alimento e sexo, mas de conforto e de toda
sorte de prazeres que iludam os sentidos e afastam o Eu de sua principal missão
— a compreensão daquele alento de vida que se chama espírito.
O pensamento hindu vive fascinando pela
unidade e pela variedade. Em parte alguma desenvolveu o homem um senso mais
forte de unidade da vida, embora, paradoxalmente, em nenhum país a religião
exiba tanta variedade como na índia.
Exercícios Ioga
Uma vez que o corpo pode tentar o homem a
afastar-se de sua principal missão, as tendências corporais devem ser
controladas por exercícios e purificações. Tal a base dos famosos exercícios
ioga.
O temor da população perpassa por todo o
pensamento hindu, que o combate dando um destaque todo especial aos atos e
rituais de purificação. Alguns deles talvez tomem forma extrema, como na: Vigorosa
limpeza da boca e da garganta, a passagem de um barbante pelas narinas com
saída pela boca, a purificação do estômago pela deglutição de metros de pano,
ou ainda pela absorção e expulsão de água.
Gândi
costumava escovar os dentes durante 15 minutos cada manhã e demorava 20 minutos
no banho. Tais práticas, geradas como são por concepções anticientíficas sobre
o corpo e suas funções, não precisam alienar-nos do resto da ioga.
A pessoa que tentasse seguir todas as práticas
recomendadas pela ioga — as posturas, os exercícios, a respiração, as técnicas
de concentração, os mantras (cantos sagrados), e os prolongados períodos
de concentração que levam ao samadhi — a fusão com o ser universal —
através da meditação, teria de dedicar a isso toda a vida.
Mas é
possível planejar um conjunto simples de exercícios, inteiramente adequados às
necessidades do curioso que queira tentar a meditação à maneira ioga.
Durante mais de um ano fiz exercícios iogas
pela manhã, ao despertar. Não posso dizer que deles tirei grandes benefícios.
Não estou convencido de que eles elevem a qualidade da meditação. Escreveu-se
muita coisa absurda sobre a ioga e alegaram-se muitos e exagerados benefícios
de suas práticas.
De qualquer modo, não fazem mal, a menos que
haja exagero, são úteis para vitalizar músculos relaxados, flácidos ou rígidos,
e constituem um adequado começo para a meditação, segundo o estilo ioga.
Os ensinamentos do hinduísmo lembram muito os
de Jesus, que disse “O que perder a sua vida por meu amor,
acha-la-á” (Mateus 10:39) . Básica à idéia
de rígida auto-disciplina, quase
autonegação e mortificação de si mesmo, é o senso de que o mundo real
estende-se além do impermanente mundo físico, ou mundo da ilusão. O mundo real
é o mundo do espírito.
Não
encontra o homem paz, até descobrir caminho através de suas imperfeições e
alcançar o estado de realidade imutável, conhecido como Nirvana. O Nirvana pode
alcançar-se apenas pela renúncia e meditação, que libertarão o Eu e o levarão
à descoberta de sua unicidade com Brama.
“Tu és
isto.” Aniquilado o ego, o homem liberta-se não apenas do limitado Eu e das
seduções de Maia, ou mundo ilusório, mas do igualmente restritivo e falso
conhecimento imposto pelo intelecto sobre a realidade — através de ideias como
a dualidade e a relatividade, o bem, e o mal.
O objetivo da meditação ioga, por
conseguinte, consiste em nada menos do que reunir o Eu individual ao Eu universal.
Atman com Brama, isto com aquilo — com o além interior. Pelo controle da
mente, através da autodisciplina, pode recapturar-se a pureza do divino, que
habita em nós.
A própria palavra ioga deriva da mesma raiz yoke
(jugo, em inglês) — que significa jungir, unir.
A meditação ioga, por conseguinte, implica
certo número de passos.
Em primeiro lugar, a prática das virtudes e
abstinências dos vícios.
Em segundo, exercícios para pacificar o corpo
e a respiração.
Em terceiro, o desligamento da mente dos
sentidos que a distraem e escravizam, mediante a concentração em algum objeto
ou ideia (pratyahara)
Em quarto, a meditação sobre objeto ou ideia
de modo a implicar concentração no divino (dhyana)
Em quinto, a absorção do Eu no universal (samadhi)
. Este estado estabelece-se com a descoberta do Eu separado de corpo e
mente, puro e perfeito.
“O que se liberta de todo apego e nem se
rejubila ao receber Deus nem se vexa ao receber o mal, tem sabedoria firme.”
“Nada realmente purifica tanto neste mundo
como a sabedoria. O aperfeiçoamento pela ioga, descobre-a, no devido tempo, em
si mesmo.”
“O que se dedica a ioga, de mente purificada,
autodisciplinado e senhor dos seus sentidos, realiza o seu Ser como o Ser de
todos os seres.”
“Aquele cuja alegria é íntima, cujo prazer é
íntimo, e cuja luz é íntima, esse iogue bem estabelecido em Brama, adquire
liberdade absoluta.”
“Aquele cujo coração está firmemente
empenhado na ioga, observa tudo com os olhos de equanimidade, vendo o Eu em
todos os seres e todos os seres no Eu.”
"Aquele que, parte da unidade, adora-Me
como vivente em todos os seres, esse iogue, embora vivo, vive em Mim.” Qualquer
um desses versos, ou todos eles em sucessão, constituíram excelentes pontos de
partida para a meditação.
Constroem-se e adornam-se os templos dos
numerosos deuses com uma espantosa profusão de formas, a fim de ilustrar
histórias extraídas de livros sagrados ou demonstrar o prazer aparente que a
divindade encontra na música, na dança, e no sexo.
Como poderá então Deus ser uno, se é também
múltiplo?
Na opinião do religioso hindu, Deus é tudo.
Pode manifestar-se na natureza ou no homem, aparecer em várias épocas ou a
qualquer momento sob a forma de uma pessoa santificada.
Não se
precisa viver muito tempo na índia para perceber que o divino é aceito
naturalmente, como elemento sempre presente na vida.
“Os indianos julgam haver um pouco de Deus em
cada homem”, disse-nos Nehru certa vez. Constitui, por conseguinte, prova da
presença de Deus a sua manifestação sob muitas formas e maneiras.
A ideia de que forçosamente houve apenas uma
encarnação de Deus em Jesus parece-lhes estranha e avara. Por que teria Deus
aparecido apenas uma única vez sob aspecto humano? Não reaparece ele realmente
com tanta frequência?
O pensamento ocidental, dada sua compulsão de
analisar e separar, vê Deus como imanente e transcendente, mas não se sente
geralmente à vontade para reunir ambos os atributos, exceto, naturalmente,
através da encarnação do espírito divino em Jesus, como filho de Deus.
O
hinduísmo, como transcende a imaginação e certeza intuitiva, considera imanência
e transcendência como atributos complementares do divino.
Pesquisado por DharmaDhannya
Postado por Dharmadhannya
Psicoterapeuta Transpessoal
Este texto está livre para divulgação
desde que seja citada a fonte:
Meus blogs
! Eu estou no G+ : Dharmadhannya
Comunidade do G+: Dharmadhannya Luz e União
https://plus.google.com/communities/111702837947313549512
Este espaço está protegido pelos anjos e por Hermes
Estou neste momento me unindo com o Poder e a
Força da Unidade,
com o poder de todos os anjos, querubins, Serafins,
Elohim.
Melchizedek, Sandalfon,
Metraton,
Gabriel,
Rafael, Haniel, Miguel, Camael, Tsadkiel,
Raziel, Uriel, Samuel.
Os anjos seguem na frente abrindo meus caminhos
e me protegendo Com a Justiça Divina. Amém
Seja feita a Vontade de Deus!
Amem!
Kodoish! Kodoisch! Kodoisch!
Copyright © Dharmadhannya
- 2011 - Todos os Direitos Reservados – Autorizamos a reprodução do conteúdo
desta página em outras páginas da web, para fins de estudo, exclusivamente.
Você pode copiar e redistribuir este material contanto
que não o altere de nenhuma forma, que o conteúdo permaneça completo e inclua
esta nota de direito e o link: http://dharmadhannyael.blogspot.com.br/
Porém,
comunicamos que as nossas obras estão protegidas pela lei
dos direitos autorais, o que nos reserva o direito de
exigir a indicação dos nomes dos autores e a
fonte das obras utilizadas em estudos.
Direitos Autorais -
Algumas imagens neste Blog foram obtidas no Google Imagens ,alguns sites
e de meus arquivos. A publicação das mesmas não têm fins lucrativos e é de
boa-fé, caso se sinta ofendido em seu direito autoral, favor entrar em contato
para exclusão das
imagens.
AVISO: De acordo com a legislação vigente, o conteúdo
deste blog não substitui a apropriada assistência médica , legal, financeira ou
psicológica. De modo que, aceitar o conteúdo do mesmo estará sujeito a sua
própria interpretação e uso. Os artigos aqui publicados estão escritos para
estudiosos do assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário