O
único erro real é aquele com o qual
nada aprendemos.
nada aprendemos.
- JOHN POWELL
Embora gostemos de pensar que aprendemos com nossos erros na primeira
vez que os cometemos, a verdade é que todo mundo os repete de vez em quando.
Isso é apenas parte de ser
humano. Os erros podem ser comportamentais - como chegar tarde ao trabalho -
ou cognitivos.
Erros de pensamento incluem
sempre presumir que as pessoas não gostam de você ou nunca planejar à frente.
Embora alguém possa dizer “da
próxima vez não tirarei conclusões precipitadas”, podemos repetir o mesmo erro
se não tomarmos muito cuidado.
Alguma destas afirmações se
aplica a você?
•
Você com
frequência se vê encalhado no mesmo ponto quando tenta alcançar alguma meta.
•
Quando
encontra um obstáculo, você não investe muito tempo examinando novos modos de
superá-lo.
•
Você acha
difícil abrir mão de seus maus hábitos porque fica voltando a eles.
•
Você não
investe muito tempo analisando por que suas tentativas de alcançar suas metas
não são bem-sucedidas.
. Fica louco consigo mesmo porque não consegue
se livrar de alguns dos seus maus hábitos.
. Você às vezes diz coisas como “Nunca vou fazer isso de novo” apenas
para se flagrar fazendo as mesmas coisas que disse que não faria.
•
Às vezes
parece ser um grande esforço aprender novos modos de fazer as coisas.
•
Com frequência
você fica frustrado por sua falta de autodisciplina.
•
Sua motivação
de fazer as coisas de modo diferente desaparece assim que você começa a se
sentir desconfortável ou irritado.
Alguma ou várias dessas afirmações se aplicam a você? Às vezes não
aprendemos de primeira, mas há sempre atitudes que podemos adotar para evitar
repetir os erros prejudiciais que nos impedem de alcançar nossas metas.
POR QUE COMETEMOS OS MESMOS ERROS
Se alguém diz “Nunca vou fazer isso de novo”, por que continuaria
fazendo seguidas vezes? A verdade é que nosso comportamento é complicado.
Por um longo tempo, muitos professores mantiveram a crença comum de que,
se uma criança pudesse adivinhar uma resposta incorretamente, ela correria o
risco de memorizar a resposta errada por acidente.
Se, por exemplo, dissesse que 4 +
4 = 6, ela sempre lembraria de 6 como a resposta certa, mesmo depois de ter
sido corrigida.
Para impedir isto, os professores
davam às crianças a resposta certa antes de elas tentarem fazer uma estimativa
. Um estudo publicado no Journal of Experimental Psychology mostrou que
os participantes do estudo aprendiam com seus erros do passado se tivessem a
chance de conhecer a informação correta.
Na verdade, os pesquisadores
descobriram que, quando crianças pensavam em respostas potenciais - mesmo que
estivessem erradas -, suas taxas de retenção das respostas corretas melhorariam
quando seus erros fossem corrigidos.
Crianças, assim como adultos, são capazes de aprender com seus erros
quando têm essa oportunidade.
Apesar do fato de que agora temos um estudo mostrando que podemos
aprender com nossos erros, é difícil desaprender por completo o que nos
ensinaram quando éramos mais jovens.
Durante seu desenvolvimento, você pode ter aprendido que é melhor
esconder seus erros do que encarar as consequências.
E a escola não é o único lugar
onde construímos nosso modo de lidar com erros. Celebridades, políticos e
atletas são comumente retratados na mídia tentando encobrir seus enganos.
Mentem e não admitem que fizeram
algo errado mesmo quando há evidências do contrário.
E, quando negamos nossos erros, a
probabilidade de examiná-los e tirar deles qualquer compreensão ou lição
diminui, tornando-nos mais suscetíveis a repeti-los no futuro.
A teimosia é um fator muito presente naqueles que costumam repetir seus
erros. Uma pessoa que faz um mal investimento pode dizer: “Bem, eu já investi
tanto nisso agora que posso muito bem continuar.
Em vez de perder pouco dinheiro,
prefere continuar arriscando porque é teimoso demais para parar.
Alguém em um emprego que despreza
pode dizer: “Devotei dez anos de minha vida a esta companhia. Não vou querer
sair agora. Mas a única coisa pior do que investir dez anos em algo prejudicial
e improdutivo é investir qualquer dia a mais.
A impulsividade é outra razão pela qual as pessoas repetem seus erros.
Embora faça sentido “levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima55,
é mais inteligente descobrir primeiro por que você caiu antes de tentar de
novo.
Você se sente preso, sempre repetindo seus erros? Pode ser que isso
tenha se tornado algo muito confortável. Uma mulher pode entrar em um
relacionamento ruim após o outro porque só sabe fazer assim.
Pode continuar a sair com homens do mesmo círculo social com problemas
semelhantes por não ter a confiança para procurar oportunidades melhores em
outro lugar.
Da mesma forma, um homem pode
continuar recorrendo ao álcool porque não sabe lidar com seus problemas
sóbrio. Evitar esses erros e fazer algo diferente provocaria certa medida de
desconforto.
E há aqueles
que se sentem tão desconfortáveis com o sucesso que boicotam os próprios
esforços. Quando as coisas estão bem, ficam ansiosos, esperando que dê tudo
errado.
E para aliviar essa ansiedade
recorrem a seu velho comportamento auto destrutivo e repetem os mesmos erros de
antes.
Ao entrar no consultório, a primeira coisa que Kristy me disse foi:
“Tenho um diploma universitário e sou inteligente o bastante para não gritar
com meus colegas de trabalho. Por que não consigo parar de gritar com meus
filhos?”
Todas as manhãs, ela fazia a si mesma a promessa de que não gritaria com
os dois filhos adolescentes. Mas quase toda noite ela se via levantando a voz
com pelo menos um deles.
Ela me contou que se sentia frustrada quando as crianças não lhe davam
ouvidos. E, nos últimos tempos, parecia que nunca ouviam.
Sua filha de 13 anos se recusava
a fazer as tarefas domésticas e seu menino de 15 não se esforçava com o dever
de casa.
Sempre que chegava em casa e os encontrava vendo TV e
jogando video-game, Kristy os mandava cumprirem suas tarefas, mas eles
com frequência respondiam a ela, que acabava recorrendo aos gritos.
Kristy sabia muito bem que gritar com os filhos não era bom para eles.
Reconhecia que isso apenas piorava a situação.
Tinha orgulho de ser uma mulher
inteligente e bem-sucedida, mas ficava surpresa por ter que lutar para manter
essa área de sua vida sob controle.
Ela passou algumas sessões examinando por que continuava cometendo os
mesmos erros várias vezes. Descobriu que de fato não sabia disciplinar os
filhos sem gritar e não conseguiria parar de fazê-lo enquanto não tivesse um
plano alternativo.
Assim, traçou diversas
estratégias que poderia usar para responder ao comportamento desrespeitoso e
desafiador deles.
Decidiu que faria apenas uma
advertência e depois lhes aplicaria uma punição se não fizessem o que ela
tinha pedido.
Ela também precisava aprender a reconhecer quando estava ficando com
raiva, para poder se afastar da situação antes de começar a gritar.
O problema parecia ser que,
quando perdia a paciência, seus pensamentos racionais sobre disciplina iam por
água abaixo.
Trabalhei mais a fundo com Kristy para ajudá-la a encontrar um novo
jeito de encarar a disciplina.
Quando veio a mim pela primeira
vez, ela admitiu pensar ser sua responsabilidade garantir que os filhos agissem
como ela estava mandando d qualquer custo, porque, se não o fizessem, isso
mostrava que eles tinham ganhado.
Mas esse método sempre
fracassava. Então ela desenvolveu uma nova abordagem da disciplina ao deixar de
lado a ideia de que tinha que vencer uma disputa de poder.
Se os filhos se recusassem a
seguir suas ordens, ela retirava seus aparelhos eletrônicos sem argumentar nem
tentar forçá-los a se comportar.
Demorou um pouco para ela aprender a mudar suas estratégias como mãe.
Havia momentos em que ainda se via gritando, mas agora ela tinha estratégias
alternativas à sua disposição.
Cada vez que se via recaindo,
podia reconsiderar o que a provocara e identificar estratégias para evitar
erguer a voz da próxima vez.
Apesar de sua frustração, Kristy nunca tinha parado para descobrir por
que gritava ou quais alternativas podiam ser mais eficientes. No começo, ela
hesitou em seguir com um novo
plano de disciplina, porque estava com medo de que, ao remover seus
privilégios, apenas deixaria seus filhos mais irados e isso levaria a um
comportamento ainda mais desrespeitoso.
Ela tinha que ganhar confiança em sua
capacidade como mãe antes de conseguir parar de cometer os mesmos erros.
O PROBLEMA EM REPETIR NOSSOS ERROS
Kristy reconhecia que gritar com os filhos todo dia de nada adiantava.
Não estava ensinando a eles como resolver problemas de forma eficiente e eles
estavam aprendendo que gritar era um comportamento aceitável. Quanto mais
gritava com eles, mais eles gritavam de volta.
Você já viu um cão correndo
atrás do próprio rabo em círculos? É assim que você se sente quando repete
seus erros. Você se cansa e mesmo assim não chega a lugar algum.
Julie veio me procurar porque estava furiosa consigo mesma. Tinha
perdido vinte quilos no ano anterior, mas, aos poucos, nos últimos seis meses,
ganhara tudo de volta.
Não era a primeira vez que isso
acontecia. Ela vinha ganhando e perdendo os mesmos vinte quilos havia quase uma
década.
Estava extremamente frustrada
por dedicar tanto tempo e energia em perder peso apenas para recuperá-lo
depois.
Cada vez que perdia peso, relaxava um pouco. Permitia-se repetir o
jantar ou comemorava com um sorvete. Logo achava uma desculpa para faltar à
academia e, antes de se dar conta, estava ganhando peso de novo.
Rapidamente ficava com raiva de
si mesma e pensava: Como é que não consigo controlar o que faço com meu próprio
corpo? Julie com certeza não é única.
Na verdade, estatisticamente, a
vasta maioria das pessoas que perdem peso o recupera. Perder peso é algo
difícil. Então, por que alguém passaria pelo sacrifício de perdê-lo apenas
para ganhá-lo outra vez? Muitas vezes, porque começam a repetir os mesmos erros
que as levaram a ficar acima do peso pela primeira vez.
Repetir os mesmos erros pode levá-lo a muitos problemas
:
•
Você não vai
alcançar suas metas. Seja tentando perder peso pela quinta vez ou parar de
fumar pela décima, a meta nunca será alcançada se você repetir os mesmos
erros. Em vez disso, você vai ficar estagnado no mesmo ponto e não vai
conseguir seguir adiante.
•
O problema
não será resolvido. É um círculo vicioso. Quando se repete um erro, o problema
se perpetua e é mais provável que você continue fazendo a mesma coisa. Você
nunca vai conseguir resolver esse problema até tentar algo diferente.
•
Você vai se
enxergar de um jeito diferente. Você pode começar a se ver como incompetente ou
um fracasso completo por não conseguir superar algum obstáculo.
•
Você pode não
se esforçar tanto. Se as primeiras tentativas não foram bem-sucedidas, as suas
chances de desistir aumentam. E se você não se esforça tanto, a probabilidade
de sucesso diminui.
Você pode deixar frustrados
aqueles que o veem repetir os mesmos erros. Se você se sente culpado de sempre
se encontrar na mesma situação, seus amigos e sua família podem cansar de
ouvi-lo reclamar.
Pior ainda: se tiverem que sair
em seu socorro porque você se enfiou repetidamente em situações problemáticas,
seus erros vão prejudicar seus relacionamentos.
•
Você pode
desenvolver crenças irracionais para justificar seus erros. Em vez de examinar
como seu comportamento interfere no seu progresso, você pode apenas concluir
que “não era para ser”. Sempre meu inimigo é o culpado.
•
É o mesmo que alguém com sobrepeso que luta
para emagrecer desistir e pensar “tenho ossatura larga; não era mesmo para eu
ser mais magro”.
EVITE FAZER
AS MESMAS COISAS O TEMPO TODO
Para romper o círculo vicioso dos gritos no qual havia se metido, Kristy
primeiro teve que avaliar seu estilo de aplicar disciplina e então achar
punições alternativas.
Sabia que no começo seus filhos
testariam as restrições que impunha, e só quando desenvolvesse um plano sólido
de lidar com suas emoções conseguida efetivamente administrar seu comportamento
equivocado sem perder a calma.
ESTUDANDO O ERRO
Em meados do século 19, Rowland Macy abriu um armazém em Haverhill,
Massachusetts. Embora tivesse aberto a loja em uma parte calma da cidade que
raramente atraía visitantes, quanto mais consumidores, tinha certeza de que ela
chamaria atenção.
Mas estava errado e logo se viu
lutando para manter as portas abertas. Numa tentativa de atrair negócios para
aquela parte da cidade, montou uma grande parada, com banda e tudo, para
convencer as pessoas a irem para a rua. A parada acabava na frente da loja,
onde um conhecido homem de negócios de Boston faria um discurso.
Infelizmente, o dia da parada foi bastante quente e ninguém se aventurou
a ir à rua para seguir a banda como Rowland esperara. Seus erros de marketing
lhe custaram muito dinheiro e, por fim, seu negócio.
No entanto, Rowland era alguém que aprendia com seus erros e, poucos
anos depois, abriu a R. H. Macy Dry Goods, no centro de Nova York.
Era sua quinta loja - depois de
quatro fracassos anteriores. Mas ele havia aprendido algo novo com cada erro
que cometera. E quando abriu a loja em Nova York já tinha aprendido muito sobre
como dirigir um negócio e divulgá-lo com sucesso.
A famosa loja de departamentos Macy s logo se tornou uma das lojas de
maior sucesso do mundo. Ao contrário da primeira parada, marcada para um dia
quente de verão, a loja agora fazia seu desfile anual no Dia de Ação de Graças,
no outono.
Esse evento atraía não apenas
grandes multidões às ruas, como também era visto na TV por mais de 44 milhões
de pessoas todos os anos.
Rowland simplesmente não ficou procurando justificativas para o fracasso
de seus primeiros empreendimentos. Em vez disso, estudou os fatos e assumiu
sua parte de responsabilidade por cada erro. Depois aplicou esse conhecimento
na hora de fazer algo diferente na tentativa seguinte.
Se você quer evitar a repetição de um erro, passe algum tempo
estudando-o. Deixe de lado sentimentos negativos que possa ter, reconheça os
fatores que o levaram a dar um mau passo e aprenda com isso.
Procure uma explicação, mas não
uma desculpa. Faça a si mesmo as seguintes perguntas:
O que deu errado? Dedique algum
tempo a refletir sobre os seus erros. Tente discernir os fatos. Talvez você
tenha gasto demais com seu orçamento do mês porque não resiste a fazer
compras.
Ou talvez tenha a mesma discussão com sua mulher repetidas vezes porque
a questão nunca se resolve. Examine quais pensamentos, comportamentos e fatores
externos contribuíram para o erro.
O que eu poderia ter feito melhor? Ao refletir
sobre a situação, pense em coisas que poderia ter feito melhor. Talvez não
tenha se comprometido o suficiente.
Por exemplo: talvez tenha desistido de perder
peso depois de apenas duas semanas. Ou talvez seu erro seja encontrar muitas
desculpas para não fazer exercícios e, como resultado, não se manter em uma rotina eficaz
para perder peso. Faça uma avaliação honesta de si mesmo.
• O que posso fazer diferente da próxima vez. Dizer que não vai cometer
o mesmo erro de novo e conseguir fazer isso são duas coisas muito diferentes.
Pense no que pode fazer de
diferente na próxima vez para não reincidir no erro e identifique estratégias
claras que pode usar para não recorrer a velhos comportamentos.
Postado por Dharmadhanna
Psicoterapeuta Transpessoal
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Amem!
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