segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A pérola Azul da Alma - Meditação






O processo da meditação
Muktananda
Na meditação, há quatro fatores envolvidos: o objeto da meditação, que é o Ser interior; o mantra, que é a vibração do Ser; a asana, a postura na qual podemos nos sentar comodamente durante longo tempo; e o pranayama natural, que surge quando repetimos o mantra com amor e reverência.

 Estes quatro fatores estão inter-relacionados e, quando se unem, a meditação ocorre de maneira muito natural.


A meditação no Ser é muito fácil. Só precisamos realmente de amor e interesse. À medida que meditamos, a Shakti interior desperta e começa a se expandir. Quanto mais intensamente desejamos a meditação, quanto mais desejamos a Deus, quanto mais desejamos o despertar interior, mais nos aproximamos dele.

 Quanto mais honramos a Shakti, quanto mais a reverenciamos e a adoramos, mais ativamente ela trabalha dentro de nós.

Quando se unem três fatores — nossa fé na Shakti, a Shakti e o Guru, que é o ativador da Shakti —, ocorre dentro de nós uma explosão de meditação.

Assim como a Shakti cria universos no mundo exterior, quando ela começa a trabalhar dentro de nós, cria um novo universo interior, um universo de entusiasmo sem fim, um universo de felicidade suprema.

O universo interior é muito maior que o universo exterior; é


 “o universo interior é muito maior que o universo exterior, é tão vasto que todo o cosmo exterior pode ser guardado em apenas um canto dele. Tudo está contido dentro dele e é por isso que os videntes indianos foram capazes de descobrir, em meditação, todos os segredos do universo.

Dentro de nós há milagres infinitos, maravilhas infinitas. Quando aprofundamos a meditação, compreendemos a realidade de todos os diferentes mundos interiores sobre os quais lemos nas escrituras.

Dentro destes espaços interiores ressoa uma música doce como néctar — todos os diferentes instrumentos musicais foram feitos originalmente pelos yoguis, depois de escutarem a música interior.
 
 Dentro de nós existem néctares tão deliciosos que nada neste mundo pode ser comparado a sua doçura. E existem sóis tão brilhantes que o sol exterior parece apagado diante deles.
 Devemos meditar sistematicamente, com grande persistência, e nos aprofun­darmos cada vez mais dentro do corpo. Deste modo, a meditação será uma expansão gradual de nosso ser interior.

Ao longo do caminho haverá muitas experiências e estas experiências são boas. Contudo, o verdadeiro estado encontra-se além delas.

 Quando nos aprofundamos na meditação, chegamos a um lugar em que não vemos nem ouvimos nada. Aí não há nada além de felicidade. Este é o lugar do Ser e a verdadeira meditação é tornar-se imerso Nisso.

Os videntes do Vedanta explicaram que nosso espírito não está contido em apenas um corpo, mas em quatro, e que, conforme meditamos, atravessamos cada um destes quatro corpos até chegar à Verdade que se encontra dentro deles.

 O primeiro é o corpo físico, no qual experimentamos o estado de vigília. Este é o estado em que nos identificamos com o corpo. Se o corpo sente dor e prazer quando estamos em vigília, dizemos: "Estou sentindo dor" ou "Estou sentindo prazer."

Quando a Shakti começa a trabalhar neste corpo, podemos experimentar movimentos físicos chamados kriyas, que são parte do processo de purificação do corpo físico.

Na meditação, quando o meditador se encontra no estado denso, pode ver o corpo físico como uma luz vermelha que o circunda como uma chama de fogo.

Esta luz é do tamanho do corpo e no seu interior podem ser vistas coisas maravilhosas. Às vezes, pode-se ver inclusive a força vital e os diferentes fluidos circulando pelo corpo.

Conforme a meditação se aprofunda, o meditador passa do corpo denso ao corpo sutil, que pode ser visto como uma luz branca.

Esta luz se encontra no centro da garganta e tem o tamanho de um polegar. No corpo sutil, vivenciamos os sonhos. Neste estado, a pessoa torna-se consciente de que é diferente do corpo físico.

Conforme a pessoa que medita se aprofunda ainda mais, passa da luz branca do tamanho do dedo polegar à luz do terceiro corpo, que é negra e do tamanho da ponta do dedo.

 Este é o corpo causal, o corpo do sono profundo. É o estado da escuridão total, do esquecimento total. Neste estado, o pequeno ser funde-se no Ser universal e a pessoa nem sequer é consciente de quem ou do que é. Neste estado, experimenta-se uma grande paz. É o estado do vazio.

Contudo, se o buscador sente um amor profundo pelo Guru e tem uma fé profunda em sua graça e na Kundalini, ele passa do terceiro para o quarto plano, o estado de turiya — o estado transcendental. Então, vê a pequena luz azul, a luz do Ser que chamamos de Pérola Azul.

A Pérola Azul é o corpo mais íntimo da alma e sua beleza é fascinante. Conforme a meditação se aprofunda, a pessoa começa a vê-la faiscando e cintilando no centro espiritual superior, o safiasrara.

A Pérola Azul é o veículo da alma indi­vidual. É na Pérola Azul que a alma deixa o corpo após a mor­te e viaja por diferentes mundos. Ela é extremamente refinada e sutil e se move com a velocidade de um raio. 

Às vezes, sai pelos olhos do meditador e se coloca à sua frente, movendo- se de modo tão sutil que os olhos não notam sua passagem.
A Pérola Azul tem o tamanho de uma semente de gergelim; porém, na realidade, é tão vasta que contém o universo inteiro.

 É pelo dinamismo da Pérola Azul que podemos agir.
Devido à sua presença, a respiração entra e sai do nosso corpo. Os raios de seu amor divino fluem incessantemente através de nós e, devido a esses raios, sentimos amor uns pelos outros.

 A luz da Pérola Azul ilumina o rosto e o coração; é por causa desta luz que damos amor aos outros. Se esta luz deixasse o corpo, este não teria brilho nem atrativo.

 Não serviría de nada para ninguém e teria que ser descartado. A Pérola Azul é a morada de Deus, a forma do Ser dentro de nós. Quando você começar a vê-la em si mesmo, também começará a vê-la nos outros.

 Ao continuar meditando, a luz se expandirá e você verá dentro de si o cosmo inteiro. Quando mergulhar nesta luz, você saberá: "Eu sou Deus. Eu sou Brahman."

 Foi depois de ter esta experiência que o santo sufi Mansur Mastana disse: "Tudo o que vejo ao meu redor nada mais é que uma expansão do meu próprio ser. Eu não sou este corpo. Eu sou a luz que se propaga por toda parte."

Este estado é o ponto culminante da meditação. Nele, nossas limitações se desvanecem; nosso sentido de individualidade se dissolve. Atingimos a visão divina e assim não mais vemos o mundo repleto de dualidade e de diver­sidade.

Em vez de vermos diferenças entre homem e mulher, oriente e ocidente, passado e futuro, compreendemos todo o universo como uma expansão de nosso próprio Ser.

Percebemos que tudo é um jogo da Consciência e que, como a espuma e as ondas aparecem e desaparecem no oceano, tudo o que existe aparece e desaparece no Ser.

É para alcançar este estado que devemos meditar, devemos despertar nossa Shakti. Depois de o haver atingido, já não temos que fechar os olhos e nos sentar para meditar; a medi­tação acontece o tempo todo.

Durante a meditação formal, experimentamos a felicidade suprema, mas mesmo durante a vigília experimentamos a alegria do samadfii, vendo todo o mundo desperto como uma expansão da mesma Consciência.

 Para onde quer que olhemos, vemos Deus. O que quer que escutemos, escutamos Deus. Isto é conhecido como o estado de samadhi natural, o estado dos grandes seres, e nele desfrutamos continuamente da felicidade que existe no coração.

A meditação Siddha
Se vamos alcançar a realização do estado de unidade ao final de nossa prática de meditação, por que não compreendê- lo desde o princípio e praticar a meditação com a consciência de que tudo é Shiva?

 É assim que meditam os grandes seres, e, se também nós aprendermos a ver com esta consciência, nossa meditação será grandiosa. Para meditar desta maneira, não precisamos passar por dificuldades.

 Não temos que aquietar a mente. Nem sequer temos que fechar os olhos. Utpaladeva, o grande sábio e filósofo do Shivaísmo da Caxemira, escreveu-, sarvo mamayam vibfiava ityevam parijanatafi; / Vishvatmano vikalpanam prasrepi mafiesfitafi, "

Aquele que está permanentemente consciente de que o universo inteiro é a sua própria glória mantém sua divindade, mesmo quando em sua mente surgem pensamentos e fantasias."

Na realidade, tudo é Consciência. É somente por causa do nosso sentido de individualidade limitada que vemos as coisas de modo diferente. Um homem é Consciência, uma mulher é Consciência, um cachorro é Consciência, um burro é Consciência, uma pedra é Consciência e uma montanha é Consciência.

 Este é o entendimento correto. Este é o conhecimento que obtemos através da meditação e, no momento em que o obtemos, começamos a compreender tudo tal como é.

Para se libertar do sentimento de limitação e obter este entendimento, você deve praticar a sadhana de Shiva. Você deve compreender:

 "Eu sou Shiva — Deus. É Deus quem está meditando, e todos os objetos de minha meditação são Deus. Minha sadhana é Deus, e tudo e todas as pessoas que vejo são Deus.” 

Durante muito tempo você teve a consciência de:
"sou um ser individual; sou pequeno; sou limitado.” Por isso, é difícil aceitar imediatamente a consciência de "eu sou Deus”.

 Durante toda sua vida, você ouviu que é um pecador. Seus professores, todos os livros sagrados e as pessoas que seguem diferentes caminhos religiosos disseram-lhe que é um pecador e você chegou a acreditar nisso.

 Desta forma, você impõe a idéia do pecado ao Ser que é totalmente puro e livre de pecado. É por ter esta compreensão errônea que nos identificamos com as coisas erradas.

 É por isso que não conseguimos nos elevar; é por isto que não podemos ter fé no Ser nem nos concentrarmos completamente no Ser.

 O Shivaísmo da Caxemira ensina que, quando começamos a pensar: “Sou isto, sou aquilo, sou um pecador, sou uma pessoa inferior”, nos empobrecemos em Shakti e é assim que nos tornamos um ser individual.

No Vedanta, isto é explicado frequentemente por uma história. Um dia, um lavador de roupas levou vários burros ao bosque para pastar. Lá encontrou um filhote de leão; o lavador não sabia que se tratava de um leão e o levou para casa.

 O filhote de leão cresceu com os burros. Vivendo em sua companhia, começou a repetir o mantra dos burros: Hi-hau, hi-hau, a comer com eles e a ir e vir ao rio carregando roupa suja. Quando o leão cresceu, pensava que era um burro e compartilhava dos hábitos e modos dos burros.

Um dia, quando estava pastando na beira do rio com seus irmãos burros, veio outro leão beber água no rio.

Enquanto bebia, viu de repente o jovem leão no meio dos burros. O velho leão estranhou ao ver seu irmão em condição tão lamentável. Aproximou-se dele e disse:

           Irmão, o que está fazendo?
           Estou com meus irmãos — disse o jovem leão.

           Como pode chamá-los de irmãos? São ignorantes e você é um leão. Venha comigo e olhe seu reflexo na água. Olhe o seu reflexo e o meu e veja se não há alguma semelhança entre nós.
            
O jovem leão olhou seu reflexo e viu que seu aspecto era igual ao do velho leão.
— São eles ou eu o seu irmão? Agora deixe de fazer hi-hau e comece a rugir.

O jovem leão começou a rugir e todos os burros fugiram. Os dois leões correram para o bosque. O jovem leão havia se transformado de burro em leão; havia se tornado livre.

De fato, o filhote de leão nunca havia sido um burro. Apenas pensava que era um burro; esta é exatamente a situação em que nos encontramos. Não somos burros. Não somos seres limitados nem imperfeitos. Não somos pecadores.

 Nunca fomos pequenos; apenas cremos que somos pequenos. Assim, devemos descartar esta crença e nos tornar conscientes de nossa própria força. O Shivaísmo da Caxemira diz que, ao aceitar limitações, Chiti, a Consciência universal, começa a acreditar que está acorrentada.

 Assim como Chiti se faz cada vez menor ao descer de seu estado de Consciência pura e se torna uma alma individual limitada, quando reverte o processo, ela pode fazer-se cada vez maior e recuperar sua natureza original.

É somente nossa consciência que deve mudar. Nunca nos tornamos burros e nunca poderemos nos tornar burros, porque somos o Ser puro.

Para se libertar do entendimento errôneo, você não precisa fazer nada de novo. Tudo o que tem que fazer é meditar. O fato é que você medita não para alcançar Deus, mas para se tornar consciente de que Deus está dentro de você.

 O Shivaísmo da Caxemira diz: nasfiivam vidyate kvachit, "Nada existe que não seja Shiva."32 Que lugar é este onde não existe Shiva? Que tempo é este onde não existe Shiva? Assim, ainda que experimente dualidade, ainda que veja diversidade ao seu redor, considere-se Shiva.

Compreenda que é Shiva quem come, Shiva é o próprio alimento, Shiva é quem dá e Shiva é quem recebe. Shiva é quem faz tudo. O universo inteiro é a glória de Shiva, a glória do Ser.

Pesquisado por Dharmadhannya
Psicoterapeuta Transpessoal
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