sexta-feira, 15 de abril de 2016

A arte de Meditar - O que é meditação?



O que é meditação?

Por que devemos meditar?
Como meditar?

Luiz Franklin de Mattos


Para quê ou para quem devemos meditar?

Qual a diferença entre meditação e concentração?
Com certeza muitas dessas perguntas já vieram a sua mente, em muitos momentos distintos, baseadas em suas experiências individuais ou coletivas.

Vamos analisar melhor esse processo, de modo bem simples, direto e objetivo.

Num sentido amplo, nossa existência pode ser entendida em três níveis distintos, em três planos imediatos, embora existam sete, onde nos movemos e existimos1.

Existem sete planos de existência ou de consciência na natureza ( Divino, Monádico, Espiritual ou Atmico, Intuicional ou Búdico, Mental, Astral e Físico). Possuímos, portanto, sete corpos, um para cada plano, são eles o Espiritual, Intuicional, causal, Mental, Astral, Etérico e Físico.

Eles estão co-existindo agora, interpenetrando-se, um dentro do outro, numa vibração cada vez mais sutil e intensa, quanto mais saímos dessa existência físico, rumo ao divino, mais, luminoso, mais, vibrante, mais, intenso e poderoso, ou glorioso, será esse corpo.

Como nosso objetivo é um curso básico, começaremos pelo Corpo Mental que é um veículo por meio do qual o espírito se manifesta como intelecto concreto, em que se desenvolvem poderes mentais de memória e imaginação criativa, sendo um corpo perecível.

Num nível mais imediatamente abaixo, encontramos o Corpo Astral, também perecível, que tem como função principal permitir ao homem que ele expresse seus sentimentos, paixões, desejos e emoções, positivas ou não, verdadeiras ou ilusórias, servindo de intermediário entre o corpo físico e o corpo mental.

O terceiro corpo é o que mais conhecemos, chamado de corpo físico, com qual temos a idéia de existir, de sentir, de ver, de construir nossos sonhos materiais.

Os hábitos de nossa vida física, as emoções que alimentamos e a vida mental que construímos pelo modo de pensar, influenciam nosso corpo físico, consequentemente o corpo astral e o depois o mental.

A meditação harmoniza todos os nossos corpos e nos conecta ao Cósmico.

Aquietai-vos, e sabei que sou Deus.
Salmo 46:10
Para nós, ocidentais, meditar significa refletir a respeito de alguma coisa. No oriente, meditar é algo bem diferente. É entrar num estado de consciência onde se torna mais fácil compreender a si mesmo.

Para a maioria das pessoas a meditação está relacionada a coisas como relaxamento físico, redução de estresse e paz de espírito.


Embora esses sejam objetivos válidos, o verdadeiro propósito da meditação é algo superior e mais espiritual. Afinal, os iogues e os profetas que primeiro reconheceram e aperfeiçoaram os princípios da meditação começaram a praticar a meditação para encontrar o CRISTO INTERIRO, O EU PROFUNDO, O SELF, A CONSCÊNCIA CÓSMICA, A PAZ PROFUNDA. Seu objetivo não era o descanso, mas a iluminação.

Num mundo repleto de violência, conflitos de várias ordens, ansiedades, medos, angústias e frustrações, nós perdemos a noção de quem somos, de onde viemos e para onde vamos.

Grande parte dessa confusão é criada pela mente, mente objetiva, concreta. Podemos dizer que ela é o instrumento de nossa consciência e contém a somatória de nossos condicionamentos, padrões de pensamento, nossa memória e nosso lado racional.

A mente é como um lago agitado.
Quando dizemos sol, lua, marte, nossa mente vai construindo mecanismos que nos permitam identificar e diferenciar cada astro. Mas, ao ouvirmos felicidades, amor universal, custamos a "identificar” o que isso significa.

Quando olhamos no espelho nossa imagem sabemos que não somos nós, embora seja algo muito parecido, movimenta-se, tem a cor de nossos olhos, nossas características particulares de olhos, nariz, boca, cor de pele.

Da mesma forma, quando meditamos estamos saindo do "espelho” e voltando o olhar para o reflexo do nosso Eu-Superior, Eu-Profundo ou Consciência Crística, no mais profundo silêncio, no santuário de nosso Ser.

Meditar nada mais é do que aquietar os pensamentos, serenar a mente para que possamos reconhecer com clareza nossa essência.

Durante esse processo de aquietar a mente nos damos conta de nossos padrões de pensamento e de ação e, assim, podemos transformá-los por meio de métodos reflexivos, contemplativos e espirituais sem nenhum tipo de violência ou mecanismo artificial ou com entorpecentes.

Meditar não significa ficar em uma posição exótica, em martírios corporais, em jejuns nocivos, ou práticas físicas que nos levem a transe momentâneo e superficial.

Muito pelo contrário, meditar é encontrar-se de forma calma, serena, silenciosa, com seu Eu Interior, sem nenhum tipo de punição moral ou física.


Uma forma de fazer um relax rápido é:
>             Visualizar uma paisagem que você conheça ou não. Crie o máximo de detalhes possível e sinta-se nesse lugar.
>              
>             Imaginar que você está em uma sala preenchida por luz azul. Você inspira essa luz, deixa que ela relaxe seu corpo e a devolve para o ambiente expirando.
>              
Sentir-se flutuando no espaço tal qual uma ave.

Para auxiliar nas práticas de meditação, apresento uma proposta que pode ser feita semanalmente, conjugando-se um exercício de mentalização, um outro de contemplação e um de ampliação da capacidade mental. O tempo máximo dessa prática é de 5 minutos.

Visualize um triângulo equilátero de aproximadamente dez centímetros diante de sua testa (em frente ao chakra frontal), afastado uns quinze centímetros. Preencha esse triângulo com uma das cores listadas abaixo.

Essa cor é emitida e irradiada de seu chakra frontal. Depois de ver triângulo totalmente preenchido por essa cor, mentalize e vivencie a virtude, analise durante a semana o que ela representa em sua vida ou como você deve aplicá-la em seu cotidiano.

TRIÂGULO / COR
VIRTUDE
BRANCO
Discernir entre o Real e o Irreal
ROSA
Indiferença acerca do Irreal e aos Frutos da Ação ( Desapego)
VERMELHO
Controle dos Pensamentos
ALARANJADO
Controle da Ação
AMARELO
Tolerância
VERDE
Resistência (ao mal e as tormentas do cotidiano) - Paciência
AZUL
Fidelidade ao Cristo (Fé)
ANIL
Equilíbrio
VIOLETA
Ânsia de Unir-se ao Divino


Respiramos cerca de 20.000 vezes num dia. Em cada respiração, absorvemos por volta de 300 ml de ar. Mas nossos pulmões foram planejados para muito mais, pois a capacidade pulmonar de um adulto é de cerca de 4 litros.

Nossa respiração cotidiana movimenta apenas 10% do que nossos pulmões comportam. Assim, nosso corpo e nossa mente funcionam com uma quantidade de combustível bem menor do que necessitam e jamais poderemos expressar plenamente nossos potenciais e viver uma vida realmente saudável se não aumentarmos nossa absorção de oxigênio.
  
Para a realização de qualquer exercício abaixo faça o seguinte exercício respiratório, sempre pelas narinas, de forma lenta, serena e calma, não faça nenhum tipo de esforço, procure apenas inspirar profundamente, enchendo bem os pulmões, sem gerar desconforto, prenda por alguns segundos, solte lentamente sem violência, repita a respiração e vá relaxando, soltando os músculos, dos pés, pernas, tronco, braços, pescoço e cabeça.

(a)          Quando estiver em contato com a natureza, sente-se diante de uma paisagem e observe-a. Ouça os sons, veja as cores, sinta os aromas mas não fique dando nome às coisas ou analisando-as: "esse cheiro deve ser daquela flor", "como é bonita a forma daquela montanha", "o som desses passarinhos me deixa tão relaxado...". Apenas ouça, veja e sinta sem criar frases na sua mente, sem ficar tagarelando internamente.
(b)           
(c)          Imagine-se viajando por uma imensa floresta, verde, cercada de montanhas, com cachoeiras, riachos, belos animais amigos, passeie pela paisagem, interagindo com os diversos elementos da imagem, imagine-se recebendo as energias da natureza, curativas e harmonizadoras.
(d)           
(e)          Passeio pela natureza, visualize-se de pé de frente para o mar, na areia branca, leve, solta, o sol dourado brilhante, o céu azul, o mar azul. Mergulhe nesse mar, deixe as ondas baterem em você, agradeça os seres cósmicos que mantém o mar como força viva e divina; saia do mar caminhe pela areia, imagine que você está tão leve que nem deixa as pegadas na areia, vá a um riacho de águas cristalinas, escute uma cachoeira, banhe-se em suas águas, agradeça os seres a mantém viva.

Terminado o banho de cachoeira, atravesse uma planíce verdejante, cheia de flores e ervas e plantas medicinais que exalam aromas agradáveis, o sol brilhante atinge diversos cristais coloridos que refletem raios e espectros sobre seu corpo, caminhe, indo em direção a montanha, suba na

montanha, sem se sentir cansado, vá ao topo da montanha, sinta o vento em sua face, desça flutuando, vá pouse suavemente, veja uma caverna, desça até o centro e imagine-se atravessando uma cortina de fogo, que purifica e harmoniza a tudo e todos, após atravessar a cortina de fogo, veja-se em um imenso jardim florido, com bancos brancos de mármore, sente-se e se harmonize com a paz do lugar!

(a)          Sente-se diante de uma janela e deixe que a claridade solar ou lunar invada seu corpo. Sinta a luz penetrando pelo alto de sua cabeça e fluindo por todo o corpo. Mantenha sua atenção nesse fluxo de energias curativas.
(b)           


(a)    Repita o mantra OM durante todo o tempo da sua meditação. Mantras são sons que trazem uma determinada qualidade de energia para quem os vocaliza. O mantra OM é um dos mais antigos do hinduísmo e sua qualidade é o equilíbrio e a serenidade. Ele nos traz energia e ajuda a clarear a mente. Veja abaixo outros mantras:
(b)     
i.              OM MANI PADME HUM (Pronúncia em Sânscrito)
ii.            OM MANI PEME HUNG (Pronúncia em Tibetano)
iii.           O MANTRA - GAYATRI :OM - BHUR BHUVA SWAH /TAT SAVITUR VARENAYAM /BHARGO DEVASYA DHIMAHI /DHIYO YO NAH PRACHODAYAT
iv.            
(a) Olhe atentamente para um símbolo ou um objeto sagrado, devocional, que lhe chame a atenção naturalmente. Olhe para esse símbolo e envolva-se com ele. Observe-o atentamente até que você possa mantê-lo com clareza na sua mente, mesmo de olhos fechados, receba as sublimes vibrações que eles emitem. Harmonize-se

(a)          Sente-se em silêncio e preste atenção a cada som que surgir ao seu redor. Dos pássaros, da natureza ou outros. Ouça tudo ao mesmo tempo. Não se detenha em nenhum deles. Nenhum é mais importante do que os outros, nenhum é melhor ou mais agradável. Não julgue, apenas ouça. Evite relacioná-los com os objetos ou seres que os produzem. Permita-se ouvir o som puro, o som divino, e perceber sua qualidade intrínseca.
           
bc)          Música - ouça uma música e viaje pela historia harmoniosa de seus sons, veja-se equilibrado e feliz, sinta e viva mentalmente a música.
(c)          Você pode meditar com as cores também. Pergunte ao seu corpo de qual cor ele necessita para estar em harmonia. Aceite qualquer cor que lhe venha à mente. Imagine um grande jorro de luz dessa cor fluindo sobre você ou mergulhe num oceano tingido com a cor escolhida. Não se preocupe em "ver" a cor, você pode apenas senti-la com seus sentidos interiores.
(b)           
(d)          Algumas cores para meditar e envolver-se: violeta, azul, amarelo dourado, verde, branca, rosa e vermelho-rubi. Você pode circular com as diversas cores do arco-íris pelo seu corpo, pelos seus músculo, ossos e órgãos, harmonizando-os e curando-os.
(d)           
(e)          Você pode repetir o exercício anterior, depois de se banhar nas diversas cores veja-as irradiando de seu coração para pessoas que necessitem de equilíbrio, saúde e paz, ou envie essa luz para a humanidade.
(f)            
(a)    Observe seus pensamentos e tente perceber o espaço que existe entre um e outro. Mesmo numa mente completamente confusa, os pensamentos surgem e desaparecem deixando um breve espaço entre si. Descubra esse espaço, nem que seja apenas um segundo. Observe-o e você vai perceber que ele começará a se ampliar. Ao penetrar nesse espaço em branco, você estará além da mente.



A prática da meditação, embora simples, requer bastante disciplina e regularidade.
Abaixo estão algumas dicas de como iniciar sua prática de meditação.
1.            Escolha um lugar sereno onde você possa sentar-se de maneira confortável e com a coluna ereta. Pode ser numa cadeira ou no chão com as pernas cruzadas. Sentar- se sobre uma pequena almofada ajuda a manter as costas eretas. Use roupas que não apertem nem incomodem.

2.            Sente-se e feche os olhos.
3.            Concentre-se na respiração, mas inspire e expire normalmente. Não tente controlar ou alterar a respiração deliberadamente. Apenas observe.

4.            Um dos exercícios mais simples é observar a respiração. Sinta o ar entrando e saindo pelas narinas. Acompanhe seu caminho por todo o corpo. Repare nos movimentos da barriga, do peito. Veja se há movimentos ou sensações na pelve, pernas, cabeça, etc. Esteja com o ar o tempo todo.

5.            Ao observar a respiração, vai ver que ela muda. Haverá variações na velocidade, no ritmo e na profundidade, e pode ser que ela pare por um momento. Não tente provocar nenhuma alteração. Novamente, apenas observe.

6.            Comece dando uma ordem mental e vá relaxando dos dedos dos pés, para o peito do pé, as pernas, coxas, ventre, abdômen, costas, coluna, dedos das mãos, antebraços, braços, ombros, pescoço, cabeça, nuca... Se quiser, relaxe também os seus órgãos, músculo, nervos, articulações, e por aí vai.
7.            Acender um incenso ou colocar uma música bem suave pode ajudar a criar um clima de tranqüilidade no início. Depois de algum tempo, pode ser que você prefira dispensá-los.

8.            Pode ser que você se desconcentre de vez em quando, pensando em outras coisas ou prestando atenção aos ruídos externos. Se isso acontecer, desvie a atenção para a respiração.
9.            Se durante a meditação você perceber que está se concentrando em algum sentimento ou expectativa, simplesmente volte a prestar atenção na respiração. Não gere um conflito com o que vem em sua mente. Identifique, registre, apague e esqueça, voltando a acompanhar a sua respiração.

10.         Evite meditar quando estiver com sono ou muito cansado. Você se sentirá frustrado por não conseguir se concentrar e desanimará de sua prática diária. Um bom horário para meditar é pela manhã, quando estamos mais tranquilos e descansados. Porém, isso também é individualizável. Se você sentir que consegue melhores resultados à noite, escolha esse horário.

11.         Comece com quinze minutos diários. Coloque um relógio para despertar após esse tempo, assim sua mente não poderá sabotá-lo fazendo-o acreditar que já se passaram muito mais que quinze minutos.
12.         Não se mova durante esse tempo. O corpo é como um pote e a mente é a água dentro dele. Mover o recipiente faz com que a água também se mova e, lembre-se, o que você quer é que sua mente permaneça quieta e imóvel.

13.         A atenção deve estar voltada para o objeto da meditação (a respiração, um símbolo, um mestre, um grande pensamento universal, numa virtude divina, etc.) sem que isso necessite de grandes esforços. Caso você disperse, reconduza sua atenção suavemente ao objeto escolhido.

14.         Qualquer coisa que aconteça estará bem. Se houver um monte de pensamentos desfilando pela sua cabeça, se você tiver vontade de chorar ou de rir, se você achar que nunca vai conseguir se concentrar, tudo bem.
15.         Apenas continue sentado e, sempre que possível, volte a sua atenção para o objeto sobre o qual está meditando, criando uma situação feliz, equilibrada e serena, pensando no Cósmico.
16.         Ao final, mantenha os olhos fechados e permaneça relaxado por dois ou três minutos. Saia do estado de meditação gradualmente, abra os olhos e assuma sua rotina.

Embora os resultados de uma boa meditação possam ser sentidos de imediato, somente a regularidade, ou seja, a prática frequente, pode contribuir de modo constante para a ampliação dos benefícios em sua saúde física e mental, ampliação das vibrações sutis e espirituais, estado de paz e alegria interior.

O ideal é uma prática no mesmo horário, num mesmo local. Caso isso não seja possível, procure manter o tempo da meditação constante, ou seja, se você medita dez minutos por dia, faça sempre dez minutos de meditação.

As pessoas perguntam sempre: Por quanto tempo devo meditar? E quando? Devo praticar vinte minutos pela manhã e à noite, ou é melhor fazer várias sessões curtas, ao longo do dia?

Sim, é bom meditar durante vinte minutos, mas isso não significa que vinte minutos é o limite. A questão não é por quanto tempo você vai meditar, a questão é saber se a meditação de fato lhe traz certo estado de presença mental em que você está um pouco aberto e pode entrar em contato com a essência do seu coração. E cinco minutos de prática sentado, plenamente consciente, têm valor muito maior do que vinte minutos de cochilo!

Uma outra dúvida que surge é qual o tempo de prática da meditação?
Não existe um prazo. Pode ser por sua vida inteira, por anos, por meses. Sugerimos que ela seja praticada por toda a sua vida, pois assim os benefícios espirituais se ampliam, se consolidam e se mantém numa frequência vibracional elevada e permanente.

Outra questão: é melhor dez minutos de boa meditação, do que duas horas de meditação inconstante, não relaxada, não conectada, não inserida num contexto de elevação espiritual.



Rinpoche (um sábio tibetano) diz que um iniciante em meditação deve praticar em sessões curtas, ou seja, praticar por quatro ou cinco minutos e então fazer uma pequena pausa de apenas um minuto.

Durante a pausa não abandonar o estado desperto de sua consciência. É curioso que às vezes, quando você está lutando para praticar corretamente, no exato momento em que descansa — se ainda está alerta e no presente — é que a meditação de fato acontece. Por isso a interrupção é parte tão importante da meditação quanto se centrar no Cristo Interior.

Ao apresentar esse texto lembro que aos “modernos” praticantes da espiritualidade de supermercado, iludidos com o “poder mágico”, faltam conhecimentos de como integrar a prática da meditação com a vida de todo dia.




Nunca será demais lembrar que você deve integrar meditação na ação diária, isto é a base e o ponto central, o propósito da própria meditação: trazer ao cotidiano a experiência mística. A violência e a tensão, os desafios e as distrações da vida moderna fazem essa integração ainda mais urgente e necessária.

É comum ouvir pessoas dizerem "meditei por vários anos, mas não mudei”. Isto porque há um abismo entre aquilo que você considera prática espiritual e seu cotidiano. Eles parecem existir em dois mundos separados e nenhum desses mundos inspira o outro.

Como obter então essa integração, esse permear do quotidiano com o calmo estado de espírito e o largo desapego da meditação?
Não há substituto para a prática regular, porque apenas através da prática real começaremos a experimentar de maneira inquebrantável a tranquilidade da natureza da nossa mente, sendo assim capazes de sustentar essa experiência na vida de todo dia.

Então, após meditar, é importante não se entregar à tendência que temos para solidificar o modo como percebemos as coisas. Quando você retorna à vida de todo dia, deixe que a sabedoria, a percepção de si mesmo, a compaixão, o humor, a fluidez, o espaço e o desapego que a meditação lhe trouxe penetrem na sua experiência quotidiana.

Então o que importa de fato não é só a prática de sentar-se para meditar, mas muito mais o estado da mente em que você se encontra depois da meditação.

Isso é integração. E se você quer consegui-la, o que precisa fazer não é praticar apenas como remédio ou terapia ocasional, mas como se isso fosse seu sustento diário ou alimentação.
Por isso, um modo excelente de desenvolver a capacidade de integração é praticar num ambiente de retiro, longe das tensões da vida urbana moderna.

Com muita frequência as pessoas procuram a meditação com a esperança de resultados extraordinários, como visões, luzes ou algum milagre sobrenatural. Quando nada disso acontece, sentem-se desapontadas.

Mas o milagre verdadeiro da meditação é mais ordinário e muito mais útil. É uma transformação sutil, que não acontece apenas na sua mente e nas suas emoções, mas também e realmente no seu corpo. E é muito curativa.

Cientistas e médicos descobriram que, quando você está em boa disposição de espírito, até mesmo as células do seu corpo estão como se estivesse e se sentissem mais felizes; e quando sua mente está num estado negativo, suas células podem se tornar malignas.

O estado geral de sua saúde tem muito a ver com o estado da sua mente e com seu modo de ser.
Disse aqui que a meditação é a estrada para a iluminação e o maior empenho da nossa vida.

Todas as vezes que falo a respeito da meditação para meus alunos, sublinho a necessidade de praticá-la com disciplina resoluta e orientada devoção; ao mesmo tempo, sempre lhes digo como é importante fazer isso do modo mais criativo e inspirado possível.

Em certo sentido a meditação é uma arte, e você deve trazer até ela o deleite do artista e a fertilidade da invenção.

Torne-se tão inspirado, elevado, místico no respirar para obter sua paz quanto você está nas andanças neuróticas e competitivas do mundo. É muito simples ser destrutivo, violento, paranóico e agressivo, embora seja muito difícil ser pacífico.

Assim se achar que a meditação não chega fácil à sua sala na cidade, seja criativo e saia para a natureza. Ela é sempre uma fonte infalível de inspiração. Para acalmar sua mente, dê um passeio no parque ao nascer do sol, ou observe o sereno numa rosa do jardim.

Deite-se na grama e contemple o céu, deixando sua mente se expandir em sua amplidão. Deixe que o céu de fora desperte o céu que há dentro de você.

Entre num riacho e misture sua mente à música da água; torne-se um com essa sonoridade incessante. Sente-se ao lado de uma cascata e deixe seu riso purificador refrescar-lhe o espírito.

Caminhe numa praia e receba o vento do mar, em cheio, doce, em seu rosto. Comemore e use a beleza do luar para equilibrar sua mente. Sente-se junto a um lago ou num jardim e, respirando tranqüilamente, deixe sua mente quedar-se silenciosa enquanto a lua sobe majestosa e lenta na noite sem nuvens.
Tudo pode ser usado como um convite à meditação. Um sorriso, um rosto no metrô, a visão de uma pequenina flor crescendo numa rachadura do calçamento, um belo traje numa vitrina, o modo como o sol banha vasos de flores em uma janela.

Esteja desperto para qualquer sinal de beleza e graça. Ofereça cada alegria, mantenha-se desperto em todos os momentos para "as novidades que sempre estão chegando do silêncio".

Numa situação cotidiana lembre sempre que o humor e a atmosfera da nossa mente têm uma grande influência sobre nós. Se sua atmosfera é “positiva” tudo será positivo, mas se sua atmosfera for “negativa” ou “ baixo-astral” tudo ao seu redor será ruim.

Se a situação for aparentemente ruim, pare e respire, nada é ruim, mas a sua percepção está equivocada. Sente-se com a atenção voltada para sua mente e sinta seu bom humor e sua atmosfera cheia de alegria.

Se o humor está inquieto ou a atmosfera está sombria, ao inspirar absorva mentalmente tudo o que é insalubre ou prejudicial; e ao expirar dê mentalmente calma, clareza e alegria, purificando e curando a atmosfera e o ambiente da sua mente.

Às vezes, sentimos culpa. Às vezes, somos arrogantes. Em outras, nossos pensamentos e lembranças nos aterrorizam e nos tornam muito infelizes. Os pensamentos cruzam nossa mente o tempo todo e, quando sentamos, estamos dando a todos eles muito espaço para que surjam.

Como nuvens em um céu amplo ou ondas em um vasto mar, estamos dando a todos os nossos pensamentos espaço para que apareçam.

Quando um deles atrai nossa atenção e nos arrebata, quer seja agradável ou desagradável, devemos rotulá-lo "pensando", com toda a abertura e bondade que pudermos reunir, e deixar que ele se dissolva no amplo céu. Não há problema se as nuvens e ondas imediatamente retornam.

Simplesmente reconhecemos sua existência mais uma vez, com amizade incondicional, rotulamos "pensando" e deixamos que elas se dissolvam continuamente.

Às vezes, as pessoas usam a meditação para tentar evitar mais sentimentos ou pensamentos perturbadores. Tentamos usar o rótulo como uma forma de afastar o que nos incomoda e, quando nos conectamos com algo prazeroso ou inspirador, podemos achar que finalmente conseguimos e tentamos ficar nesse ponto onde há paz, harmonia e onde não temos nada a temer.

Portanto, desde o início, é bom lembrar sempre que meditar relaciona-se com abrir e relaxar, surja o que surgir, sem selecionar ou escolher.

Definitivamente, não significa reprimir nada e também não tem a finalidade de estimular o apego.

Não devemos rejeitar esse aspecto, mas compassivamente reconhecê-lo como "pensando" e deixar que ele vá. Então aparece uma surpresa muito agradável. Tudo bem. Que seja assim. Mais uma vez, não devemos nos apegar a esse aspecto, mas compassivamente reconhecê-lo como "pensando" e deixar que ele vá.

Portanto, como meditadores, também podemos parar de lutar contra nossos pensamentos e perceber que honestidade e senso de humor são muito inspiradores e úteis contra ou a favor de algo.

De qualquer forma, o objetivo não é tentar livrar-se dos pensamentos, mas ver sua verdadeira natureza. Ficaremos dando voltas inúteis com nossos pensamentos se acreditarmos em sua solidez.

Na verdade, eles são como imagens de sonho. São como uma ilusão — não são tão sólidos assim. Como dizemos, são apenas pensamentos.

No início, as pessoas acham essa meditação empolgante. É como um novo projeto e achamos que a prática talvez nos livre de nossos aspectos indesejáveis e nos torne pessoas alertas, isentas de julgamento e incondicionalmente cordiais. Entretanto, após um certo tempo, essa sensação se esgota.

Encontramos um tempo todos os dias e sentamos em nossa própria companhia. Voltamos à respiração continuamente, atravessamos o tédio, a irritação, o medo e o bem-estar. Essa perseverança e repetição — quando contêm honestidade, leveza, humor e bondade — são a própria recompensa.

Sem o amparo Espiritual de Deus e Cristo, além de meus Mestres, Kuthumi, El Moria, Saint-Germain, nada me seria possível.
As páginas deste livro são uma homenagem à Narcí Castro de Souza e todos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Francisco de Assis - Casa Bezerra de Menezes, pelo convívio de vinte anos de aprendizado.
Agradeço aos meus amigos do Grupo de Estudos: Ana Korner, , Junior, Marcos Povoa, Rogério Povoa, Rondinele, Rapahel Lima, Sergio May e Marcello Soto.
Luiz Franklin de Mattos





 Postado por Dharmadhanna
Psicoterapeuta Transpessoal
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