O
que é meditação?
Por
que devemos meditar?
Como
meditar?
Luiz
Franklin de Mattos
Para
quê ou para quem devemos meditar?
Qual
a diferença entre meditação e concentração?
Com
certeza muitas dessas perguntas já vieram a sua mente, em muitos momentos
distintos, baseadas em suas experiências individuais ou coletivas.
Vamos
analisar melhor esse processo, de modo bem simples, direto e objetivo.
Num
sentido amplo, nossa existência pode ser entendida em três níveis distintos, em
três planos imediatos, embora existam sete, onde nos movemos e existimos1.
Existem
sete planos de existência ou de consciência na natureza ( Divino, Monádico, Espiritual
ou Atmico, Intuicional ou Búdico, Mental, Astral e Físico). Possuímos,
portanto, sete corpos, um para cada plano, são eles o Espiritual, Intuicional,
causal, Mental, Astral, Etérico e Físico.
Eles
estão co-existindo agora, interpenetrando-se, um dentro do outro, numa vibração
cada vez mais sutil e intensa, quanto mais saímos dessa existência físico, rumo
ao divino, mais, luminoso, mais, vibrante, mais, intenso e poderoso, ou
glorioso, será esse corpo.
Como
nosso objetivo é um curso básico, começaremos pelo Corpo Mental que é um
veículo por meio do qual o espírito se manifesta como intelecto concreto, em
que se desenvolvem poderes mentais de memória e imaginação criativa, sendo um
corpo perecível.
Num
nível mais imediatamente abaixo, encontramos o Corpo Astral, também perecível,
que tem como função principal permitir ao homem que ele expresse seus
sentimentos, paixões, desejos e emoções, positivas ou não, verdadeiras ou
ilusórias, servindo de intermediário entre o corpo físico e o corpo mental.
O
terceiro corpo é o que mais conhecemos, chamado de corpo físico, com qual temos
a idéia de existir, de sentir, de ver, de construir nossos sonhos materiais.
Os
hábitos de nossa vida física, as emoções que alimentamos e a vida mental que
construímos pelo modo de pensar, influenciam nosso corpo físico, consequentemente
o corpo astral e o depois o mental.
A
meditação harmoniza todos os nossos corpos e nos conecta ao Cósmico.
Aquietai-vos,
e sabei que sou Deus.
Salmo 46:10
Para
nós, ocidentais, meditar significa refletir
a respeito de alguma coisa. No oriente, meditar é algo bem diferente. É entrar
num estado de consciência onde se torna mais fácil compreender a si mesmo.
Para
a maioria das pessoas a meditação está relacionada a coisas como relaxamento
físico, redução de estresse e paz de espírito.
Embora
esses sejam objetivos válidos, o verdadeiro propósito da meditação é algo
superior e mais espiritual. Afinal, os iogues e os profetas que primeiro
reconheceram e aperfeiçoaram os princípios da meditação começaram a praticar a
meditação para encontrar o CRISTO
INTERIRO, O EU PROFUNDO, O SELF, A CONSCÊNCIA CÓSMICA, A PAZ PROFUNDA.
Seu objetivo não era o descanso, mas a iluminação.
Num
mundo repleto de violência, conflitos de várias ordens, ansiedades, medos,
angústias e frustrações, nós perdemos a noção de quem somos, de onde viemos e
para onde vamos.
Grande
parte dessa confusão é criada pela mente, mente objetiva, concreta. Podemos
dizer que ela é o instrumento de nossa consciência e contém a somatória de
nossos condicionamentos, padrões de pensamento, nossa memória e nosso lado
racional.
A
mente é como um lago agitado.
Quando
dizemos sol, lua, marte, nossa mente vai construindo mecanismos que nos
permitam identificar e diferenciar cada astro. Mas, ao ouvirmos felicidades,
amor universal, custamos a "identificar” o que isso significa.
Quando
olhamos no espelho nossa imagem sabemos que não somos nós, embora seja algo
muito parecido, movimenta-se, tem a cor de nossos olhos, nossas características
particulares de olhos, nariz, boca, cor de pele.
Da
mesma forma, quando meditamos estamos saindo do "espelho” e voltando o
olhar para o reflexo do nosso Eu-Superior, Eu-Profundo ou Consciência Crística,
no mais profundo silêncio, no santuário de nosso Ser.
Meditar
nada mais é do que aquietar os pensamentos, serenar a mente para que possamos
reconhecer com clareza nossa essência.
Durante
esse processo de aquietar a mente nos damos conta de nossos padrões de
pensamento e de ação e, assim, podemos transformá-los por meio de métodos
reflexivos, contemplativos e espirituais sem nenhum tipo de violência ou
mecanismo artificial ou com entorpecentes.
Meditar
não significa ficar em uma posição exótica, em martírios corporais, em jejuns
nocivos, ou práticas físicas que nos levem a transe momentâneo e superficial.
Muito
pelo contrário, meditar é encontrar-se de forma calma, serena, silenciosa, com
seu Eu Interior, sem nenhum tipo de punição moral ou física.
Uma forma de
fazer um relax rápido é:
>
Visualizar
uma paisagem que você conheça ou não. Crie o máximo de detalhes possível e
sinta-se nesse lugar.
>
>
Imaginar que
você está em uma sala preenchida por luz azul. Você inspira essa luz, deixa que
ela relaxe seu corpo e a devolve para o ambiente expirando.
>
Sentir-se
flutuando no espaço tal qual uma ave.
Para
auxiliar nas práticas de meditação, apresento uma proposta que pode ser feita
semanalmente, conjugando-se um exercício de mentalização, um outro de contemplação
e um de ampliação da capacidade mental. O tempo máximo dessa prática é de 5 minutos.
Visualize
um triângulo equilátero de aproximadamente dez centímetros diante de sua testa (em frente ao chakra frontal),
afastado uns quinze centímetros.
Preencha esse triângulo com uma das cores listadas abaixo.
Essa
cor é emitida e irradiada de seu chakra frontal. Depois de ver triângulo
totalmente preenchido por essa cor, mentalize e vivencie a virtude, analise
durante a semana o que ela representa em sua vida ou como você deve aplicá-la
em seu cotidiano.
TRIÂGULO /
COR
|
VIRTUDE
|
BRANCO
|
Discernir entre o Real e o Irreal
|
ROSA
|
Indiferença acerca do Irreal e aos Frutos da
Ação ( Desapego)
|
VERMELHO
|
Controle dos Pensamentos
|
ALARANJADO
|
Controle da Ação
|
AMARELO
|
Tolerância
|
VERDE
|
Resistência (ao mal e as tormentas do
cotidiano) - Paciência
|
AZUL
|
Fidelidade ao Cristo (Fé)
|
ANIL
|
Equilíbrio
|
VIOLETA
|
Ânsia de Unir-se ao Divino
|
Respiramos
cerca de 20.000 vezes num dia. Em cada respiração, absorvemos por volta de 300
ml de ar. Mas nossos pulmões foram planejados para muito mais, pois a
capacidade pulmonar de um adulto é de cerca de 4 litros.
Nossa
respiração cotidiana movimenta apenas 10% do que nossos pulmões comportam.
Assim, nosso corpo e nossa mente funcionam com uma quantidade de combustível
bem menor do que necessitam e jamais poderemos expressar plenamente nossos
potenciais e viver uma vida realmente saudável se não aumentarmos nossa
absorção de oxigênio.
Para
a realização de qualquer exercício abaixo faça o seguinte exercício
respiratório, sempre pelas narinas, de forma lenta, serena e calma, não faça
nenhum tipo de esforço, procure apenas inspirar profundamente, enchendo bem os
pulmões, sem gerar desconforto, prenda por alguns segundos, solte lentamente
sem violência, repita a respiração e vá relaxando, soltando os músculos, dos
pés, pernas, tronco, braços, pescoço e cabeça.
(a)
Quando
estiver em contato com a natureza, sente-se diante de uma paisagem e observe-a.
Ouça os sons, veja as cores, sinta os aromas mas não fique dando nome às coisas
ou analisando-as: "esse cheiro deve ser daquela flor", "como é
bonita a forma daquela montanha", "o som desses passarinhos me deixa
tão relaxado...". Apenas ouça, veja e sinta sem criar frases na sua mente,
sem ficar tagarelando internamente.
(b)
(c)
Imagine-se
viajando por uma imensa floresta, verde, cercada de montanhas, com cachoeiras,
riachos, belos animais amigos, passeie pela paisagem, interagindo com os
diversos elementos da imagem, imagine-se recebendo as energias da natureza,
curativas e harmonizadoras.
(d)
(e)
Passeio pela
natureza, visualize-se de pé de frente para o mar, na areia branca, leve,
solta, o sol dourado brilhante, o céu azul, o mar azul. Mergulhe nesse mar,
deixe as ondas baterem em você, agradeça os seres cósmicos que mantém o mar
como força viva e divina; saia do mar caminhe pela areia, imagine que você está
tão leve que nem deixa as pegadas na areia, vá a um riacho de águas
cristalinas, escute uma cachoeira, banhe-se em suas águas, agradeça os seres a
mantém viva.
Terminado
o banho de cachoeira, atravesse uma planíce verdejante, cheia de flores e ervas
e plantas medicinais que exalam aromas agradáveis, o sol brilhante atinge
diversos cristais coloridos que refletem raios e espectros sobre seu corpo,
caminhe, indo em direção a montanha, suba na
montanha,
sem se sentir cansado, vá ao topo da montanha, sinta o vento em sua face, desça
flutuando, vá pouse suavemente, veja uma caverna, desça até o centro e
imagine-se atravessando uma cortina de fogo, que purifica e harmoniza a tudo e
todos, após atravessar a cortina de fogo, veja-se em um imenso jardim florido,
com bancos brancos de mármore, sente-se e se harmonize com a paz do lugar!
(a)
Sente-se
diante de uma janela e deixe que a claridade solar ou lunar invada seu corpo.
Sinta a luz penetrando pelo alto de sua cabeça e fluindo por todo o corpo.
Mantenha sua atenção nesse fluxo de energias curativas.
(b)
(a)
Repita o
mantra OM durante todo o tempo da sua meditação. Mantras são sons que trazem
uma determinada qualidade de energia para quem os vocaliza. O mantra OM é um
dos mais antigos do hinduísmo e sua qualidade é o equilíbrio e a serenidade.
Ele nos traz energia e ajuda a clarear a mente. Veja abaixo outros mantras:
(b)
i.
OM MANI PADME
HUM (Pronúncia em Sânscrito)
ii.
OM MANI PEME
HUNG (Pronúncia em Tibetano)
iii.
O MANTRA -
GAYATRI :OM - BHUR
BHUVA SWAH /TAT SAVITUR VARENAYAM /BHARGO DEVASYA DHIMAHI /DHIYO YO NAH
PRACHODAYAT
iv.
(a)
Olhe atentamente para um símbolo ou um objeto sagrado, devocional, que lhe
chame a atenção naturalmente. Olhe para esse símbolo e envolva-se com ele.
Observe-o atentamente até que você possa mantê-lo com clareza na sua mente,
mesmo de olhos fechados, receba as sublimes vibrações que eles emitem. Harmonize-se
(a)
Sente-se em
silêncio e preste atenção a cada som que surgir ao seu redor. Dos pássaros, da
natureza ou outros. Ouça tudo ao mesmo tempo. Não se detenha em nenhum deles.
Nenhum é mais importante do que os outros, nenhum é melhor ou mais agradável.
Não julgue, apenas ouça. Evite relacioná-los com os objetos ou seres que os
produzem. Permita-se ouvir o som puro, o som divino, e perceber sua qualidade
intrínseca.
bc)
Música - ouça
uma música e viaje pela historia harmoniosa de seus sons, veja-se equilibrado e
feliz, sinta e viva mentalmente a música.
(c)
Você pode
meditar com as cores também. Pergunte ao seu corpo de qual cor ele necessita
para estar em harmonia. Aceite qualquer cor que lhe venha à mente. Imagine um
grande jorro de luz dessa cor fluindo sobre você ou mergulhe num oceano tingido
com a cor escolhida. Não se preocupe em "ver" a cor, você pode apenas
senti-la com seus sentidos interiores.
(b)
(d)
Algumas cores
para meditar e envolver-se: violeta, azul, amarelo dourado, verde, branca, rosa
e vermelho-rubi. Você pode circular com as diversas cores do arco-íris pelo seu
corpo, pelos seus músculo, ossos e órgãos, harmonizando-os e curando-os.
(d)
(e)
Você pode
repetir o exercício anterior, depois de se banhar nas diversas cores veja-as
irradiando de seu coração para pessoas que necessitem de equilíbrio, saúde e
paz, ou envie essa luz para a humanidade.
(f)
(a)
Observe seus
pensamentos e tente perceber o espaço que existe entre um e outro. Mesmo numa
mente completamente confusa, os pensamentos surgem e desaparecem deixando um
breve espaço entre si. Descubra esse espaço, nem que seja apenas um segundo.
Observe-o e você vai perceber que ele começará a se ampliar. Ao penetrar nesse
espaço em branco, você estará além da mente.
A
prática da meditação, embora simples, requer bastante disciplina e
regularidade.
Abaixo
estão algumas dicas de como iniciar sua prática de meditação.
1.
Escolha um
lugar sereno onde você possa sentar-se de maneira confortável e com a coluna
ereta. Pode ser numa cadeira ou no chão com as pernas cruzadas. Sentar- se
sobre uma pequena almofada ajuda a manter as costas eretas. Use roupas que não
apertem nem incomodem.
2.
Sente-se e
feche os olhos.
3.
Concentre-se
na respiração, mas inspire e expire normalmente. Não tente controlar ou alterar
a respiração deliberadamente. Apenas observe.
4.
Um dos
exercícios mais simples é observar a respiração. Sinta o ar entrando e saindo
pelas narinas. Acompanhe seu caminho por todo o corpo. Repare nos movimentos da
barriga, do peito. Veja se há movimentos ou sensações na pelve, pernas, cabeça,
etc. Esteja com o ar o tempo todo.
5.
Ao observar a
respiração, vai ver que ela muda. Haverá variações na velocidade, no ritmo e na
profundidade, e pode ser que ela pare por um momento. Não tente provocar
nenhuma alteração. Novamente, apenas observe.
6.
Comece dando
uma ordem mental e vá relaxando dos dedos dos pés, para o peito do pé, as
pernas, coxas, ventre, abdômen, costas, coluna, dedos das mãos, antebraços,
braços, ombros, pescoço, cabeça, nuca... Se quiser, relaxe também os seus
órgãos, músculo, nervos, articulações, e por aí vai.
7.
Acender um
incenso ou colocar uma música bem suave pode ajudar a criar um clima de
tranqüilidade no início. Depois de algum tempo, pode ser que você prefira
dispensá-los.
8.
Pode ser que
você se desconcentre de vez em quando, pensando em outras coisas ou prestando
atenção aos ruídos externos. Se isso acontecer, desvie a atenção para a
respiração.
9.
Se durante a
meditação você perceber que está se concentrando em algum sentimento ou
expectativa, simplesmente volte a prestar atenção na respiração. Não gere um
conflito com o que vem em sua mente. Identifique, registre, apague e esqueça,
voltando a acompanhar a sua respiração.
10.
Evite meditar
quando estiver com sono ou muito cansado. Você se sentirá frustrado por não
conseguir se concentrar e desanimará de sua prática diária. Um bom horário para
meditar é pela manhã, quando estamos mais tranquilos e descansados. Porém, isso
também é individualizável. Se você sentir que consegue melhores resultados à
noite, escolha esse horário.
11.
Comece com
quinze minutos diários. Coloque um relógio para despertar após esse tempo,
assim sua mente não poderá sabotá-lo fazendo-o acreditar que já se passaram
muito mais que quinze minutos.
12.
Não se mova
durante esse tempo. O corpo é como um pote e a mente é a água dentro dele.
Mover o recipiente faz com que a água também se mova e, lembre-se, o que você
quer é que sua mente permaneça quieta e imóvel.
13.
A atenção
deve estar voltada para o objeto da meditação (a respiração, um símbolo, um
mestre, um grande pensamento universal, numa virtude divina, etc.) sem que isso
necessite de grandes esforços. Caso você disperse, reconduza sua atenção
suavemente ao objeto escolhido.
14.
Qualquer
coisa que aconteça estará bem. Se houver um monte de pensamentos desfilando
pela sua cabeça, se você tiver vontade de chorar ou de rir, se você achar que
nunca vai conseguir se concentrar, tudo bem.
15.
Apenas
continue sentado e, sempre que possível, volte a sua atenção para o objeto
sobre o qual está meditando, criando uma situação feliz, equilibrada e serena,
pensando no Cósmico.
16.
Ao final,
mantenha os olhos fechados e permaneça relaxado por dois ou três minutos. Saia
do estado de meditação gradualmente, abra os olhos e assuma sua rotina.
Embora
os resultados de uma boa meditação possam ser sentidos de imediato, somente a
regularidade, ou seja, a prática frequente, pode contribuir de modo constante
para a ampliação dos benefícios em sua saúde física e mental, ampliação das
vibrações sutis e espirituais, estado de paz e alegria interior.
O
ideal é uma prática no mesmo horário, num mesmo local. Caso isso não seja
possível, procure manter o tempo da meditação constante, ou seja, se você
medita dez minutos por dia, faça sempre dez minutos de meditação.
As
pessoas perguntam sempre: Por quanto tempo devo meditar? E quando? Devo
praticar vinte minutos pela manhã e à noite, ou é melhor fazer várias sessões
curtas, ao longo do dia?
Sim,
é bom meditar durante vinte minutos, mas isso não significa que vinte minutos é
o limite. A questão não é por quanto tempo você vai meditar, a questão é saber
se a meditação de fato lhe traz certo estado de presença mental em que você
está um pouco aberto e pode entrar em contato com a essência do seu coração. E
cinco minutos de prática sentado, plenamente consciente, têm valor muito maior
do que vinte minutos de cochilo!
Uma
outra dúvida que surge é qual o tempo de prática da meditação?
Não
existe um prazo. Pode ser por sua vida inteira, por anos, por meses. Sugerimos
que ela seja praticada por toda a sua vida, pois assim os benefícios
espirituais se ampliam, se consolidam e se mantém numa frequência vibracional
elevada e permanente.
Outra
questão: é melhor dez minutos de boa meditação, do que duas horas de meditação
inconstante, não relaxada, não conectada, não inserida num contexto de elevação
espiritual.
Rinpoche
(um sábio tibetano) diz que um iniciante em meditação deve praticar em sessões
curtas, ou seja, praticar por quatro ou cinco minutos e então fazer uma pequena
pausa de apenas um minuto.
Durante
a pausa não abandonar o estado desperto de sua consciência. É curioso que às
vezes, quando você está lutando para praticar corretamente, no exato momento em
que descansa — se ainda está alerta e no presente — é que a meditação de fato
acontece. Por isso a interrupção é parte tão importante da meditação quanto se
centrar no Cristo Interior.
Ao
apresentar esse texto lembro que aos “modernos” praticantes da espiritualidade
de supermercado, iludidos com o “poder mágico”, faltam conhecimentos de como
integrar a prática da meditação com a vida de todo dia.
Nunca
será demais lembrar que você deve integrar meditação na ação diária, isto é a
base e o ponto central, o propósito da própria meditação: trazer ao cotidiano a
experiência mística. A violência e a tensão, os desafios e as distrações da
vida moderna fazem essa integração ainda mais urgente e necessária.
É
comum ouvir pessoas dizerem "meditei por vários anos, mas não mudei”. Isto
porque há um abismo entre aquilo que você considera prática espiritual e seu
cotidiano. Eles parecem existir em dois mundos separados e nenhum desses mundos
inspira o outro.
Como
obter então essa integração, esse permear do quotidiano com o calmo estado de
espírito e o largo desapego da meditação?
Não
há substituto para a prática regular, porque apenas através da prática real
começaremos a experimentar de maneira inquebrantável a tranquilidade da
natureza da nossa mente, sendo assim capazes de sustentar essa experiência na
vida de todo dia.
Então,
após meditar, é importante não se entregar à tendência que temos para
solidificar o modo como percebemos as coisas. Quando você retorna à vida de
todo dia, deixe que a sabedoria, a percepção de si mesmo, a compaixão, o humor,
a fluidez, o espaço e o desapego que a meditação lhe trouxe penetrem na sua
experiência quotidiana.
Então
o que importa de fato não é só a prática de sentar-se para meditar, mas muito
mais o estado da mente em que você se encontra depois da meditação.
Isso
é integração. E se você quer consegui-la, o que precisa fazer não é praticar
apenas como remédio ou terapia ocasional, mas como se isso fosse seu sustento
diário ou alimentação.
Por
isso, um modo excelente de desenvolver a capacidade de integração é praticar
num ambiente de retiro, longe das tensões da vida urbana moderna.
Com
muita frequência as pessoas procuram a meditação com a esperança de resultados
extraordinários, como visões, luzes ou algum milagre sobrenatural. Quando nada
disso acontece, sentem-se desapontadas.
Mas
o milagre verdadeiro da meditação é mais ordinário e muito mais útil. É uma
transformação sutil, que não acontece apenas na sua mente e nas suas emoções,
mas também e realmente no seu corpo. E é muito curativa.
Cientistas
e médicos descobriram que, quando você está em boa disposição de espírito, até
mesmo as células do seu corpo estão como se estivesse e se sentissem mais
felizes; e quando sua mente está num estado negativo, suas células podem se
tornar malignas.
O
estado geral de sua saúde tem muito a ver com o estado da sua mente e com seu
modo de ser.
Disse
aqui que a meditação é a estrada para a iluminação e o maior empenho da nossa
vida.
Todas
as vezes que falo a respeito da meditação para meus alunos, sublinho a
necessidade de praticá-la com disciplina resoluta e orientada devoção; ao mesmo
tempo, sempre lhes digo como é importante fazer isso do modo mais criativo e
inspirado possível.
Em
certo sentido a meditação é uma arte, e você deve trazer até ela o deleite do
artista e a fertilidade da invenção.
Torne-se
tão inspirado, elevado, místico no respirar para obter sua paz quanto você está
nas andanças neuróticas e competitivas do mundo. É muito simples ser
destrutivo, violento, paranóico e agressivo, embora seja muito difícil ser
pacífico.
Assim
se achar que a meditação não chega fácil à sua sala na cidade, seja criativo e
saia para a natureza. Ela é sempre uma fonte infalível de inspiração. Para
acalmar sua mente, dê um passeio no parque ao nascer do sol, ou observe o
sereno numa rosa do jardim.
Deite-se
na grama e contemple o céu, deixando sua mente se expandir em sua amplidão.
Deixe que o céu de fora desperte o céu que há dentro de você.
Entre
num riacho e misture sua mente à música da água; torne-se um com essa
sonoridade incessante. Sente-se ao lado de uma cascata e deixe seu riso
purificador refrescar-lhe o espírito.
Caminhe
numa praia e receba o vento do mar, em cheio, doce, em seu rosto. Comemore e
use a beleza do luar para equilibrar sua mente. Sente-se junto a um lago ou num
jardim e, respirando tranqüilamente, deixe sua mente quedar-se silenciosa
enquanto a lua sobe majestosa e lenta na noite sem nuvens.
Tudo
pode ser usado como um convite à meditação. Um sorriso, um rosto no metrô, a
visão de uma pequenina flor crescendo numa rachadura do calçamento, um belo
traje numa vitrina, o modo como o sol banha vasos de flores em uma janela.
Esteja
desperto para qualquer sinal de beleza e graça. Ofereça cada alegria,
mantenha-se desperto em todos os momentos para "as novidades que sempre
estão chegando do silêncio".
Numa
situação cotidiana lembre sempre que o humor e a atmosfera da nossa mente têm
uma grande influência sobre nós. Se sua atmosfera é “positiva” tudo será
positivo, mas se sua atmosfera for “negativa” ou “ baixo-astral” tudo ao seu
redor será ruim.
Se
a situação for aparentemente ruim, pare e respire, nada é ruim, mas a sua
percepção está equivocada. Sente-se com a atenção voltada para sua mente e
sinta seu bom humor e sua atmosfera cheia de alegria.
Se
o humor está inquieto ou a atmosfera está sombria, ao inspirar absorva
mentalmente tudo o que é insalubre ou prejudicial; e ao expirar dê mentalmente
calma, clareza e alegria, purificando e curando a atmosfera e o ambiente da sua
mente.
Às
vezes, sentimos culpa. Às vezes, somos arrogantes. Em outras, nossos
pensamentos e lembranças nos aterrorizam e nos tornam muito infelizes. Os
pensamentos cruzam nossa mente o tempo todo e, quando sentamos, estamos dando a
todos eles muito espaço para que surjam.
Como
nuvens em um céu amplo ou ondas em um vasto mar, estamos dando a todos os
nossos pensamentos espaço para que apareçam.
Quando
um deles atrai nossa atenção e nos arrebata, quer seja agradável ou
desagradável, devemos rotulá-lo "pensando", com toda a abertura e
bondade que pudermos reunir, e deixar que ele se dissolva no amplo céu. Não há
problema se as nuvens e ondas imediatamente retornam.
Simplesmente
reconhecemos sua existência mais uma vez, com amizade incondicional, rotulamos "pensando"
e deixamos que elas se dissolvam continuamente.
Às
vezes, as pessoas usam a meditação para tentar evitar mais sentimentos ou
pensamentos perturbadores. Tentamos usar o rótulo como uma forma de afastar o
que nos incomoda e, quando nos conectamos com algo prazeroso ou inspirador,
podemos achar que finalmente conseguimos e tentamos ficar nesse ponto onde há
paz, harmonia e onde não temos nada a temer.
Portanto,
desde o início, é bom lembrar sempre que meditar relaciona-se com abrir e
relaxar, surja o que surgir, sem selecionar ou escolher.
Definitivamente,
não significa reprimir nada e também não tem a finalidade de estimular o apego.
Não
devemos rejeitar esse aspecto, mas compassivamente reconhecê-lo como
"pensando" e deixar que ele vá. Então aparece uma surpresa muito
agradável. Tudo bem. Que seja assim. Mais uma vez, não devemos nos apegar a
esse aspecto, mas compassivamente reconhecê-lo como "pensando" e
deixar que ele vá.
Portanto,
como meditadores, também podemos parar de lutar contra nossos pensamentos e
perceber que honestidade e senso de humor são muito inspiradores e úteis contra
ou a favor de algo.
De
qualquer forma, o objetivo não é tentar livrar-se dos pensamentos, mas ver sua
verdadeira natureza. Ficaremos dando voltas inúteis com nossos pensamentos se
acreditarmos em sua solidez.
Na
verdade, eles são como imagens de sonho. São como uma ilusão — não são tão
sólidos assim. Como dizemos, são apenas pensamentos.
No
início, as pessoas acham essa meditação empolgante. É como um novo projeto e achamos
que a prática talvez nos livre de nossos aspectos indesejáveis e nos torne
pessoas alertas, isentas de julgamento e incondicionalmente cordiais.
Entretanto, após um certo tempo, essa sensação se esgota.
Encontramos
um tempo todos os dias e sentamos em nossa própria companhia. Voltamos à
respiração continuamente, atravessamos o tédio, a irritação, o medo e o
bem-estar. Essa perseverança e repetição — quando contêm honestidade, leveza,
humor e bondade — são a própria recompensa.
Sem
o amparo Espiritual de Deus e Cristo, além de meus Mestres, Kuthumi, El Moria,
Saint-Germain, nada me seria possível.
As
páginas deste livro são uma homenagem à Narcí Castro de Souza e todos Irmãos e
Irmãs da Fraternidade Francisco de Assis - Casa Bezerra de Menezes, pelo
convívio de vinte anos de aprendizado.
Agradeço
aos meus amigos do Grupo de Estudos: Ana Korner, , Junior, Marcos Povoa,
Rogério Povoa, Rondinele, Rapahel Lima, Sergio May e Marcello Soto.
Luiz
Franklin de Mattos
Postado por Dharmadhanna
Psicoterapeuta Transpessoal
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e me protegendo Com a Justiça Divina. Amém
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Amem!
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