Só
é possível para o homem estar em harmonia com a Ordem do Universo se ele se
tornar humilde o suficiente para que não tenha consciência de sua humildade.
Mas
se em qualquer momento o homem permitir um mínimo de sentimento de orgulho,
considerando sua riqueza interior uma propriedade pessoal definitiva, que o
eleve acima dos demais, ele se distanciará da Fonte, a sua luz diminui e o
saber morre, pulverizado pela cegueira espiritual.
Nessa
situação, não será mais necessário conhecer as ciências limitadas do mundo
dos efeitos e tudo encontrará em si próprio, pois, conforme é citado no Tao
Te King, "Sem transpor a porta de seu ser, conhece o Universo; sem
olhar pelas janelas de seus sentidos, vê o Tao do Céu".
E
nesse momento mágico que se pode afirmar estar o ser no terceiro estágio de
compreensão do Dharma. Quando esse estágio se torna patente, o ser
liberta-se da multiplicidade das aparências e abraça a unidade indivisível do
Espírito e da matéria.
Parafraseando
o Tao Te king, torna-se aquele que "identifica sua vontade e
suas ações à vontade e ação do Tao, do mesmo modo que "identifica
suas não- intervenções ao Não-agir do Tao. E porque aspira a União Suprema o
Tao o acolhe com alegria".
Esses
seres especiais atingem o "não-agir" e as suas - obras são reflexos
vivos do Dharma, qualquer que seja a sua missão no plano relativo,
cumprem-na com grande humildade interior.
Ao
atuarem, geralmente estão velados pela sua simplicidade; ao se comunicarem, não
recorrem às fórmulas e aos clichês comuns, mas exprimem-se com grande
espontaneidade, pois "palavras sinceras não são rebuscadas, palavras
rebuscadas não são sinceras".
Passam
a enxergar todas as criaturas como pertencentes à Grande Unidade e não mais
discriminam ou julgam ninguém, ao contrário, dedicam-se, sem medir esforços, à
regeneração de todos aqueles que deles se aproximam.
Se vosso coração fosse reto, então
toda criatura seria, para vós, um espelho da vida e um livro repleto de santas
instruções. Não há criatura, por menor e mais vil que seja, que não apresente
qualquer imagem da bondade de Deus.
A Imitação de Cristo, livro II, cap. IV
O
Tao absoluto é o grande vazio
O
Tao é vazio de formas, imagens, qualidades e virtudes percebidas pelos
sentidos e pela mente e, no entanto, é a fonte perene e inesgotável de tudo,
sendo que a sua potência criadora manifesta-se perpetuamente, em todos os
pontos e dimensões do Universo.
Esse "vazio" não possui atributos e
nem pode ser conceituado com base no que se pode considerai' como realidade
objetiva; ele é a plenitude da realidade absoluta.
O
"vazio do Tao" não pode ser atingido a não ser pelo silêncio
interior. Este silêncio não é o mesmo que a ausência de palavras, mas a
reversão introspectiva da atenção e a sublimação da impulsividade da
personalidade.
Mas o domínio da palavra é o primeiro passo
para o desenvolvimento do silêncio interior e o seu uso classifica uma pessoa
como sábia ou tola.
Quando a palavra é proferida pelo homem
inferior, é uma expressão de seus pensamentos, sentimentos e paixões, a
manifestação de sua vontade, própria, uma projeção dos seus estados de alma, ou
do ego no mundo; quando proferida pelos sábios, é a mensageira perfeita da
Vontade.do Tao.
O
"vazio" não pode ser compreendido pela mente divisionista, mas
somente pela "não-mente", que é o estado de meditação autêntica,
através do qual anulam-se a dispersão e a incoerência do eu trivial e o
pensamento volta-se para a Unidade, acima da multiplicidade das opiniões e
aparências.
Para
tanto, o homem não pode mais ser comum. Deve aprender a evitar a
superficialidade, rejeitar a sua curiosidade, eliminar o senso crítico,
desviar-se das questões perturbadoras e
pulverizar as investidas da dúvida.
Por essa via, pode gradativamente impor uma
hierarquia aos seus sentimentos e às tendências da individualidade.
A
cada recolhimento, em muda contemplação, a consciência se eleva a dimensões inconcebíveis,
e todas as coisas, apegos e valores relativos ao mundo diminuem até o seu
desaparecimento total. Marcio Bom Tempo.
A
calma o Tao é a sua saúde.
Cada
qual tem um problema, o seu problema, aquele problema particular, do momento,
diferente dos problemas dos outros e de ontem, que o empurra, persegue,
atormenta. Segue-o aonde quer que ele vá.
São
as necessidades de cada dia, nas quais se afoga a maior parte dos homens,
incapazes de erguer-se acima das mesquinharias cotidianas.
Depois,
existem os grandes problemas, os problemas de todos, comuns a cada mortal.
E
são os grandes porquês da vida e do pós-vida.
*
* *
O
progresso das ciências eliminou muitas dores físicas da vida humana, mas não
existe ciência capaz de eliminar as dores morais, mais graves e abundantes do
que as da carne.
Para
as moléstias de caráter moral, o médico só pode ser a própria pessoa, aplicando
a si mesma as regras da ciência do espírito.
Nisto,
toda a dificuldade reside na prática que requer mais aplicação e esforço do que
qualquer disciplina comum.
Os
homens, porém, ignoram a arte de viver e não se preocupam em aprender-lhe os
segredos. Ocupam-se de mil coisas inúteis, ao mesmo tempo que negligenciam o
essencial.
Não
obstante, poderiam ter a alegria de gozar da única felicidade possível sobre a
terra, a serenidade, até no meio dos acontecimentos mais tristes.
Se
vieres a ler nestas páginas algo que reconheces por verdadeiro, sentirás vibrar
qualquer coisa dentro de ti, como no encontro de um velho amigo; é a prova de
que aquela, para ti, é uma verdade.
E
a abraçarás precisamente como abraçarias o amigo que voltaste a encontrar e
que há tanto tempo não vias. Mas não a abandones mais.
Que
ela seja uma ajuda para a tua vida.
Milhões de pessoas são atormentadas por um inimigo secreto que por si só
provoca mais infortúnios e sofrimentos do que qualquer outra desgraça: a preocupação
é filha do medo, e da desarmonia.
Esta, como o sabem os médicos, pode induzir um estado patológico,
consome nossas energias, compromete a saúde, torna a vida um tormento
intolerável e abrevia-lhe os anos.
A.
J. CRONIN B.
A
vida mecanizada de hoje tende a levar todas as coisas ao ritmo próprio, exige
que se corra sempre mais para chegar não se sabe aonde, a arrebentar-se,
talvez, de encontro aos obstáculos, para não ficar atrás ( deixar-se
ultrapassar, ou quedar parados à beira da estrada, ao mesmo tempo que os outros
passam, velozes, sem olhar sequer para o que ficou parado.
A
corrida e a ansiedade prendem nossa alma.
Desde
que o homem motorizado não consegue mais fazer o que luzia antes, porque já não
tem tempo para fazê-lo, a vida se desenrola de maneira convulsa.
O
homem se empenha em fazer depressa, em saltar de um lugar para outro, como se
estivesse sendo perseguido, não se sabe por quem, mas com certeza por si mesmo,
detendo-se o menor tempo possível para retomar logo a fuga. Aquele que corre
muito eleva sua pressão arterial e abala
seu coração.
O
vírus da ansiedade entrou em todos: parece que o sentido do provisório e o
descontentamento tomaram conta do mundo.
Perdemos
o prazer do descanso e o gozo que dele deriva. Vemos tudo do superficialmente;
correndo, pensamos somente no amanhã, nunca no hoje;
roçamos
por todas as coisas, mas não olhamos para elas; somos informados mas, na
verdade, não conhecemos nada.
Mal
realizamos um empreendimento, anunciamos outro. Mas não se trata da operosidade
de quem cria com amor; é o frenesi dos que são levados a agitar-se a fim de
fugir de si mesmos, de conquistar o primeiro lugar.
Exasperadamente
sofisticados, perdemos a poesia da haste de relva e da vida. Não temos tempo
para viver mas só para agitar-nos. Este é um mal que se manifesta com escassa
capacidade de concentrar-se na ação presente.
A
mente vai mais longe, sem se deter para desfrutar a alegria do momento.
A pressa é
insegurança
O
homem que está sempre com pressa não é totalmente civil, escreveu o
historiador Will Durant.
Entretanto,
na vida de hoje, há até quem se considere importante fazendo-se notar sempre
pela azáfama, entre compromissos e encontros.
Nunca
como hoje foi maior o número de invenções destinadas a poupar tempo. No
entanto, nunca, como hoje, deixamos de encontrar tempo para fazer tantas coisas
necessárias.
A
pressa não serve. A razão disso é porque, correndo, bufando, empurrados pela
insaciabilidade, não chegamos nunca a satisfazer-nos.
Apenas
atingimos uma meta, em vez de aquietar-nos e descansarmos, somos induzidos a
correr ainda mais. Isto seria tolerável se as metas não fossem tão banais como
as que, por via de regra, os homens se propõem.
E
eles se apressam em vão. Os meios para economizar tempo transformaram-se em
seus patrões e torturadores.
A
sociedade de consumo é a sociedade da urgência e da ansiedade. Estimula-se o
consumo para poder produzir sempre e cada vez mais. Exacerba-se a pressa para
manter a produção, para ganhar mais. Este é, em síntese, o escopo de tudo: o
dinheiro, colocado sobre o altar, ídolo de todo o mundo.
A
ambição do bem-estar e a adoração da pecúnia representam a enfermidade aguda de
que sofrem os que se esqueceram dos valores mais altos.
Os
homens não sabem viver no eterno. Encravados, como estão, no tempo, e escravos
deste último, trazem-lhe o distintivo no pulso: o relógio. Sempre em luta com
os minutos, os olhos de contínuo pregados nos ponteiros. A maioria, porém,
desconhece essa doença, e mais, confere prestígio a isso que é considerado um
progresso.
Ai
daquele que precisa correr para sobreviver: basta um pequeno obstáculo para
provocar a ruptura.
Postado por Dharmadhanna
Psicoterapeuta Transpessoal
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Gabriel,
Rafael, Haniel, Miguel, Camael, Tsadkiel,
Raziel, Uriel, Samuel.
Os anjos seguem na frente abrindo meus caminhos
e me protegendo Com a Justiça Divina. Amém
Seja feita a Vontade de Deus!
Amem!
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