quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

MEDITAÇÃO - Eu Sou Brahma - Unidade







             MEDITAÇÃO - Eu Sou Brahma - Unidade


Unindo-se a Brahma   


Chegamos agora ao ponto em que podemos iniciar a meditação no estilo ioga, isto é, descansado, relaxado, após alguns minutos de exercício.

Devemos, mais uma vez, sentar-nos, com as pernas cru­zadas à frente. A postura do lótus, na qual os pés ficam colocados sobre as coxas, é impossível à maioria dos ociden­tais.

 Não parece que tenhamos sido feitos para ela. O sen­tar-se com as pernas confortavelmente cruzadas é igualmen­te bom. 

O importante na meditação ioga é manter o cor­po à vontade, embora alerta, de modo que possamos ignorá-Io e esquecê-lo. 

Se não conseguirmos manter a posição com as pernas cruzadas no meio de um aposento, poderemos sentar-nos perto de uma parede, de modo a conseguir certo apoio para as costas.
 Mas, se nos sentimos - incômodos ou julgamos impossível achar posição dessa maneira, podemos usar uma cadeira.

A ioga insiste que o corpo deve ser man­tido ereto. Dão para isso razões esotéricas, relativas à “ser­pente” supostamente enroscada na base da coluna vertebral, mas suspeito que a razão está no clima quente da índia, onde é muito fácil dormir dão logo nos recostamos.

"E ali sentado”, aconselha Krishna a Arjuna, “ereto e imóvel, com os; sentidos e a mente perfeitamente controlados e a alma unipolarizada, pratica o homem a ioga a fim de con­seguir a purificação da sua alma divina.”

“Mantenha o corpo, o pescoço e a cabeça eretos, fa­zendo os olhos convergir na base do nariz, pelo poder da visão interna.”

"Esteja firmemente estabelecido no espírito de Brahmacharya, livre de qualquer solicitude, todo focalizado em mim e a mim devotado com todo o seu ser.”


“Assim, em permanente contemplação do Ser Supremo, torna-se o iogue um poderoso soberano no seu próprio reino e entra na paz e no gozo supremo do nirvana.”

Assim começa a meditação ioga. Talvez a palavra mais importante do trecho acima seja “unipolarizado”, Krishna, aliás, já explicara êsse ponto a Arjuna:

"A mente resoluta é una e unipolarizada; os objetivos da mente irresoluta, porém, são ramificados e infindáveis.” Refrear a mente para que ela não salte de um objeto a outro constitui o primeiro passo da meditação. Numerosos meios foram sugeridos para conseguir-se isso.

1.                                     Comecemos simplesmente observando os pensamen­tos que fluem espontaneamente pela mente. Com a prática, esse fluxo pode ser rapidamente estancado de modo a per­mitir à mente descer para nível mais profundo.

2.                                      Inicialmente, porém, o fluxo deve continuar para que o observemos e, sem agitação, deixá-lo-emos correr, como algumas vezes deixa­mos o ar escapar de um cano d’água. Após algum tempo, devemos interromper o fluxo por alguns momentos e obser­var de relance a quietude que almejamos atingir.

3.                                     Capturemos uma das ideias que fluem e usemo-la para uma meditação efetiva.

4.                                     Concentremo-nos em um objeto colocado em posição conveniente, talvez uma flor, um quadro, um vaso, ou algum outro objeto belo. Focalizemo-nos sobre ele e, se a mente começar a vaguear, devemos refreá-la.


5.                                     Examinemos o obje­to com todos os nossos poderes de percepção. Fechemos os olhos e tentemos “vê-lo” com a visão interior, recordando todos os detalhes. Meditemos sobre ele — sobre a significa­ção de sua forma, configuração, ou significado. Concentremo-nos sobre a sua essência — a significação do seu ser.

6.                                      Vejamo-la, em seguida, no grande contexto da criação de que é parte. E também em relação a nós. Vejamos Eu e objeto como seres ligados pelo grande oceano do ser. Pene­tremos nele por meio desse oceano comum e unificador até que sejamos unos com ele.

7.                                     Concentremo-nos de modo semelhante sobre uma luz. Comecemos com uma vela ou luz elétrica, encoberta, com uma estrela ou a Lua, e mantenhamos a vista fixa sobre ela, es­vaziando a mente de tudo o mais.

8.                                      A mente deve iluminar-se de modo que, ao fecharmos os olhos, ela pareça inundada de luz. Quando a luz aprofundar-se em nós, e luz, fonte e observador se tornarem unos, conseguiremos o dhyana.

9.                                      Os iogues dizem que tal período de realização deve durar 12 segundos. Se tal estado puder manter-se por 12 vezes 12 segundos, atingir-se-á o samadhi — estado em que o Eu absorve-se, além da autoconsciência, na consciência univer­sal.

10.                                  Concentremo-nos sobre um som. Todos nós tive­mos a experiência de sermos aquietados por um regato, uma cascata, ou a carícia das ondas sobre a praia do lago ou do mar.

11.                                   Se tivermos oportunidade, devemos meditar ao ouvir um desses sons, ou o som da chuva e do vento nas árvores. Talvez mesmo até o distante rugido do tráfego urbano sirva como substituto moderno! Ou o tique-taque de um relógio.

Podemos, também, concentrarmo-nos sobre a recordação de um desses sons, até que ele se torne o epítome de todos os sons, até pensarmos na música que ressoou no interior dos átomos e pode agora ser captada e transformada eletrônica-
mente em som audível, e na unicidade de todos os sons que, fundindo-se no infinito, tornam-se unos com o ouvinte.

6.                                     Uma variedade do preceito anterior, consiste em concentrarmo-nos sobre uma luz brilhante situada no interior do nosso coração. Esta luz, pela concentração, aumentará tam­bém de intensidade até o Eu ser absorvido, através dela, pelo infinito.

7.                                     Podemos começar também meditando na glória di­vina manifestada em personalidades sagradas — Jesus, São Francisco, o Irmão" Lawrence, Krishna, Ram, Buda. Eu Sou tudo aquilo que é. Eu e o Pai somos Um. Gosto de Meditar visualizando no meu coração a compaixão do divina, na gloria divina manifestada em Buda, ou Cristo...

8.                                     Podemos concentrar-nos em esvaziar a mente e des­ligar-nos dos 'Sentidos, impressões, pensamentos, e meditação ativa.

9.                                     Supõe-se que apenas alguns segundos desse vazio seja suficiente para dar-nos uma ideia do aspecto amorfo de Brama, que está usualmente além do nosso alcance, porquanto tratamos principalmente do finito, este um dos aspectos mais insignificantes do divino.

10.                                 Meditemos sobre Brama, ou ser divino, como se ele fosse um oceano sem limites, e imaginemo-nos nele nadando.

11.                                 Pense no seu corpo como se ele fosse um cálice e na sua mente como água pura, refletindo o Sol da presença divina.

12.                                 Tente fazer o exercício recomendado por Krishna, de fixação da vista na ponta do nariz, e contemple a signi­ficação do Eu.


13.                                 Os exercícios iogues incluem longas ladainhas de frases repetidas, amiúde revolvendo em torno da palavra OM (símbolo da totalidade de Brama, incluindo o seu aspecto in- corpóreo).

14.                                  Este tipo de meditação dificilmente ganhará po­pularidade no Ocidente, mas, ainda assim, darei dele um curto exemplo.
15.
Quem sou eu?
Não sou o meu corpo físico — Om, Om, Om, Om, Om.
Não sou os meus sentidos corporais — Om, etc.
Tampouco sou os objetos apreendidos pelos sentidos

Não sou a mente
Não sou a vontade

Sou Brama, o Criador
Sou Vishny, o Provedor
Sou Shiva, o Destruidor
Sou o Deus dos deuses Sou a Luz das luzes Não tenho doenças

Nem medo, desejo sensual, ou irritação
Sou o Supremo Brama, imortal e imutável
Sou eterno e infinito — Om, Om, Om, Om, Om.

E assim por diante. Isto é apenas um pequeno exemplo. Aconselhamos o interessado a repetir a fórmula vez por vez, com intenso sentimento, como se todo seu corpo e mente es­tivessem repletos do divino, procurando mantê-lo na mente durante todo o dia.

Recomendamos, em seguida, meditação sobre a insignificância do mundo visível — que é apenas uma entre milhões de gotas transitórias no oceano cósmico intemporal.

"Mas eu sou Brama, cuja natureza é ser, saber, feli­cidade. Nada pode enfraquecer-me se as coisas efêmeras não me tocam. Eu sou o Espírito Supremo.”

Eu Sou um ponto de luz no coração de Brama, do Logos solar, do Criador... A consciência do Espirito está mergulhada na Consciência de Brama. A divina consciência da Divina Presença espelha a Unidade Monádica.

Eu e Brahma somos Um-a  só consciência.

Numerosos mes­tres iogues possuem alunos que devotam toda ou a maior parte da vida à doutrina. Os exercícios recomendados de­monstram esse fato. Contam eles com a incansável iteração e reiteração, hora após hora, dia após dia, ano após ano, até a chegada à meta — o que constitui talvez a principal razão por que os ocidentais provavelmente jamais se tornarão iogues.

16.                                 Sente-se em um lugar de onde possa ver todo o fir­mamento. A Alma Suprema, que habita também em você, encontra-se em toda parte — mais perto ainda de você do que o ar que o envolve, mais profunda do que os recantos mais remotos do espaço, eterna, infinita, imutável.

17.                                 Ainda assim, nada no universo está separado de Brama, que habita também no seu Eu. O poder do Eu é, por conseguinte, in­finito. Mas, para realizá-lo, cumpre viver vida de absoluta simplicidade e pureza.

18.                                 Eu Sou tudo que há. Eu e Pai somos Um-a só consciência.


19.                                 Escolha uma passagem favorita de algum autor e medite sobre ela. Vejamos alguns exemplos. O primeiro é extraído de uma obra de Albert Schweitzer:

“O importante é fazermos parte da vida. Nascemos de outras vidas e possuímos a capacidade de criar novas vi­das. . . Nas fibras mais íntimas de nosso ser constituímos testemunhas de solidariedade da vida.”

Do Bhagavad-Gita:

.... "O Senhor habita no coração de todos os seres, fazen­do com que todos eles revolvam, como se estivessem presos a uma roda... Refugia-te nele com todo o teu Coração: através de Sua graça, alcançarás a paz Suprema e o Re­pouso Eterno.”

Do Svetasvatava Upanishad:
“Tu és mulher, tu és homem; tu és moço, tu és donzela; tu, velho, cambaleias amparado em teu bordão; tu que nas­ceste com o rosto voltado para todas as coisas. . .

“Aprende, então, que natureza é arte, e que o Senhor é o Criador; o mundo está repleto daquilo que são os seus membros. . .

“Aprende que Deus, o criador de todas as coisas, o grande “Eu” habita o coração do homem e é percebido pelo coração, pela alma e pela mente: aqueles que o conhecerem alcançarão a imortalidade.”

15.                                  Imagine a essência do eu interior como raios de luz a subir ao longo da espinha dorsal e que a vida revigorante brota de dentro de você.

16.                                  Concentre-se sobre a mente que era antes do pen­samento. Deixe a mente encher-se como se fosse com a es­sência da respiração até que ela transborde da parte superior da cabeça sob a forma de um chuveiro de luz.

17.                                  Mergulhe em um som contínuo, tal como o de uma queda d’água, da chuva, ou no som que ouve quando você fecha os ouvidos.

18.                                  Entoe um som, tornando-o cada vez mais suave, até que o sentimento se aprofunde e se torne uno com a harmo­nia do silêncio.

19.                                  Imagine-se cercado e invadido pelo espírito e que todo o universo se transforma em espírito.

20.                                  Sinta todo o seu corpo inundado pela unicidade da essência universal.

21.                                  Pense em ser e não-ser, em pensar e não-pensar, em fazer e não-fazer. Então, abandone tudo, e seja.


22.                                  Em um momento de alegria, sinta-se saturado por ela.
23.                                  Torne-se o sabor do alimento que come e deixe-se saturar por ele.
0                                        Detenha-se no momento de cair no sono e descubra o ser.

24.                                  Olhe para uma pessoa ou paisagem amada com olhos de primeira vez.
25.                                  Ao falar com um amigo, sinta-lhe a consciência como se fosse sua e funda-se com ele.
26.                                  Pense que como as ondas estão para a água e as chamas para o fogo, assim estamos para a onda universal.

Cada uma das sugestões enumeradas acima será sufi­ciente para uma ou mais sessões de meditação. Experimente-as todas. Volte àquelas que julgar mais fecundas.

Consciencia da Unidade.

O múltiplo, por conseguinte, constitui prova do uno. As muitas aparições de Deus constituem prova permanente de sua existência e nada há basicamente conflitante no uno e no múltiplo, conforme fomos ensinados.

O múltiplo manifesta- se no uno. A variedade é o drama através do qual percebe­mos a unidade. Deus montou esse espetáculo magnífico diante de nós para nos mostrar seu poder -  o seu ser, sua cons­ciência, sua felicidade.

Mas, toda essa glória que percebe­mos mal passa de fragmentos da sua unicidade, da sua per­feição.
Mas o divino não apenas nos envolve; está também, dentro de nós. É o alicerce do nosso ser. Estamos em Deus.
Diz Krishna: “Não estou neles, mas eles estão em Mim.” Deus é o todo do qual o homem é a parte.

Gândí amava o verso do Ishopanishad, que dizia:
“Tudo isto, tudo o que se move sobre a terra, está sa­turado pelo Senhor. Quando tiveres abdicado a tudo isto, então poderás desfrutar.”

Todos os homens são inerentemente divinos, mas só en­tram de posse de sua herança legítima quando a reconhecem, identificam-se com ela, e executam a vontade divina.

Diz Krishna novamente: “Os que Me adoram e medi­tam sobre Mim sem qualquer outro pensamento, a esses fiéis devotos, eu dou segurança e atendo em todas as suas neces­sidades. . .

Seja o que for que fizeres, o que comeres, o que ofereceres como oblação, o que deres, e o que executares, Ó filho de Kunti, fá-lo como oferenda a mim. . . Os que me adoram com devoção estão em Mim e Eu estou neles.”

Essas palavras conduzem-nos ao paradoxo central do pensamento religioso e à base da meditação hindu. Na ver­dade, sugere a única base de meditação: 

“Tu és aquilo.” Atman, a alma individual, faz parte de Brama, a alma universal. O Eu em um, por conseguinte, é o Eu em tudo, e o divino em um é o divino em tudo.

O Eu individual é como um copo mergulhado na água -—- cheio e circundado pela mesma divina essência. No mundo da signi­ficação religiosa, a luz, o luzeiro, e o alumiado são os mesmos.

Uma bela passagem no Chandogya Upanishad repisa o argumento acrescentado justamente aquele toque de poesia necessária para realçá-lo:

“O inteligente, cujo corpo é espírito, cuja forma é luz, cujos pensamentos são verdades, cuja natureza é como o éter, de onde procedem todas as obras, todos os desejos, todos os doces odores e sabores, ele que abarca tudo isso, nunca fala e jamais se surpreende.

“Ele é o meu Eu dentro do coração, menor do que um grão de arroz, menor do que uma semente de cevada, me­nor do que uma semente de mostarda, do que um grão de alpiste ou o âmago de um grão de alpiste.

Ele é também o meu Eu dentro do coração, maior do que a terra, maior do que o firmamento, maior do que o céu, maior do que todos esses mundos.

“Ele, de onde procedem todas as obras, todos os dese­jos, todos os doces odores e sabores, ele que tudo abarca, nunca fala e jamais se surpreende, ele, meu Eu dentro do Coração, é Brama.”

Atman, a alma individual e Brama, a alma universal, a única e a mesma coisa. Esta é a afirmação central à qual volta sempre o pensamento hindu: “Tu és isto.”

A índia faz experiências com a meditação há milha­res de anos. É impossível, todavia, descrever os métodos hin­dus, sem antes examinar brevemente os princípios religiosos em que se radicam.

Consoante o pensamento hindu, somente Deus é real. Brama, a realidade suprema, cujo nome significa mais ou me­nos ‘‘o grande” é ser, consciência e felicidade (saí, chit, ananda), e meio ambiente do ser, da consciência, e da felicidade humana.

“0 homem consiste de sua fé”, diz Krishna no Bhagavad — Gita”. "Ele é realmente aquilo que é a sua fé.” (Um bom começo, aliás, para uma meditação.)

Se Deus é a única realidade e o homem é aquilo em que o transforma a sua fé, segue-se que a maior obra do homem é alcançar Deus, realizar Deus, realizar o Espirito.

Não é de surpreen­der, em vista disso, que os hindus, acima de todos os pra­ticantes religiosos, tenham-se dedicado à meditação ( expansão da consciência, caminho para o Divino) e aos meios de aperfeiçoá-la.

O conceito que fazem do divino é nobre. O universo manifestado forma apenas pequena fração do seu ser. Na maior parte, ele é imanifesto e imortal. Mas manifesta-se de vários modos.

‘‘É o único e o mesmo Salvador”, diz Ramakrishna, "que, tendo mergulhado no oceano da vida, surge em um lugar e é conhecido como Krishna, mergulha novamente e se levanta em outro lugar sob o nome de Cristo.”

Não obstante, de outro ponto de vista, o universo é uma enorme tentação — ou Maia, a ilusão divina, o aspecto ma­nifesto do divino que o homem vê, mas que constitui a me­nor parte do todo divino.

Mas, como é sentida tal presença?
Dispomos de apenas um instrumento — a mente huma­na. Durante milhares de anos, pensadores e santos homens hindus trabalharam para aperfeiçoar o instrumento e fazê-lo registrar, como um sísmógrafo, os movimentos mais leves.

So­mente através da mente humana, podemos conhecer o divi­no. A meditação, por conseguinte, constitui a principal ativi­dade do indivíduo religioso.

O mundo e suas tentações, porquanto ele é Maia, ou ilusão (embora, paradoxalmente, também uma manifestação do divino) erguem um muro entre o Eu e o espírito, muro este que é forçoso derrubar.

O mundo da matéria deve ser superado antes que possamos alcançar o espírito puro, ou a verdadeira natureza da realidade.

 Os sábios hindus, por isso mesmo, enfatizam bastante a autodisciplina. O investigador sincero controlará todos os seus apetites — não apenas os de alimento e sexo, mas de conforto e de toda sorte de pra­zeres que iludam os sentidos e afastam o Eu de sua principal missão — a compreensão daquele alento de vida que se cha­ma espírito.

O pensamento hindu vive fascinando pela unidade e pela variedade. Em parte alguma desenvolveu o homem um senso mais forte de unidade da vida, embora, paradoxalmen­te, em nenhum país a religião exiba tanta variedade como na índia.

Exercícios Ioga
Uma vez que o corpo pode tentar o homem a afastar-se de sua principal missão, as tendências corporais devem ser controladas por exercícios e purificações. Tal a base dos fa­mosos exercícios ioga.

O temor da população perpassa por todo o pensamento hindu, que o combate dando um destaque todo especial aos atos e rituais de purificação.

 Alguns deles talvez tomem for­ma extrema, como na: Vigorosa limpeza da boca e da gar­ganta, a passagem de um barbante pelas narinas com saída pela boca, a purificação do estômago pela deglutição de me­tros de pano, ou ainda pela absorção e expulsão de água.

Gândi costumava escovar os dentes durante 15 minutos cada manhã e demorava 20 minutos no banho. Tais práticas, ge­radas como são por concepções anticientíficas sobre o corpo e suas funções, não precisam alienar-nos do resto da ioga.

A pessoa que tentasse seguir todas as práticas recomen­dadas pela ioga — as posturas, os exercícios, a respiração, as técnicas de concentração, os mantras (cantos sagrados), e os prolongados períodos de concentração que levam ao samadhi — a fusão com o ser universal — através da medi­tação, teria de dedicar a isso toda a vida.

Mas é possível planejar um conjunto simples de exercícios, inteiramente ade­quados às necessidades do curioso que queira tentar a me­ditação à maneira ioga.

Durante mais de um ano fiz exercícios iogas pela ma­nhã, ao despertar. Não posso dizer que deles tirei grandes benefícios. Não estou convencido de que eles elevem a qua­lidade da meditação. Escreveu-se muita coisa absurda sobre a ioga e alegaram-se muitos e exagerados benefícios de suas práticas.

De qualquer modo, não fazem mal, a menos que haja exagero, são úteis para vitalizar músculos relaxados, flácidos ou rígidos, e constituem um adequado começo para a meditação, segundo o estilo ioga.

Os ensinamentos do hinduísmo lembram muito os de Jesus, que disse “O   que perder a sua   vida por meu  amor, acha-la-á” (Mateus   10:39) . Básica   à      idéia de rígida       auto-disciplina, quase autonegação e mortificação de si mesmo, é o senso de que o mundo real estende-se além do impermanente mundo físico, ou mundo da ilusão. O mundo real é o mundo do espírito.

Não encontra o homem paz, até descobrir caminho através de suas imperfeições e alcançar o estado de realidade imutável, conhecido como Nirvana. O Nirvana pode alcan­çar-se apenas pela renúncia e meditação, que libertarão o Eu e o levarão à descoberta de sua unicidade com Brama.

“Tu és isto.” Aniquilado o ego, o homem liberta-se não ape­nas do limitado Eu e das seduções de Maia, ou mundo ilu­sório, mas do igualmente restritivo e falso conhecimento im­posto pelo intelecto sobre a realidade — através de ideias como a dualidade e a relatividade, o bem, e o mal.

O objetivo da meditação ioga, por conseguinte, consiste em nada menos do que reunir o Eu individual ao Eu univer­sal. Atman com Brama, isto com aquilo — com o além in­terior. Pelo controle da mente, através da autodisciplina, pode recapturar-se a pureza do divino, que habita em nós.

A própria palavra ioga deriva da mesma raiz yoke (jugo, em inglês) — que significa jungir, unir.
A meditação ioga, por conseguinte, implica certo núme­ro de passos.

Em primeiro lugar, a prática das virtudes e abstinências dos vícios.
Em segundo, exercícios para pacificar o corpo e a res­piração.

Em terceiro, o desligamento da mente dos sentidos que a distraem e escravizam, mediante a concentração em algum objeto ou ideia (pratyahara)

Em quarto, a meditação sobre objeto ou ideia de modo a implicar concentração no divino (dhyana)

Em quinto, a absorção do Eu no universal (samadhi) . Este estado estabelece-se com a descoberta do Eu separado de corpo e mente, puro e perfeito.

“O que se liberta de todo apego e nem se rejubila ao receber Deus nem se vexa ao receber o mal, tem sabedoria firme.”

“Nada realmente purifica tanto neste mundo como a sa­bedoria. O aperfeiçoamento pela ioga, descobre-a, no devido tempo, em si mesmo.”

“O que se dedica a ioga, de mente purificada, autodisciplinado e senhor dos seus sentidos, realiza o seu Ser como o Ser de todos os seres.”

“Aquele cuja alegria é íntima, cujo prazer é íntimo, e cuja luz é íntima, esse iogue bem estabelecido em Brama, adquire liberdade absoluta.”

“Aquele cujo coração está firmemente empenhado na ioga, observa tudo com os olhos de equanimidade, vendo o Eu em todos os seres e todos os seres no Eu.”

"Aquele que, parte da unidade, adora-Me como vivente em todos os seres, esse iogue, embora vivo, vive em Mim.” Qualquer um desses versos, ou todos eles em sucessão, constituíram excelentes pontos de partida para a meditação.

Constroem-se e adornam-se os tem­plos dos numerosos deuses com uma espantosa profusão de formas, a fim de ilustrar histórias extraídas de livros sagra­dos ou demonstrar o prazer aparente que a divindade encon­tra na música, na dança, e no sexo.

Como poderá então Deus ser uno, se é também múl­tiplo?
Na opinião do religioso hindu, Deus é tudo. Pode manifestar-se na natureza ou no homem, aparecer em várias épocas ou a qualquer momento sob a forma de uma pessoa santificada.

Não se precisa viver muito tempo na índia para perceber que o divino é aceito naturalmente, como elemento sempre presente na vida.

“Os indianos julgam haver um pouco de Deus em cada homem”, disse-nos Nehru certa vez. Constitui, por conseguin­te, prova da presença de Deus a sua manifestação sob mui­tas formas e maneiras.

A ideia de que forçosamente houve apenas uma encarnação de Deus em Jesus parece-lhes estra­nha e avara. Por que teria Deus aparecido apenas uma úni­ca vez sob aspecto humano? Não reaparece ele realmente com tanta frequência?

O pensamento ocidental, dada sua compulsão de anali­sar e separar, vê Deus como imanente e transcendente, mas não se sente geralmente à vontade para reunir ambos os atributos, exceto, naturalmente, através da encarnação do es­pírito divino em Jesus, como filho de Deus.


O hinduísmo, como transcende a imaginação e certeza intuitiva, considera imanência e transcendência como atributos complementares do divino.

Este texto está foi inspirado em vários Mestres do assunto.
É uma compilação, uma pesquisa adaptação dos ensinamentos da Yoga.

Pesquisado por DharmaDhannya



Postado por Dharmadhannya
Psicoterapeuta Transpessoal

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Um comentário:

  1. BOA NOITE, muito agradeço por esse e material. É muito bom, para os estudos práticos de meditação.
    Leda

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