terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Manter o equilibrio da Mente - Equanimidade





Manter o equilíbrio da Mente -Equanimidade.

Esta prática lhe permite ver através do impulso do desejo, da força consciente da vontade, do apego, da aversão àquela condição de comodidade e imparcialidade.

Providencie um lugar con­fortável para se sentar com as costas retas. Conserve os olhos fechados. Reserve alguns minutos para aquietar o corpo, concentrando-se na respiração que entra e que sai, e sentindo um suave relaxamento no corpo todo.

Sua respiração é vida,
 é a consciência do fluxo de luz,
 de equilíbrio do universo.

Eu inspiro luz do equilíbrio do dharma da vida.
Eu expiro luz do Tao dharma do universo
Eu respiro a harmonia do meu dharma.

                     Enquanto respira, fique consciente do fluxo de sua respiração. Não importa o que aconteça, sua respiração está ali, entrando e saindo, mantendo o equilíbrio.

                      Este fluxo equilibrado se encontra nas esta­ções do ano, nas marés, nas fases da lua, no ritmo de nascimento e morte, ritmo interior que conecta você ao ritmo de todas as formas de vida.

*                     Contido neste ritmo estão o surgimento e a extinção de todas as coisas: toda a criação, todos os pensamentos, sentimentos, relacionamentos, pessoas; todas as dificuldades, todos os conflitos, guerras e líderes po­líticos; e todas as alegrias, prazeres, santos e líderes espirituais.

*                      Tudo surge e passa. Refletindo sobre isso, encontre dentro de você aquela zona de tranquilidade equilibrada e confortável, qual uma âncora que lhe mantém a estabilidade

                                 . Repita em silêncio:

*                      Que eu sempre fi­que à vontade, equilibrado e estável.

 Que eu esteja centrado e em paz,
 enquanto todas as coisas surgem e passam.

° Enquanto mantém essa imagem de todas as coisas no ritmo natural que lhes é próprio, reconheça o benefício de passar com a corrente e permanecer em paz, e a inutilidade de resistir à corrente e tentar impedir as mudanças.

 Veja o presente que dá aos outros por meio de sua equanimidade, tolerância e aceitação.




Que eu sempre fique aberto e
 tolerante para com todos os seres.

 Que eu tenha a paciência de continuar receptivo; que eu aceite igualmente todos os seres.

                     Enquanto você se abre para a igualdade de todos os seres, estenda sua benevolência, compaixão e alegria a todos eles.

                      Sinta o coração suavizar- se e abrir-se a cada vez que respirar, irradiando-se com imparcialidade ilimitada. Que eu estenda minha benevolência, compaixão e ale­gria a todos os seres, sem exceção.

                     Quando estiver pronto, respire fundo e solte o ar. Leve consigo para seu dia essas qualidades de equanimidade, tolerância e paciência.




No final da década de 1960 eu era um jovem e entusiasmado aspi­rante a joguequeria conhecer Deus, ficar iluminado! Logo, quando fui convidado por Varahamsa Satyananda para ir à índia, tratei de agarrar a oportunidade.

 Eu vivia num ashram em Bihar, uma das re­giões mais pobres da índia. Tinha lido em alguns livros de yoga sobre a maneira como os grandes yogues praticavam tapasya, ou austerida­de, e achava que viver com tanta austeridade era sinal de grande pro­gresso.

Não dispúnhamos de água quente no inverno, nem de água gelada ou gelo no verão.

Afora dois outros swamis procedentes da Holanda, eu era o único ocidental, e constantemente me via desafiado pelos jogues indianos mais antigos, que deliberadamente me criavam dificuldades, no intuito de me deixar irritado.

 Como eu era o jogue mais recente, eles me mantinham atarefado, no intuito de me fazer chegar por último  na fila do refeitório ;frequentemente, ao chegar ali, descobria que a comida tinha acabado.

 Os homens mais velhos come­çavam a rir:
 “Hoje não tem comida para você!”

Mas eu estava decidido a permanecer equilibrado e manter a equanimidade, para desfrutar a austeridade, como se esta fosse uma prova de que estava progredindo. Por isso, mantinha sempre um sorri­so no rosto, mesmo que estivesse morto de fome!  ED

A quarta Brahma Vihara é a equanimidade, ou uppekha, que significa equilíbrio da mente. Na prática, corresponde a manter todas as coi­sas em equilíbrio ou harmonia, atribuindo a tudo a mesma medida ou importância.

Significa trazer espaço para compensar sentimen­tos ou pensamentos discursivos e criar equilíbrio, antes que estes estados de espírito se tornem incontroláveis ou extremados.

É reco­nhecer a existência de muitas situações das quais não temos controle, nem influência sobre os acontecimentos, nem possibilidade de afe­tar o resultado ou alterar o sofrimento experimentado.

Mas não importa o que surja ou aconteça, é possível conservar-se equilibra­do, enxergar o contexto mais amplo, saber que todas as coisas são transitórias, que isso também passará.

Reserve alguns minutos para repassar sua vida. Evoque os deta­lhes principais, as ocasiões em que tudo fluía e aquelas em que sua vida parecia repleta de obstáculos.

 Observe como tudo que na oca­sião era vital e urgente já se dissolveu ou perdeu importância, como os dramas chegaram e passaram, os sentimentos emergiram e se dis­siparam, os desejos que ansiavam por realização em breve se torna­ram irrelevantes.

Observe como cada ocorrência ou experiência, por mais terrível ou incômoda, levou você a outro lugar, a outra expe­riência.

Veja se é capaz de encontrar o fio condutor que percorre sua vida inteira — o fio da constante mudança. Nada permanece o mesmo.
 Você irá viver essa constante mudança em cada momento de sua vida. De você só é exigido que permaneça com o que é, que esteja presente com o que é, que deixe a mente permanecer em cada momento.

Uppekha ou equanimidade tem valor inestimável. É aquela área de comodidade e fluência à qual você pode retornar cada vez que sua mente se enreda em minúcias e dispersão.

É abandonar-se ao equilíbrio. Essa equa­nimidade lhe proporciona força e sentido de estabilidade em um mundo que está constantemente fazendo exigências, criando desafios.


 Você cria um coração estável. Nunca se sabe o que irá acontecer, nem quando; nada é previsível, permanente, seguro, controlável, confiável, sólido; tudo está sujeito a transformação neste momento.

Chõgyam Trungpa costumava dizer sempre que não há garantias, que a única segurança é saber que não existe segurança.

 Você pode preferir ig­norar o fato e viver com a ilusão da permanência e da previsibili­dade, acreditando que tudo está sob controle ou pode entrar nessa imprevisibilidade tendo uppekha a seu lado.

 Renunciar à necessidade do controle ou da permanência das coisas dá a você uma paz interior incomparável.

Trazer amplidão à sua vida significa ultrapassar o julgamento, ultrapassar a necessidade de definir as coisas como certas ou erra­das, boas ou más, tanto em si quanto nos outros. Evidentemente, falar é muito mais fácil que cumprir!


Decerto muito mais fácil se você analisar seus sentimentos e ações como algo que surgiu da co­biça, do ódio e da ignorância, ou do altruísmo, da aceitação e da compreensão. À medida que forem surgindo as questões — princi­palmente aquelas como manifestações do desejo.

 Limite-se a atestar e nomear, recur­so que evitará que você se apegue ao sentimento ou ao resultado. Quando o fizer, haverá muita capacidade para cultivar equilíbrio.

 Já vi que são vocês, amigos velhos: a Srta, Egoísmo, a Sra. Opinião e o Sr. Rabugento. Vocês aceitam um cafezinho? Ah, aí estão o Sr. Odio, a Srta. Ilusão e a Sra. Lamúria. Podem chegar!

Ficar centrado no coração

Entre a equanimidade e a repressão há uma distinção importante. Enquanto a repressão ignora ou nega o que está sendo sentido, uppekha está plenamente consciente de todos os problemas e sentimentos, mas simplesmente continua focalizada no presente momento.

Logo, não ocorre atração nem aversão com respeito a qualquer estado. Ela nos permite ficar sem o apego, sem o gancho.

A repressão é capaz de negar tão completamente ocorrências até mesmo importantes, que muitos anos podem decorrer sem a memória consciente ter acesso aos sentimentos ocultos.

 A equanimidade não nega coisa alguma, porém encontra um meio-termo entre o ato de reprimir, ignorar ou negar os sentimentos e o ato de expressá-los de uma forma agressiva ou destrutiva.

 Por exemplo, a repressão da raiva pode levar a explo­sões de agressividade ou a flutuações de humor, ao passo que a libe­ração da raiva pode trazer alívio a quem a expressa, mas para o agredido dará talvez a sensação de ter sido atropelado por um cami­nhão.
O meio-termo testemunha o surgimento da raiva, reconhe­cendo-a, conhecendo-a, sem precisar, contudo, engoli-la de volta, nem Iançá-Ia sobre outrem.

Criar o meio-termo consiste em criar igual quantidade de espaço para todas as coisas.

 Nada é alijado ou considerado indigno, nada é re­primido, nada é desfrutado em excesso nem considerado de maior importância.
 Consiste em testemunhar imparcialmente o contexto inteiro — seus sentimentos, as outras pessoas e os sentimentos de­las. Não confunda isso com um estado desapaixonado ou indife­rente, pois caminhar ao lado da equanimidade é alegria, alegria repleta da excitação e do prazer de viver.
 Mas a equanimidade en­volve a capacidade de se manter com a mesma firmeza durante os períodos de dor e os períodos de prazer: ficar com a dor ou o de­sespero sem rejeitá-los, ficar com o prazer ou o encantamento sem cobiçar mais.

0 coração amoroso da equanimidade permite a você estar com todos as
coisas e ficar em paz com todos as coisas.


SWAMI BRAHMANANDA
A equanimidade também não é um estado de indiferença ou insensi­bilidade. Às vezes, manter o equilíbrio ou a serenidade pode talvez dar uma impressão de desatenção, mas um coração aberto não pode ja­mais ser indiferente, já que a benevolência e a compaixão sempre es­tão ali, assim como está o desejo de ver a si e a todos os demais a salvo do sofrimento.

 Entretanto, você não pode forçar alguém a aceitar seus cuidados, e tampouco pode fazer o sofrimento dele desaparecer, coi­sas que escapam a seu controle.

 Lembre-se da história do pintinho tentando sair do ovo e do quanto pode parecer insensibilidade ou in­diferença ficarmos ali olhando sem nada fazer para ajudá-lo, quando na verdade se trata de exercer uma percepção muito compassiva.

Por intermédio da meditação, consigo me relacionar com um espaço interior sereno e pacífico, que parece cada vez mais forte em termos do refúgio que me oferece.

 Realmente sinto um verdadeiro assombro diante de mim mesma por encontrar semelhante espaço dentro de mim, espa­ço do qual eu antes não estava consciente e, menos ainda, em contato

. Ele me ajuda quando estou em conflito comigo mesma: é como visitar um outro cômodo, as portas se abrem para a serenidade, um silêncio que suaviza meus sentimentos inquietos e feridos. Depois disso, sou capaz de me afastar de minha desarmonia e encontrar meu equilíbrio.
CATHERINE

0 sol brilha para todos

Upekkha se manifesta no poder de renunciar. Quando você se agarra aos problemas, dificuldades ou sentimentos negativos, eles influen­ciam ou dominam os estados de espírito, mantendo você num lugar de resistência, como uma prisão auto imposta.

Exatamente da mes­ma forma, aferrar-se ao prazer e às boas coisas mantém você no lu­gar de falsa elevação, levando-o a querer mais.
 Renunciar ao apego a todo e qualquer estado assegura a liberdade de honrar a tudo e a todos igualmente. Pois, em última análise, não existe diferença en­tre nós, estamos todos juntos neste barco, compartilhando experiên­cias e vivendo numa perene transitoriedade.

Até mesmo nosso apego é infundado, exatamente como carece de fundamento a natureza de todas as coisas. O reconhecimento de nossa unidade e igualdade es­senciais é extremamente fortalecedor. 

A equanimidade confere a você a liberdade de vivenciar essa igualdade.
Estávamos na índia em 1986, quando encontramos o Dalai Lama pela primeira vez. Na residência dele, aguardávamos nossa entrevista numa sala contígua a uma varanda, de onde se avistava o Himalaia resplendendo ao sol da manhã.

 Ed caminhou até a varanda para con­templar a vista. Naquele momento, viu a distância um monge, que nos chamava com acenos. Concluímos que era o monge que nos levaria até Sua Santidade.

 Porém, quando nos aproximamos, percebemos que este monge simples e despretensioso era o próprio Dalai Lama! Imedia­tamente comecei a me curvar no solo, por ser esta a forma consagrada de cumprimentar um mestre budista altamente venerado.

Mas o Dalai Lama segurou-me pela mão e me fez ficar de pé, dizendo: “Não, não. Aqui somos todos iguais. ” No começo, pensei: “Com certeza! Você é o grande Dalai Lama, líder espiritual de milhões, e eu não passo de uma obscura discípula.

Como poderíamos ser iguais?” Mlas durante os me­ses seguintes senti suas palavras no mais íntimo do ser, e via verdadeira igualdade a que aludia: a igualdade da nossa humanidade compar­tilhada e, simultaneamente, nossa divindade compartilhada. — 

Para mim foi um momento profundo. Quando o Dalai Lama tomou Deb pela mão, levantando-a de sua prostração e dizendo a ela que todos éramos iguais, senti caírem por terra todas as diferenças.

 De repente, percebi que um mendigo, um santo, a rainha, o presidente ou o primeiro-ministro, você e eu, nenhum de nós era mais, ou era menos, que o outro. Éramos todos tão-só seres humanos reunidos aqui, todos aspirando à felicidade. Essa impressão ficou para sempre comigo.

Upekkha também se descreve como imparcialidade ilimitada, impli­cando que a benevolência, a compaixão e a alegria que você tem es­tado cultivando com tanto empenho são oferecidas igualmente a todos os seres, sem preferência nem preconceito.

 Você é capaz de estender o coração aberto a todos, inclusive a pessoas de diversas raças, crenças e preferências, pessoas cujos corações estão fechados, e até mesmo seus inimigos.

 É fácil apontar a alguém os defeitos dele, mas invariavelmente isso apenas causa mais aflição ou perturbação, em vez de resolver o problema.

Sabendo que, em última análise, não existe separação, que todos nós fazemos parte de um todo muito maior, sua imparcialidade ilimitada se estende a todos, como se eles fossem você mesmo, exatamente como o sol brilha para todos igual­mente. Isto se reflete na prece das quatro brahma viharas:


Que todos os seres sejam felizes e tenham as causas da felicidade;
Que todos os seres estejam a salvo do sofrimento e das causas do sofrimento;

Que todos os seres jamais sejam separados da grande alegria que está além do sofrimento;

Que eles sempre permaneçam na grande equanimidade além do apego ou da aversão.

Tolerância misericordiosa

A tolerância tem forte parentesco com a equanimidade. E tão mais fácil culpar os outros por nossa infelicidade, apontá-los e declarar que estão errados, e que nós estamos certos!
 É tão mais fácil se sen­tir superior, fomentar uma diferença, para alimentar uma causa cons­tante de nosso mal-estar! O ego floresce com isso!

 Quão maior é o desafio de ir além da disparidade e alcançar um plano de igualdade e respeitosa diferença! Mas viver de coração aberto não nos livra as­sim tão fácil!

 Essa condição exige constantemente mergulharmos mais fundo na verdade de nossa existência, para conhecer aquele local de encontro onde todos nos reunimos.

A humanidade não se destaca pela tolerância. Existe fanatismo, preconceito e inimizade entre famílias, vizinhos, países, raças, reli­giões, preferências sexuais.


 Fatores que causam um sofrimento enor­me, infinito. No entanto, cada ser humano, à parte convicções ou estilo de vida, está lutando para se livrar do sofrimento.
Nesse as­pecto, não há diferença entre nós. Cada ser vivo é, portanto, digno de ser ouvido, valorizado e amado.

Se você examinar com atenção, invariavelmente descobrirá que os pensamentos ou atos hostis sur­gem do fato de alguém não ter sido completamente ouvido, e que quando há pleno reconhecimento a necessidade de manifestar fana­tismo ou antagonismo se reduz.

A tolerância vai além do desapego a opiniões fixas ou preconcei­tos. Ela também envolve a capacidade de você assumir responsabili­dade pela própria mente, por seu próprio egocentrismo, ilusões e aversões:
você tem de lidar com suas próprias batalhas internas e reconhecer seus próprios pontos cegos.

 Quando você conhece sua pró­pria intolerância e fanatismo, então é muito mais aceito e respeitado pelos outros.

Inevitavelmente, aquilo que você teme ou mais detesta nos outros representa aqueles lugares negados ou ignorados em si mes­mo, para os quais você ainda não se abriu.

Quando for capaz de aceitar suas próprias áreas de intolerância, então você poderá deixar os ou­tros serem o que são, sem tentar mudá-los.
“Ao adquirirmos um senso de respeito pelos outros e a preocupação com seu bem-estar”, de­clara o Dalai Lama, “nós reduzimos nosso próprio egoísmo, que é a fonte de todos os problemas, e aumentamos nosso senso de afabili­dade, que é uma fonte natural de bondade”.
Assim, a tolerância é uma maneira de desarmar a si mesmo, de resolver a própria violên­cia íntima.
Você também pode desenvolver o senso de tolerância median­te a visão da beleza inerente em todas as coisas. Até mesmo no inimigo existe beleza.
Se você olhar com bastante atenção, verá algo de beleza mesmo numa barata, num aterro de lixo, num gueto apinhado, em seu filho delinquente, em seu pai abusador.

 Só é necessário ver com olhos livres de preconceito, como quem vê algo pela primeira vez. E, depois de ver a beleza, você não conseguirá rejeitá-la, ou lhe dar ás costas, ou ignorá-la. Você sempre a conhe­cerá como bonita.

Quando me mudei da Inglaterra para o Havaí, eu nunca tinha visto uma barata. Não conseguia suportá-las. Pareciam tão grandes! Eu costumava vê-las esmagadas nas calçadas ou à procura de comida no monturo.
 Era horrível. Eu morava numa velha casa de madeira e à noite ninguém se atrevia a entrar na cozinha, já que o piso ficava coa­lhado de baratas.

 Não nos agradava a idéia de colocar veneno, mas de vez em quando, de pura frustração, algum colega de casa pegava uma espingarda e começava a atirar nelas.

 Então, certo dia, enquanto la­vava a louça, vi uma barata no escorredor de pratos. Ela (ou seria ele?) estava pousada ali, fazendo a toalete. Parei para observar. Era extremamente fascinante ver o quanto a criatura era metódica e detalhista em sua tarefa.

. De repente, vi a beleza contida em semelhante milagre da natureza. Foi um imenso alívio descobrir aquela beleza. Ainda continuei evitando entrar na cozinha à noite, porém, de certa forma, passei a ter menos medo. Ela havia se tornado uma coisa preciosa por mérito próprio, em vez de uma projeção de minha mente amedrontada.  DEB



Embora a tolerância nos permita viver juntos e criar intimidade, ela não implica concordância. Simplesmente determina que você tem um escopo maior de percepção, colocado acima e além de quais­quer divergências.

 Tampouco implica tolerar injustiça ou abuso. O bom senso discriminatório é tão necessário aqui quanto o era na compaixão:
é preciso ver com clareza em que momento se está cau­sando sofrimento e qual é a melhor forma de impedi-lo.

 A tolerân­cia é um nível mais profundo de aceitação, no qual você não julga como certo ou errado os atos de alguém, porém busca encontrar um modo de pôr fim ao sofrimento.

Você está olhando para a beleza interior, descobrindo aquele lugar onde todos nos encontramos, onde o coração enternecido está aberto.

Paciência em grandes doses

Tudo isso exige muita paciência, principalmente consigo mesmo! Upekkha não é viável sem paciência. O desejo de ser mais bondoso, mais amável, mais pacífico, de realizar o sonho de praticar grandes atos de caridade, de libertar-se da vergonha, da condenação, do medo — tudo isso pede paciência.

 Tantas vezes ouvimos as pes­soas se lamentarem de que ainda precisam caminhar muito em sua jornada espiritual, de que ainda não superaram suas dificuldades, de que precisarão de muitos anos ou, porventura, de existências inteiras a mais de trabalho em si mesmas.

 Não é fácil converter-se, da noite para o dia, no ser humano perfeitamente curado, incon­dicionalmente amoroso, altruísta, generoso e completo que você gostaria de ser.

Se você exagerar o esforço, poderá acabar tendo uma sensação desanimadora de fracasso e desesperança, e aí po­derá desistir completamente. A paciência lhe permite dar um pas­so de cada vez.
 Ser delicado e receptivo ao próprio fracasso, celebrar o êxito, saber que o erro não tem importância e que você não será punido.

 Como um oleiro que continua a trabalhar, o tempo todo, no mesmo blo­co de argila para fazer um vaso, até que este esteja perfeito; ou como quem observa uma criança se transformar num adulto, cometen­do erros enquanto cresce, tudo isso exige muita paciência. Este é o solo a partir do qual você cresce.

0 maior desafio contido na condição de deficiente físico é lidar com a frustração que traz a dificuldade de movimentos, como, por exemplo, apanhar objetos sem deixá-los cair.

 Durante algum tempo, estive ten­tando trabalhar com isso e agora encontrei uma forma bastante efi­caz. Já que sempre tive uma devoção especial por Shiva, agora, quando algum objeto me cai das mãos, eu digo: “Obrigada, Shiva!” E reco­nheço a lição de paciência. E uma boa alternativa aos resmungos, às imprecações e à irritação que fecha o coração! — JITINDRIYA



Ter paciência não quer dizer passar a vida apenas à espera de que surja alguma coisa melhor, ou de que aconteça algo maravilhoso.
Ser paciente se resume a ficar completa e totalmente com o que está acontecendo, a cada momento, à medida que acontece.
Por exemplo, quando aprende a meditar, você está concentrado
 em apren­der a técnica correta, o modo de observar e coordenar a respiração, e de renunciar aos pensamentos, de sentar na posição correta, e as­sim por diante.

Depois de um tempo, tudo isso acontece natural­mente. A partir daí, você começa a experimentar alguns resultados interessantes:
 deseja vivenciar estados especiais de bem-aventurança, ou nítidos intervalos sem pensamentos, ou a calorosa abertura do coração.

 Mas, em vez disso, continua só sentado ali, com as coisas de sempre prosseguindo como antes. Você talvez esteja mais sereno, ou, às vezes, menos sereno, e é então que se pergunta: o que está acon­tecendo e por que motivo estou me dando a todo este trabalho?

É nessas ocasiões que a paciência tem a máxima importância. Enquanto se observa ficar impaciente, o que você está observando é o impulso natural da mente para agarrar e querer mais.

 Está ven­do aquelas áreas nas quais você não conseguiu simplesmente ficar com o que é. 

A paciência permite a todas as coisas serem do jeito que são, permite a todas as coisas crescerem e se desenvolverem conforme o projetado,
impede você de interferir e colocar o ego no meio, ou tornar-se arrogante em razão de seu despertar e de impingi-lo aos outros, e evita que se impaciente quando falta a alguém percepção ou compreensão.

 Tudo o que você precisa fazer é só relaxar no momento presente. Simplesmente abra mão, renuncie a tentar e a não tentar, abandone a paciência e a impaciência, renuncie à tole­rância e à intolerância, renuncie à equanimidade e à perturbação.

E, ao renunciar, limite-se a estar presente, do jeito que você é, sem ne­nhum outro acontecimento. Encare a impaciência como mais um dos jogos da mente, mais uma forma de interferência do ego. Con­vide-a a entrar e lhe ofereça um chá!



O que é equanimidade?
Falemos do sétimo fator da iluminação, equanimidade, que em páli se diz upekkha. É fundamental entender que não se trata de indiferença ou um distanciamento das pessoas, da vida ou de si mesmo. 

Equanimidade sugere não ampliar problemas nem prazeres, de modo que se torne possível passar pelas situações da vida sem que as mesmas produzam na mente algo mais além da própria experiência, como por exemplo angústias de ordem psicológica.

A etimologia da palavra sugere o sentido de examinar, explorar, sem ser “pego” pelo que se observa.

 Pode significar também ter uma visão ampla ou de conjunto acerca das coisas de modo que não somos abalados exatamente devido a esta visão de conjunto. O exemplo que Gil Fronsdal dá é bastante esclarecedor: a avó, por ter experiência na criação dos próprios filhos não fica presa ou identificada aos dramas dos netos, embora os ame[1]. 

No Abhidhamma o termo que designa upekkha é tatramajjhattata traduzido por Piyadassi como neutralidade e Fronsdal explica como significando “estar firme diante de tudo isso”. Equilíbrio diante de toda agitação que a vida possa trazer junto com uma calma resultante do conhecimento e reflexão. Tudo isso está contido em upekkha.
Portanto, podemos concluir que a equanimida

de nos protege de todas as oscilações da vida, sejam elas boas, sejam ruins. A pessoa equânime desfruta o bem de modo desapegado e passa pela experiência negativa também de modo desapegado.

 Um exemplo que me ajuda a entender este último ponto é pensar nas reações
diante de uma injeção: algumas pessoas parecem sentir uma dor muito maior do que a da agulha, outras não reagem de modo tão intenso ou dramático. Apenas sentem a agulha. 

Quando aprendemos a apenas sentir a agulha, estamos alimentando o fator da iluminação da equanimidade.


Hoje terminamos a apresentação dos sete fatores da iluminação. Espero que possa ser útil no caminho de todos pelo menos como um convite a um estudo mais aprofundado do assunto e sua conexão com a prática de cada um. desconheço o autor...

Postado por Dharmadhannya





Que os anjos, arcanjos, Serafins, Elohim me protejam e o meu espaço...
Que os Serafins lutem no meu lugar.
que o Arcanjo Metraton, me abençoe
com a graça do seu amor  e com sua espada.
Seja feita a Vontade de Deus
Justiça seja feita.
Deus está nas asas dos Serafins
 Amem

Meu blog foi  clonado inteiramente, este texto também
por isto estou em oração permanente contra ataques 

Este espaço está protegido pelos anjos e por Hermes
Estou neste momento me unindo com o Poder  e a Força da Unidade, com o poder de todos os anjos, querubins, Serafins, Elohim.


Kodoish! Kodoisch! Kodoisch!

Melchizedek, Sandalfon, Metraton,
Gabriel, Rafael, Haniel, Miguel, Camael, Tsadkiel,
Raziel, Uriel,  Samuel.

Kodoish! Kodoisch! Kodoisch!

Os anjos seguem na frente abrindo meus caminhos
e me protegendo Com a Justiça Divina. Amém!
  
Kodoish! Kodoisch! Kodoisch!



Postado por Dharmadhannya
Psicoterapeuta Transpessoal

Este texto está livre para divulgação
desde que seja citada a fonte:

Meus blogs


! Eu estou no G+ : Dharmadhannya
Comunidade do G+: Dharmadhannya Luz e União
https://plus.google.com/communities/111702837947313549512

Este espaço está protegido pelos anjos e por Hermes
Estou neste momento me unindo com o Poder  e a Força da Unidade,
com o poder de todos os anjos, querubins, Serafins, Elohim.

Melchizedek, Sandalfon, Metraton,
Gabriel, Rafael, Haniel, Miguel, Camael, Tsadkiel,
Raziel, Uriel,  Samuel.

Os anjos seguem na frente abrindo meus caminhos
e me protegendo Com a Justiça Divina. Amém
Copyright © Dharmadhannya - 2011 - Todos os Direitos Reservados – Autorizamos a reprodução do conteúdo desta página em outras páginas da web, para fins de estudo, exclusivamente.
Você pode copiar e redistribuir este material contanto que não o altere de nenhuma forma, que o conteúdo permaneça completo e inclua esta nota de direito e o link:http://dharmadhannyael.blogspot.com.br/

 Porém, comunicamos que as nossas obras estão protegidas pela lei dos direitos autorais, o que nos reserva o direito de exigir a indicação dos nomes dos autores e a  fonte das obras utilizadas em estudos.

Direitos Autorais -  Algumas imagens neste Blog foram obtidas no Google Imagens ,alguns sites e de meus arquivos. A publicação das mesmas não têm fins lucrativos e é de boa-fé, caso se sinta ofendido em seu direito autoral, favor entrar em contato para exclusão das imagens.

AVISO: De acordo com a legislação vigente, o conteúdo deste blog não substitui a apropriada assistência médica , legal, financeira ou psicológica. De modo que, aceitar o conteúdo do mesmo estará sujeito a sua própria interpretação e uso. Os artigos aqui publicados estão escritos para estudiosos do assunto














Nenhum comentário:

Postar um comentário