terça-feira, 22 de agosto de 2017

A mulher a alma da vida.





Anima. A mulher Interior, a Alma da vida.

A mulher interior  é aquela que o homem escolheu para amar ou para odiar, ela é aquela que ele sonha todas as noites e  revela muitos rostos -  a menina, a anciã, a bruxa, a amada, a santa, a devassa..., e entra no cenário do filme da sua vida , como a sua amante interior,  e  revela seu mundo interno, suas emoções ,  e seus sonhos.

 Ela é o seu guia interior, sua intuição, e se o homem odeia as mulheres, possivelmente não tem  intuição   nos momentos de suas escolhas e segue sem destino , porque ela é o seu destino, o seu caminho.DharmadhannyaEL

“ANIMA é a energia feminina encontrada no inconsciente de todo homem, enquanto ANIMUS é a energia masculina influenciadora do inconsciente de toda mulher.


O Animus é representado por Força-vontade/força dirigida, Ato-ação/palavra, sentido-sensual e logos-conhecimento/espiritualidade. Já a Anima é exemplificado na figura da Eva - relacionamento instintivo e biológico, Helena- romântico e estético com base sexual, Virgem Maria- amor espiritual e Sofia- sabedoria.

 Essas impressões básicas destes arquétipos irão influenciar a atitude das pessoas que os possui, e estarão expressos nas variedades que envolvem tais características tanto no sentido direto quanto indireto ou tanto na visão positiva quanto negativa.

. Anima está direcionada a relação com o passado histórico, ancestral, cultural. Animus está voltado para o futuro e suas questões tecnológicas, planejadora e visão geral do presente.

Esta distinção trás reflexos intensos no relacionamento. Porém,  diante disto Hillman afirma que “ Anima e Animus precisam um do outro; pois o Animus pode tornar o passado relevante para o presente e o futuro, enquanto anima dá profundidade cultura às previsões e opiniões vigentes.”(HILLMAN, 1985 – P. 35)

A anima em um homem “tentará” influenciá-lo com atitudes mais semelhantes ao universo feminino, tais como vaidade, fraternidade, afetuosidade, intuição, etc... Quando o homem passa a dar vazão a tal influencia de maneira comedida, ele passará a ser um homem muito enriquecido nas relações com as pessoas visto que a Anima dá ênfase às relações pessoais.

 Desta forma, diferente do poder tão forte da tendência masculina de ser tão racional ou objetivo nas suas relações com as pessoas, o homem poderá vir a ser um ser mais cuidadoso, generoso, paciente, gentil, atencioso, zeloso com sua aparência e higienização, atento a sua saúde, harmonioso com seu corpo, intuitivo... a utilizar-se de atitudes mais comuns ao gênero feminino de forma a manter-se ainda influenciado pela sua natureza masculina de forma predominante, ou seja, no seu ego”.(5)

“A figura interior de mulher contida num homem e a figura de homem atuando na psique de uma mulher. Embora desiguais nos modos como se manifestam, anima e animus têm certas características em comum. Ambos são imagens psíquicas. Atuam como psicopompo ou guias da alma e podem se tornar elos necessários como possibilidades criativas e instrumentos da Individuação.

Entre suas definições (CW 6), Jung resumiu anima / animus como “imagens da alma”. Posteriormente elucidou esta afirmação chamando a cada uma delas de não-eu. Ser não-eu para um homem corresponde, com muita probabilidade, a algo feminino e, porque é não-eu, está fora de si próprio, pertencendo à sua alma ou ao seu espírito.

A possessão pela anima ou pelo animus transforma a personalidade de modo a dar proeminência àqueles traços que são considerados psicologicamente característicos do sexo oposto. Em um ou outro caso, uma pessoa perde a individualidade, antes de tudo, e, consequentemente, tanto o encanto como os valores. Em um homem, ele fica dominado pela anima e pelo princípio de EROS com conotações de inquietação, promiscuidade, mau humor, sentimentalidade – o que quer se possa definir como uma emocionalidade irreprimida.

 Uma mulher sujeita à autoridade do animus e do Logos é controladora, obstinada, cruel, dominadora. Ambos tornam-se unilaterais. Ele é seduzido por pessoas inferiores e forma ligações pouco significativas; ela, sendo absorvida por um pensamento de segunda classe, marcha à frente sob a égide de convicções que não levam em conta os relacionamentos.

Falando em termos não-profissionais, Jung dizia que os homens aceitavam a anima prontamente quando ela aparecia em um romance ou como uma estrela de cinema. Porém, era diferente quando se tratava de observar o papel que ela desempenhava em suas próprias vidas.

Caso houvesse feito uma alegação correspondente sobre o animus, poderia ter dito que até recentemente as mulheres estiveram por demasiado prontas e propensas a permitir que os homens lutassem por elas, esperando secretamente pela libertação por um cavaleiro em um corcel branco.

Mas agora que passaram a aceitar seus lugares não como homens mas lado a lado com homens, o assunto é diferente. Querendo gozar de um status de igualdade, mas ao mesmo tempo desejando permanecer fiéis à sua identidade como mulheres, tiveram de harmonizar-se com quem realmente é o padrão em suas vidas e revelar suas fontes íntimas de autoridade.(4)

“Anima e Animus, na Psicologia analítica de Carl Gustav Jung são aspectos inconscientes de um indivíduo, opostos à  persona ou aspecto consciente da  Personalidade. O inconsciente do homem encontra expressão como uma personalidade interior feminina: a Anima; No inconsciente da mulher, esse aspecto é expresso como uma personalidade interna masculina: o Animus.

É importante destacar que autores(as) influenciados pelo pensamento de Jung já discutem os pólos energéticos "Anima e Animus" sob uma perspectiva universal, levando-se em conta que o desenvolvimento da personalidade interior está regida pelo Inconsciente Coletivo. Neste sentido, podemos citar Roberto Gambini, Ginette Paris e James Hillman enquanto pós-junguianos ampliando o conceito. Podemos pensá-las numa dimensão cósmica, ou seja, pólos que abrangem variados fenômenos da cultura manifestados sob a forma destas imagens arquetípicas.(3)


Anima: Guia da Alma – James Hilman

A primeira noção da anima como o lado contrassexual do homem é concebida numa fantasia de opostos. Homens e mulheres são opostos, consciente e inconsciente são opostos, masculinidade consciente e feminilidade inconsciente são opostos.

 Essas oposições são mais especificamente caracterizadas por outras: uma consciência jovial tem uma figura de anima mais idosa; um adulto forma o par com uma imagem de soror semelhante a si na idade; a consciência senil encontra correspondência numa menina.

 Assim, também um fator social entra na definição contrassexual. Em diversas passagens, “anima” refere-se à personalidade contrassocial, inferior. Há uma oposição entre o papel exterior que se representa na vida social e a vida interior e menos consciente da alma. Esse aspecto menos consciente, que está voltado para dentro e que é vivido com a sua interioridade pessoal, é a anima como “imagem da alma”.

Quanto mais um homem se identifica com o seu papel social e biológico de homem (persona), maior será a dominação interna da anima. Assim como a persona dirige a adaptação à consciência coletiva, a anima governa o mundo interno do inconsciente coletivo.

Da mesma forma que a psicologia do homem, de acordo com Jung, depois da meia-idade se desloca em direção ao seu oposto feminino, também há uma suavização e um enfraquecimento fisiológico e social em direção ao “feminino”, tudo isso ocasionado pela anima.

Não há dúvida de que a experiência realmente confirma essa primeira noção de anima que a considera como a linhagem feminina inferior do homem. De fato, ela primeiro aparece através de figuras de sonho, emoções, queixas sintomáticas, fantasias obsessivas e projeções do homem ocidental. Anima é “a sedutora glamurosa, possessiva, temperamental e sentimental que existe no homem’‘2

Hoje em dia as noções de “masculino” e “feminino” estão em disputa.
Essa disputa ajudou a diferenciar os papéis sexuais dos papéis sociais, e mesmo a diferenciar tipos de identidade sexual, isto é, se baseada em características sexuais primárias ou secundárias, manifestas ou genéticas, físicas ou psíquicas.

Ficou difícil falar de anima como feminilidade inferior, já que não estamos mais seguros do que seja “feminilidade”, que dirá feminilidade “inferior”. Mais que isso, a psicologia arquetípica colocou em dúvida a própria noção de ego.

 A identidade egóica não é uma coisa mica, mas numa psicologia politeísta, o “ego” reflete qualquer um dos vários arquétipos e representa diversos mitologemas. Ele tanto pode ser influenciado por uma Deusa como por um Deus ou Herói, e também pode apresentar estilos “femininos” no comportamento, sem que isso seja um indicador de fraqueza egóica ou de uma incipiente perda do ego.

Porque a fantasia dos opostos mantém a anima num tandem social com a persona ou com a sombra e num tandem sexual com a masculinidade, negligenciamos sua fenomenologia própria e assim encontramos dificuldade em compreendê-la, exceto em contraste com estas outras noções (masculinidade, sombra, animus, persona).

Estamos sempre encarando a fenomenologia da anima de dentro de uma armadura ou do prato oposto de uma balança. Nossas noções de anima são desenhadas compensando alguma outra coisa a que sempre ela está ligada.

Entender a anima em tandens já está implícito em sua fenomenologia. Assim, pensamos nela em noções tais como a ligação com o corpo ou com o espírito, ou no mistério mãe-filha, no par masculino-feminino, com compensação da persona, no conluio com a sombra, ou como um guia para o Self.

Nestes pares, como no imaginário mitológico, anima é o parceiro reflexivo; é o que oferece o momento de reflexão naquilo que está naturalmente dado.

Ela é o fator psíquico na natureza, uma idéia formulada no século passado como “animismo”. Sentimos esse momento de reflexão nas emoções contrárias que os fenômenos da anima constelam: fascinação mais perigo; pavor mais desejo; submissão a ela como destino mais suspeita; a profunda consciência de que este caminho guarda a minha vida e a minha morte.

 Sem essas emoções que agitam a alma, não haveria significado nos lugares naturais e nas questões humanas aos quais ela está ligada. Mas vida, destino e morte não podem se tornar “conscientes”, de forma que com ela constela-se a consciência de nossa inconsciência fundamental.

Em outras palavras, a consciência dessa estrutura arquetípica nunca está distante da inconsciência. Seu vinculo primário é com o estado da natureza, com as coisas que simplesmente são — vida, destino, morte — e que podem apenas ser refletidas mas nunca separadas de sua impenetrável opacidade. Anima fica perto deste terreno da mente inconsciente natural. (1)

Anima: A Mulher Interior - Edward C. Whitmont

Como imagem numinosa, isto é, como imagem afetiva espontaneamente produzida pela psique objetiva, a anima representa o eterno feminino, em qualquer um e em todos os seus quatro aspectos possíveis e suas variantes e combinações como Mãe, Hetaira, Amazona e Medium.

Ela aparece como a deusa da natureza, Dea Natura, e a Grande Deusa da Lua e da Terra, que é mãe, irmã, amada, destruidora, bela feiticeira, bruxa feia, vida e morte, tudo em uma só pessoa ou em aspectos diferentes da pessoa;

 portanto, ela surge em inumeráveis imagens de figuras femininas encantadoras, assustadoras, amigáveis, úteis ou perigosas, ou até mesmo em figuras de animais, como já vimos — principalmente como gato, cobra, cavalo, vaca, pomba, coruja — que a mitologia, atribui a certas divindades femininas.

 Aparece como sedutora, prostituta, ninfa, musa, santa, mártir, donzela, aflita, cigana, camponesa, a vizinha do lado,  ou como a Rainha do Paraíso, a Virgem Santa, para mencionar apenas alguns exemplos.

 Estas são algumas das muitas facetas nas quais a natureza feminina, o elemento Yin, sempre foi vivenciado pelo homem.

Como padrão de comportamento, o arquétipo da anima representa os
elementos impulsivos relacionados com a vida como vida, como um fenômeno natural, não premeditado, espontâneo, com a vida da carne, com a vida da concretude, da Terra, da emotividade, dirigida para as pessoas e para as coisas.

É o impulso para o envolvimento, para a conexão instintiva com outras pessoas e com a comunidade ou grupo que as contém. Enquanto a individualidade separada é personificada como elemento masculino, a conexão (o inconsciente “continente”, o grupo e a comunidade) é vivenciada e personificada como uma entidade feminina.

Como padrão de emoção, a anima consiste nos anseios inconscientes do homem, em seus estados de espírito, aspirações emocionais, ansiedades, medos, inflações e depressões, assim como em seu potencial para a emoção e o relacionar-se. Quando um homem age em identidade com a sua anima — mulher de segunda categoria.

 Sob essa forma, a anima representa o mundo da natureza e do envolvimento emocional, dos amores e rancores, o mundo relativamente inadaptado e portanto inferior do homem.

Consequentemente, a psique objetiva apresenta-se ao homem em primeiro lugar como uma tentação caótica inteiramente irracional, perigosamente primitiva, como uma sedução encantadora.

Isso de que estamos falando constitui um nível de operatividade que ainda não esteve presente na consciência e, em grande parte, não pode sequer ser inteiramente percebido de modo consciente, mas exige, ao mesmo tempo, que o percebamos e o confrontemos.

Em consequência, o processo de conscientização da anima, ainda que parcial, constitui um meio indispensável de abordagem da dimensão não-pessoal da psique objetiva.

Enquanto a anima permanecer em estado inconsciente, como todos os
elementos inconscientes, seus meios de expressão são compulsivamente primitivos, através de complexos, identidade, inflação e projeção.

A identidade com a anima manifesta-se em todos os tipos compulsivos de melancolia, de autopiedade, sentimentalismo, depressão, retraimento ruminativo, acessos de paixão, hipersensibilidade mórbida ou efeminação, isto é, em padrões emocionais e comportamentais que fazem o homem agir como uma mulher inferior.

A inflação pela anima é um estado no qual ambições, esperanças e desejos são confundidos com fatos e realidades acontecidos. Um pastor que ficou fanaticamente impressionado com a premência de sua missão teve o seguinte sonho: “Ouvi uma voz como se viesse das profundezas do espaço. Ela dizia que, se Suzy não abandonasse o presbitério, eu é que teria que deixá-lo.”

Sobre essa voz do além, com tamanho senso de autoridade, poderíamos dizer que era como a voz do Self. Suas associações com “Suzy” eram a de que ela não era nenhuma amiga em particular. De fato, ele até desconfiava de que ela não se importava muito com ele como pessoa. Admirava-o e até mesmo imaginava-se apaixonada por ele, não por causa dele mesmo mas porque era um “homem de Deus”.

Seu sonho, então, diz mais ou menos o seguinte: há em você um aspecto emocional da personalidade que está apaixonado pelo halo, pelo fato de ser o grande “homem de Deus”. Mas, a menos que essa atitude cesse, a menos que você consiga estabelecer alguma distância dela, você falará como pastor e terá que abandonar o presbitério.

Devido à inflação, o fato de estarmos apaixonados por nossa própria grandeza nos priva do nosso senso das limitações humanas. Então, tomamo-nos irrealisticamente exigentes em relação a nós mesmos e intolerantes em relação aos outros.

É dificílimo lidar com o aspecto inflacionário da anima porque ele tende a ser agradavelmente convincente. Sua ilusão aparece como verdade óbvia, a pessoa se sente bem e convencida a respeito dessa verdade. Mas, como vimos até agora, é exatamente quando estamos mais convencidos de uma certeza que somos mais passíveis de estar nas garras de um poder inconsciente, por isso mais passíveis de sermos enganados.

A anima em projeção é responsável pelo fato de um homem estar amando ou estar odiando. Ele encontrou a imagem de sua alma, a mulher ideal e única ou, ao contrário, uma megera absolutamente insuportável. Ambas as reações são fascinantes e irresistíveis.

 Em tais situações, tende a haver um envolvimento compulsório com o qual não conseguimos lidar e que também não podemos deixar de lado. Se fosse apenas o fato de que a mulher é maravilhosa ou horrível, poderíamos amá-la ou abandoná-la. Mas, se não podemos fazer nenhum dos dois, então estamos sob o encantamento arrebatador do arquétipo.

Os relacionamentos com o outro sexo estão sujeitos a ser iniciados pelas projeções da anima ou do animus. Mas o vínculo verdadeiro requer que ultrapassemos as projeções e alcancemos a realidade da outra pessoa.

A verdadeira realidade da outra pessoa provavelmente estará em desacordo com as expectativas projetadas; por isso, enquanto as projeções continuarem a prevalecer, a pessoa ficará desapontada e será humilhada pelo parceiro quando ele ou ela não se amoldar à imagem.
 O verdadeiro relacionamento entre uma pessoa e outra, isto é, um encontro do “eu” com o “tu” é, portanto, impossível, a não ser que as projeções mais irrealistas da anima ou do animus tenham sido dissolvidas, e isso não é fácil de se conseguir.

 Enquanto apenas a projeção da anima determinar o relacionamento, ela tenderá a produzir um pseudo-relacionamento — entre a ilusão e a ilusão — sob a forma de mútuas fascinações e/ou ressentimentos explosivos, e reações de fuga quando surgirem as projeções negativas (o fantasma puritano, o vampiro, etc.).

Mas é bom lembrar que as projeções e as relações ou pseudo-relações que elas engendram são estados nos quais nos encontramos; eles ocorrem por si sós e não podem ser evitados pela vontade ou por boas intenções. Nossa única oportunidade consiste em desenvolver uma consciência de quando eles acontecem e das características projetadas envolvidas.

A projeção da anima masculina sempre oferece uma grande tentação para a mulher. Ela terá a tendência para se identificar com a expectativa do homem e, portanto, representá-la, fingir que incorpora o ideal dele ou suas necessidades reais ou imaginárias.

Como “mulher-anima”, ela pode tomar-se todas as coisas para todos os homens, desde um flerte até uma esposa sábia ou a mulher inspiradora, antecipando todas as necessidades e aspirações do marido ou enamorado, tomando-o portanto tão dependente dela que, por sua vez, ele acaba concordando com todos os planos dela, e faz aquilo que ela espera dele.

 A mulher sábia, por exemplo, controla habilmente o marido e toda a situação entre eles. Mas, nas palavras de Harding, essa mulher sempre se refere ao seu marido, ao seu casamento com ênfase no pronome possessivo.

 São o seu impulso de poder e sua possessividade instintivas, ou sua necessidade de buscar segurança ao se identificar com uma persona convencional ou um ideal angélico e inspirador, que podem induzir a mulher a representar esse papel, e podem fazê-la perder sua própria alma, sua própria identidade real, no processo.

Para tornar-se uma pessoa completa – e não um mero  número num contexto social, ou um animal macho — ou às vezes a fim de agarrar-se à sua masculinidade, o homem deve confrontar sua anima e tentar estabelecer com ela um relacionamento vivo e crescente.

 Sem dúvida, isso também é essencial nos seus relacionamentos com outras pessoas. Quando a consciência é mantida como escrava pela força do arquétipo, o complexo, formado em torno do núcleo do arquétipo, e sua projeção tornam quase que impossível que essa consciência se aproxime da realidade da outra pessoa.

Jung descreve o que acontece quando não há confronto entre o ego do homem e o “outro” interior”:

“Muitas vezes, o ego vivencia um vago sentimento de derrota moral e então se comporta de modo mais defensivo, desafiador e arrogante, construindo assim um círculo vicioso que só aumenta seu sentimento de inferioridade. Então, o âmago do relacionamento é destruído, pois como na megalomania, um sentimento de inferioridade torna impossível o reconhecimento mútuo e, sem isso, não há relacionamento.2

O confronto com a anima, ou com qualquer complexo ou impulso autônomo, inconsciente, requer a percepção da natureza de suas expectativas autônomas e dos padrões de resposta pessoais.

 Ele exige que se estabeleça um relacionamento com o complexo como entidade autônoma, uma espécie de “tu” interior, que reconheça seus anseios e necessidades e se adapte a eles, canalizando seus impulsos quando e onde for possível para expressões compatíveis com a realidade exterior e com os preceitos éticos da consciência íntima da pessoa;

portanto, que não apenas leve em conta os próprios hábitos usuais e as exigências das responsabilidades comunitárias e familiares da pessoa, mas que também atenda às necessidades daquilo que está pedindo para nascer.

Entretanto, o encontro com a anima nunca é uma coisa simples; ela tende a aparecer com a velocidade de um reflexo, como uma reação emocional, antes que se possa prestar atenção e, no momento em que termina a inspeção interior, ela já se foi e o sentimento desapareceu.

Uma dificuldade adicional reside no fato de que os arquétipos como tais — as fontes de todas essas reações — nunca podem ser integrados com alguma finalidade, mas continuam a exprimir-se em formas sempre novas. Apenas as suas manifestações podem ser integradas, na medida em que a pessoa chegar a conhecê-las, pois os arquétipos são em si mesmos as pedras fundamentais da estrutura psíquica, que na sua totalidade excede os limites da consciência e, portanto, nunca se pode tornar o objeto da cognição direta.

Embora os efeitos da anima e do animus possam tornar-se conscientes, eles próprios são fatores que transcendem a consciência para além do alcance da percepção e da volição. Portanto, permanecem autônomos apesar da integração de seus conteúdos e, por essa razão, devem ser constantemente guardados na memória.

 Um fato fundamental que facilmente perdemos de vista é que a anima e o animus não estão sujeitos à vontade e ao controle consciente. Nunca podemos domesticá-los ou eliminá-los; temos de estar sempre preparados para novos truques e surpresas.

Todo afeto intenso indica que a anima ou o animus está em atividade. A menos que compreendamos isso, sempre seremos vítimas da ilusão de que os dominamos e assim que nos sentimos seguros desse domínio, já caímos na inflação que prepara a próxima armadilha.

Este texto é resultado de uma pesquisa, é uma compilação ...

*1. Excertos compilados pela autora a partir dos capítulos 1 (Anima e Contrassexualidade) e 2 (Anima e Eros) de Anima, Anatomia de Uma Noção Personificada, James Hilman, Editora Cultrix, SP, 1990 (NT).
2. Marie Louise Von Franz
3.     Wikipédia.



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